7 - Relações de pai e filho

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Severus estava nervoso, óbvio que estaria, recebeu o bilhete de Albus pedindo para conversarem e agora estava ali sentado na cadeira diante dele de maneira desconfortável e ansiosa. O mais velho tinha um olhar brilhante e amigável, um sorriso leve sobre os lábios e gestos calmos, pegou o potinho com balas de limão e ofereceu, o pocionista recusou e o diretor cruzou os dedos sobre os lábios.

– Recebi uma carta do ministério ontem Severus – Disse sem vacilar o sorriso e o moreno engoliu em seco. – Então é o novo guardião mágico do menino Potter?

– Sim. – Disse encarando os olhos azuis brilhantes.

– Por qual motivo faria algo assim? – aquele tom amigável e despreocupado de sempre.

– Harry não gosta de viver com seus parentes trouxas. – respondeu direto.

– Os gostos de uma menino mimado creio... ele ficará mais seguro lá Severus.

– Ele não é mimado, muito pelo contrário Albus, era maltratado por aqueles nojentos. Harry não voltará aquele lugar. – disse convicto e o diretor suspirou.

– Sei que quer protegê-lo, meu filho, mas... temo que o mundo mágico não seja o lugar mais seguro para ele. Harry tem um destino a cumprir...

– Poupe-me do discurso sobre essa profecia outra vez, aquela mulher é uma charlatã e até você sabe disso. Harry não ficará seguro em um lugar que o maltratam, Albus eles machucavam o menino! Pare de pensar no bem maior e pense na criança que ele é.

– Se acha que esse é o melhor caminho não impedirei que cuide dele, mas deve me prometer cuidar bem do garoto.

– Farei melhor que você Albus, isso eu garanto. Como pôde nunca o ter visitado? – a raiva já aparecia na voz do professor.

– Alguém poderia me seguir, eu queria protegê-lo.

– Mas não o protegeu dos trouxas que o criavam. – ele disse com a voz rouca e fria. O diretor suspirou.

– Cuide o bem.


*******


O tempo passava e desde a audiência Harry se sentia melhor. Tinha explicado para Draco a sentença do juiz e o amigo estava animado com a ideia de serem, de acordo com ele, quase parentes.

Naquele dia Severus pediu para que ele fosse a enfermaria ao fim das aulas da manhã e do almoço, e ali estava ele obediente sentado na maca enquanto Pomfrey o examinava concentrada. Severus estava ao lado dela e encarava tudo em expectativa e ansiedade, quase sem demonstrar. Draco não pôde estar ali, tinha que terminar uma atividade de Transfiguração, e Madame Pomfrey disse que era melhor Harry ser examinado sozinho, claro que Snape não largaria o pé do menino e por isso ficou.

– Oh que bom. Harry querido, seu tratamento já está dando um bom resultado, sua anemia quase sumiu e seu sistema imunológico está melhorando, mas você está gripado – ela disse com um sorriso alegre e o menino espirrou. O Sonserino estava com o nariz vermelho e escorrendo, disse que a garganta doía e estava febril, Severus quase o arrastou para enfermaria, preocupado. – Vou te receitar uma poção de gengibre e mel para a dor de garganta e caso tenha febre Severus vai te dar um remédio. Acredito que logo após o feriado de natal poderemos acertar corretamente seus ossos.

– Isso é ótimo Pomfrey – Severus tinha uma expressão quase neutra, mas nos olhos negros brilhava alívio e carinho.

– Tem sentido alguma outra coisa querido? – Perguntou anotando algo em sua prancheta.

– Não... – disse baixinho e rouco, sua gripe estava piorando.

– Então está tudo ok, Severus... sobre o psicobruxo para Harry, já escolheu algum? Ou posso recomendar alguém?

Seja um bom garoto HarryOnde histórias criam vida. Descubra agora