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BARBARA BRANDÃO

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BARBARA BRANDÃO.
3 meses depois...

Ainda dói, apesar de ter passado tantos dias e semanas a dor ainda é presente aqui dentro de mim e acho que dificilmente vai sumir. Já sofri antes, já senti dores antes, quando fui embora para São Paulo sofri e doeu deixar os meus pais e a minha família para trás, quando a minha mãe morreu doeu muito e por muito tempo, mas logo a dor foi diminuindo até eu não sentir nada, só saudade, mas agora é diferente.

A dor é presente o dia todo, sinto que existe um vazio dentro de mim que não está diminuindo e dificilmente irá, eu tentei não lembrar, não sofrer, mas foi em vão. O primeiro mês foi o pior, eu só chorava, me lamentava, ficava no quarto o dia todo e as vezes sequer comia, parei de trabalhar por falta de ânimo, parei de querer ver as minhas irmãs mas elas insistiam em ficar comigo e sempre falavam alguma coisa, foi numa dessas insistência que descobri que Vicente esteve aqui na Fazenda.

Não sei ao certo quando foi já que nem do quarto eu saia, elas só me contaram que tentaram ao máximo não falar para o nosso pai o que aconteceu só que chegou em um momento que não deu mais, que ele as pressionou e elas falaram tudo. Foi justo no mesmo dia que o Vicente apareceu aqui, meu pai o recebeu com vários socos e ameaças, Elena falou que foi lindo de ver um homem como o Vicente apanhando, eu por outro lado fiquei preocupada, mas não falei nada, elas viram que isso não me fez bem e pararam de falar qualquer coisa que fosse relacionado a ele.

No segundo mês eu comecei a melhorar, só chorava a noite quando sonhava com ele o que era praticamente todos os dias, não fiquei mais trancada no quarto debaixo das cobertas, voltei a costurar para ocupar o meu tempo mas não sai de casa, ainda não sentia pronta e vontade nenhuma. Vi diversas vezes Vicente aparecer aqui na Fazenda atrás de mim, em todas o meu pai escurraçou ele, mas ele sempre voltava e insistia sem medo de apanhar novamente, parecia determinado. Em todas as vezes que ele apareceu eu corria para o meu quarto e me trancava, ouvir a voz dele me causava dor e saudade e aquilo me destróia ainda mais. Para piorar um pouco mais comecei a ter problemas de saúde, acho que ficar dias sem comer nada direito fez com que o meu estômago ficasse ruim, várias vezes ao dia eu vomitava e isso estava deixando todos preocupados. Mas eu os tranquilizei, já fiquei doente antes logo passaria, então eu não estava tão preocupada.

E agora no terceiro mês eu estou um pouco melhor do que os últimos meses, ando chorado menos, a dor já não é tão forte é somente um latejar que me acostumei, contínuo costurando e fugindo do Vicente sempre que ele aparece por aqui e até os enjoos melhoraram, só que eu ainda não melhorei e sequer sabia se isso iria acontecer.

Cogitei retornar a São Paulo, deixar a cidade e tudo que vivi aqui para trás para me recuperar me pareceu uma boa idéia, mas eu sabia que o meu pai não ficaria contente com isso, eu sabia que ele não iria gostar de saber que eu estaria sofrendo em outra cidade longe dele, então eu fiquei, apesar da dor, da raiva e da tristeza eu fiquei.

E cá estou agora, deitada na minha cama debaixo da coberta com o quarto na penumbra total me sentindo exausta, com o estômago queimando e com uma vontade grande de chorar.

UMA APOSTA...UM AMOR (CONCLUÍDO).Onde histórias criam vida. Descubra agora