Se quiser o amor, primeiro terá de passar pela dor. Até que ponto estaria disposto a ir por quem ama?
Em uma escola de ensino médio na Espanha de 1997, Evan, que é filho de uma professora homofóbica, questiona sua própria sexualidade ao se deparar c...
PS: Se preferir, dê play na música acima e escute baixinho, para que tenha uma melhor experiência.
Aos olhos de Vittor
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O dia seguinte chegou mais rápido do que pude perceber. A brisa gélida da manhã adentrava pelas janelas de minha sala, enquanto terminava de tomar meu café.
Meu pai sentava-se a minha frente, comia depressa, para não se atrasar para o trabalho. Notei que ele estava cansado, e que dormira muito pouco ultimamente. Trabalhar em dois empregos fora a única solução que encontrou, para que garantisse nosso sustento. Eu, por minha parte, cuidava dos afazeres domésticos.
- Fez muitos amigos, filho? - falávamos sobre o colégio, enquanto tomávamos nossos cafés. - E por amigos, me refiro a pessoas de sua idade.
- Alguns, meu pai. - respondi-o, com satisfação. - Há um garoto, Ian Evangelista. Ele se senta ao meu lado, e é muito legal. - tentei não parecer feliz demais, mas um sorriso escapuliu entre meus lábios.
- Tome cuidado, Vittor. - olhou-me com seriedade. - Não deixe que o que fez na outra escola se repita, jamais.
- Não vai se repetir, eu prometo. - assegurei-o. - E seja como for, não é como se eu estivesse apaixonado pelo Evangelista.
- Mesmo assim, tenha cuidado. - sorriu, pondo a mão em meu ombro. - Digo isso porque me importo com você.
Eu concordei, e agradeci o cuidado do meu pai. Sabia o quanto ele estava dando duro e se esforçando, e não queria preocupá-lo.
Após o café, cada qual seguiu seu rumo. Ele se dirigiu ao ponto do ônibus que o levaria ao trabalho, e eu me dirigi ao que me conduziria ao colégio.
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Ao chegar ao Paraíso, adentrei a escola de cabeça erguida e com um sorriso no rosto. Estava animado para ver Evan novamente, e sentia que o dia seria bastante divertido.
Passei pelos funcionários desejando bom-dia, e eles me responderam calorosamente. Evan deveria estar errado, afinal, aqui não é ruim. Caminhei em direção às escadas, e junto delas, avistei Amaya, a namorada de Ian Evangelista. Percebi ao longe que conversava rapidamente com uma linda mulher loira e alta, mas que vez por outra olhava para os lados, como se tivesse medo de ser ouvida. Ambas calaram-se quando passei por elas, e isso me deixou extremamente desconfortável.
