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Aos olhos de Vittor
Na medida em que os dias foram passando, a amizade entre mim e Evan foi se tornando cada vez mais forte. Além dos divertimentos que tínhamos, nós também falávamos de vez em quando sobre sentimentos, o que aumentava consideravelmente nossa intimidade.
Evan tem ouvido meus conselhos acerca de decidir seu próprio futuro, e conversou com seus pais sobre o casamento planejado, os quais pareceram valorizar a decisão de seu filho.
Ontem à noite sonhei com ele, e por esse motivo poderei ir para a escola com um sorriso no rosto.
Terminei de me arrumar, e já acabava de preparar a mochila para ir à escola. Meu pai ligou ontem à noite para avisar que dormiria no trabalho, e por isso estou saindo mais cedo de casa, visto que não terei de preparar o café.
Aprumei a mochila nas costas, e quando estava prestes a abrir a porta escutei barulho de buzina do lado de fora. Travei com a mão na maçaneta, relembrando as palavras de meu pai: "Não abra a porta para estranhos, aqueles mexicanos podem vir buscar vingança pelo que você fez".
Respirei fundo e resolvi espreitar pela brecha, ao passo que meu coração se encheu de alívio quando reconheci aqueles olhos alegres e hipnotizantes do outro lado. Apressei-me em abrir a porta, e contemplei o sorriso de Ian Evangelista, que acabava de descer da motocicleta e retirar seu capacete.
Hoje ele estava diferente. Havia cortado o cabelo de uma maneira levemente audaz, e em sua camisa já não trajava mais gravata, assim como eu. Ao invés disso, desabotoara os primeiros botões próximos do pescoço, deixando-o com aparência ousada e vulgar. Aprendeu comigo, mané. Ele não parava de sorrir enquanto me olhava, o que só acentuava sua beleza fora do comum. Não sabia dizer se isso era exagero de um apaixonado, mas poderia afirmar que Evan era o homem mais lindo que já existiu. Reparei seus detalhes e seus traços, e sei que ficou evidente, mas não consegui parar de olhá-lo. Éramos só amigos, e por mais que não devesse, não conseguia não desejá-lo.
- O que foi? - Evan arqueou as sobrancelhas. - Se não parar de me comer com os olhos, vou sair correndo!
Eu corei, e sorri suavemente. - Não é nada, mané. É só que você está lindo hoje!
O rapaz aproximou-se e me deu um caloroso abraço, enquanto bagunçava meus cabelos. Eu afirmo de mau gosto, mas era um pouco mais baixo que ele, o que fazia com que minha cabeça fosse pressionada contra seu peitoral quando nos abraçávamos. Pude sentir seu perfume, e tive a certeza que ele impregnou-se em mim.
- Valeu por notar! - piscou, quando nos soltamos. - Com um elogio seu o meu dia já começa perfeito. - levou a mão até o traseiro da motocicleta, e abriu-o, retirando outro capacete e me entregando. - Infelizmente eu não tenho uma carruagem, cara. Mas aceita uma carona nessa humilde motinha? - brincou, sorrindo de modo meigo.
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Querido Evan - Com Amor, Vittor | ROMANCE GAY
RomansaSe quiser o amor, primeiro terá de passar pela dor. Até que ponto estaria disposto a ir por quem ama? Em uma escola de ensino médio na Espanha de 1997, Evan, que é filho de uma professora homofóbica, questiona sua própria sexualidade ao se deparar c...