13° Capítulo - Leitura

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"Garota, eu escolhi esta vidaE eu nunca vou voltar

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"Garota, eu escolhi esta vida
E eu nunca vou voltar

Minha pequena, eu sou egoísta
E quero você para mim
Você é minha e de mais ninguém
Querida, algumas coisas nunca mudam"

PARISSE - IN THE NIGHT

"Alec está por aí nos olhando como se fossemos cordeiros indo para o abate."

Carlie recordou-se das palavras de sua mãe.

"Alec está por aí nos olhando"

Mas ele não estava a olhando.

[...]

Sua garganta queimava como o inferno, assim como em todas às vezes que ficava minimamente perto da pequena menina de olhos esverdeados, porém, de modo inusitado até mesmo para si, que já havia passado por quase todas as experiências que um ser eterno poderia ser capaz de vivenciar, não era a única coisa tomada de uma estranha quentura no momento.

Sou coração estava quente.

Não como sua garganta. Não como um fogo desenfreado que atinge a tudo e a todos. Como o fogo da destruição. Como o fogo que sempre esteve acostumado. Como o fogo em que fora queimado.

Mas sim como um fogo de acolhimento. Como o fogo que usava milênios atrás para esquentar a si e a sua família nas noites mais frias da aldeia em que residia. Como o fogo que o confortava. Como fogo que dava a vida, e não o contrário.

E ele odiou isso.

Ou ao menos se convenceu de tal fato.

Gostar disso seria o mesmo que gostar da menina cujo, em algum momento, o sangue iria parar em sua boca — já que ela era quem o proporcionava tais sensações. E, como dito no capítulo anterior, não se pode devorar o que se gosta. Isso, definitivamente, viria a ser um problema. Viria a ser um problema porque, no momento, não havia quase nada que quisesse mais do que a devorar.

Devorar a linda, pequena, e paralisada garota a sua frente.

Por um instante Carlie agradeceu o fato de ter o vampirismo impregnado em parte de seu dna, agradeceu porque simplesmente não conseguia respirar. Seus olhos estavam arregalados, sua boca entreaberta e sua respiração cortada. Era ele.

Em pé sob um dos galhos de uma das árvores mais grossas e antigas presentes ao redor da casa em que antes se localizava, a híbrida mais nova constatou que o vampiro dos cabelos levemente avermelhados poderia ser facilmente a obra de arte mais magnífica que já havia visto em todo a sua curta vida.

Era ele.

A pessoa que vendo agora percebeu o quanto sentia falta, mesmo que nem sequer conhecesse.

O sentimento de vazio que lhe tomou nos últimos dias sumindo tão rápido quanto um piscar de olhos.

Claro que achava já ter ouvido esse nome, como poderia ter esquecido; era ele.

Cantante | 𝘼𝙡𝙚𝙘 𝙑𝙤𝙡𝙩𝙪𝙧𝙞Onde histórias criam vida. Descubra agora