Se quiser o amor, primeiro terá de passar pela dor. Até que ponto estaria disposto a ir por quem ama?
Em uma escola de ensino médio na Espanha de 1997, Evan, que é filho de uma professora homofóbica, questiona sua própria sexualidade ao se deparar c...
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Aos olhos de Evan
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Juanito me dava uma bronca daquelas, mas não era necessário, porque meus próprios pensamentos já me magoavam sozinhos. Por vezes dizemos coisas das quais nos arrependemos, e quando percebemos o erro, já é tarde demais.
Juan sentava-se ao meu lado, no lugar de Vittinho, e esfregava em minha cara o quanto agi de maneira insensível e ignorante. Não precisava desse sermão, eu mesmo havia entendido e admitido o quanto foi negligente com as palavras. No entanto, quem me garantiria que o novato tinha esse tipo de sentimento por mim? Na verdade, nem sei se o tinha, realmente, era tudo ideia de Juanito. Mas... Por que Vittor saiu naquele estado? Talvez eu nunca entendesse.
Ouvi o ranger da porta da classe, e avistei Vittinho chegar já vestido, e com a minha camisa limpa em mãos. Observei atentamente o seu rosto enquanto caminhava, na tentativa de distinguir se havia ou não tristeza. Não consegui assimilar nada. Para mim, o novato estava bem. Talvez tudo fosse paranoia de minha cabeça, no final.
Juanito saiu de seu lugar, e Vittinho sentou-se. Olhou diretamente nos meus olhos, e me entregou a camisa meio molhada. Agradeci com um leve sorriso, e a vesti. Aproximei-me de sua cadeira, e passei meu braço sobre seus ombros. O garoto me olhou com curiosidade, e mesmo estando bem próximos, não vi tristeza em seu olhar, apenas o charme habitual.
- Si te dicé algo malo, entoncesdiscúlpame. - sussurrei, bagunçando levemente seus cabelos. Queria que soubesse que eu estava realmente arrependido. - Fui um tolo.
- Está tudo bem, mané. - Vittinho assentiu com a cabeça. - Você não disse nada ruim.
Sorri, e senti um enorme alívio no peito. - Ainda bem. Eu me odiaria se tivesse te magoado! - vi-o sorrir, mas percebi que Vittor havia passado os dedos entre o colar de corvo.
Retirei meu braço de seus ombros, mas coloquei minha mão por cima da dele, na mesa, entrelaçando nossos dedos. Nossos olhares se encontraram, e eu lancei um beijo, de longe. Ele corou e fez birra, virando o rosto. No entanto, cinco segundos depois, Vittinho voltou a encarar, e me mandou uma piscadela. Estava tudo bem entre nós.
Minha mãe adentrou a classe para dar as primeiras aulas, e ao notar minha mão por cima da de Vittor, lançou-me um olhar assombroso, como daquela vez. Não tive medo agora. Sorri para ela, e continuei com os dedos entrelaçados aos do novato. Não deixaria que me intimidasse, não mais.
As aulas que se seguiram foram tranquilas, Yolanda era muito boa em não ver o que não queria. No intervalo sentamos juntos, eu, Vittinho e Juanito. Tudo estava exatamente igual entre nós, a conversa fluiu bem, e as últimas aulas se passaram rapidamente.
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