2 - Aulas Vagas

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Aos olhos de Evan

   Ao descer ao primeiro andar do Colégio Paraíso, deparei-me com a fila que aguardava pela merenda, e quase perdi a fome

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Ao descer ao primeiro andar do Colégio Paraíso, deparei-me com a fila que aguardava pela merenda, e quase perdi a fome. Tamanha era, que ia desde a cantina até os vestiários dos alunos, mas eu tinha sorte.

Uma amiga de Amaya havia guardado nossos lugares lá na frente, e por esse pretexto ela teve o cuidado de me buscar em sala.

- O que eu seria sem você? - beijei-a no pescoço quando ocupamos os lugares, sem nos importar com as reclamações dos alunos detrás de nós.

- Terei sempre de te buscar em classe. Caso contrário, você vai merendar por último. - ela me olhou com desaprovação, mas em seguida, me deu um beijo rápido. - Tome jeito, Ian Evangelista.

Juanito chegou assobiando, como se não quisesse nada, e acomodou-se em minha frente. - Guardou meu lugar?

- O seu e o do Vittinho, irmão. - o garanti com um cumprimento de mãos. - A propósito, cadê ele?

- ¿Quíen es este? - estranhou Amaya, estreitando os olhos.

- É o novato, veio do México. Ele é super gente boa! - sorri, e acariciei seus cabelos. - Você vai gostar dele.

Vagueei os olhos pela cantina, na tentativa de localizar o rapaz. Percebi vários alunos em suas mesas, tendo suas refeições. Outros riam e se divertiam, uns fofocavam, e vi até mesmo alguns namorando. Mas nem sinal do Vittor. Atentei-me ao fim da fila, e estreitei a visão, mas como sempre, nunca conseguia enxergar nada muito longe.

- Juanito. - chamei. - Vê ele no final da fila?

Meu colega virou-se e começou a procurar. Depois de um tempo, soltou uma exclamação e apontou. - Está ali, quietinho.

Não podia deixá-lo lá, ou melhor, não queria. O rapaz parecia ser legal, e nossa amizade tinha uma boa química. Mesmo sendo o primeiro dia que o conheci, era como se fossemos amigos há séculos, amigos de outra vida.

Pedi que guardassem meu lugar, e caminhei rápido em direção a ele. Percebi que conversava freneticamente com alguns garotos da nossa sala, pareciam estar se dando bem. Sorriu quando me viu chegar, e seus olhos castanhos brilharam. Confesso que poderia me apaixonar por ele, caso não fosse um garoto.

- Qual é, Vittinho? Vai deixar roubá-lo de mim? - perguntei com ironia, limpando lágrimas inexistentes do meu rosto, para que eu parecesse triste.

Vittor me olhou dos pés a cabeça, e acenou negativamente com sarcasmo. - Não gosto da ideia de pertencer a alguém, Evan. Assim como você.

- Não diga isso, achei que houvesse me entregado seu amor. - Aproximei-me, toquei em seu peito, e encarei-o nos olhos. Seu coração palpitava forte e rapidamente, dei um sorriso no canto dos lábios para provocá-lo.

Querido Evan - Com Amor, Vittor | ROMANCE GAYOnde histórias criam vida. Descubra agora