1 - ¡Bienvenido al infierno!

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Aos olhos de Vittor

- Está ciente que após o que fez, esta será sua última chance em uma instituição de ensino, não está? - perguntou a diretora, com voz rouca

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- Está ciente que após o que fez, esta será sua última chance em uma instituição de ensino, não está? - perguntou a diretora, com voz rouca.

- Sim, senhora. Estou ciente. - respondi encarando-a nos olhos.

Ela respirou profundamente, e ajustou seus óculos quadrados em seus olhos, sem nunca amenizar sua fisionomia rígida e superior. - Pois bem. Sabe o porquê de estar aqui, não é? Entende que o Colégio Paraíso costuma dar chances e acolher pessoas como você, pessoas das quais nenhuma outra escola aceitaria. Não entende? - sussurrou de modo áspero, como uma serpente.

- Sim, senhora. Entendo. - respondi sem receio. - Assim como sei que a atitude que tomei na instituição de ensino passada não será tolerada aqui, sob pena de expulsão imediata. - completei calma e educadamente, como meu pai havia me ensinado.

- Ótimo, melhor assim. - sorriu-me com falsa cortesia. - Destacados esses pontos, estamos prontos para te dar boas-vindas à Espanha, e ao Colégio Paraíso. Espero que o tempo que passar aqui, seja uma ótima experiência para você. - levantamos no mesmo instante, e nos cumprimentamos com um aperto de mão. A diretora me entregou um pequeno papel, que indicava a localização de minha classe. Eu saí da diretoria, e segui as coordenadas, ficava no segundo andar.

O primeiro dia de aula nessa nova escola me deixava nervoso, e ao mesmo tempo, ansioso. Aqui ninguém me conhecia, ninguém sabia do que fiz. Vir do México para a Espanha foi a atitude que meu pai tomou em proteção a mim, era onde poderia recomeçar, ter uma nova chance. Esperava que eu não estragasse tudo dessa vez, mal sabia eu, que meu destino já fora traçado no momento que pisei os pés nesse colégio.

Subi as escadas, e rapidamente encontrei minha classe, o último ano do ensino médio. Era o terceiro semestre do ano letivo, e ser o único novato me destacava entre os demais, visto que todos já conheciam a todos, menos a mim. As carteiras eram organizadas em duplas, e cada aluno ali já tinha a sua, portanto, sentei-me numa que não havia ninguém. Esperaria a boa vontade de um deles se juntar a mim, mas nenhum daqueles engravatados veio, cada qual já tinha seu assento. Olhavam-me com curiosidade, e algumas garotas cochichavam enquanto me encaravam, quando eu olhava de volta, abaixavam a cabeça. Foi questão de minutos até o professor chegar.

Todos ficaram de pé para recebê-lo, e mesmo que com atraso, eu fiz mesmo. Depois de cumprimentar a turma, ele fechou a porta vagarosamente com um rangido, e começou a dar um sermão sobre recomeço. Não prestei atenção em sequer uma palavra do que disse, estava absorto em meus pensamentos, imaginando como seria a vida aqui neste novo lugar, do qual eu não conhecia nada, nem ninguém.

Um momento depois, batidas ecoaram na porta, e acompanhado do olhar de desaprovação do professor, um rapaz entrou.

- Atrasado, como sempre, Ian Evangelista. - disse após três estalidos com a língua. - Sente-se, para que eu possa continuar.

Querido Evan - Com Amor, Vittor | ROMANCE GAYOnde histórias criam vida. Descubra agora