10. eu e emily em: quem beija por mais tempo? (sue pov)

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Eu não sei porque tinha concordado com o plano de Jane, não era um plano bom ou que, no mínimo, fizesse sentido.

Ela queria que eu convencesse Austin a dar uma festa na sua casa, assim eu conseguiria confrontar Emily, pois ela não poderia fugir em sua própria casa - essa era a primeira falha do plano: o que garantiria que Emily não ia se trancar no próprio quarto igual da outra vez?

Ela me assegurou que com álcool envolvido tudo daria certo e, por algum motivo, aquilo me incomodava: desde quando nos tornamos o tipo de pessoa que precisava estar alcoolizada para conseguir conversar?

Eu estava desesperada. Àquela altura, eu já não me importava muito com quais seriam as consequências e eu duvidava que aquela situação conseguisse piorar, então aceitei.

Eu conversei com Austin e nós decidimos que não íamos fazer nada até eu conseguir conversar com Emily - o que pra mim foi um alívio, não sei se estava pronta para dar um passo a mais naquela "relação".

Como seus pais aprovavam esse tipo de "confraternização", ficou decidido que na sexta-feira depois da aula, a Sra. Dickinson e Vinnie iriam para casa da tia deles, que também se chamava Lavínia. Lá, elas iriam participar de outra confraternização só de mulheres.

Era uma pena Vinnie não poder participar ainda, eu não via diferença alguma entre nós duas levando em conta que ela era só um ano mais nova, mas Austin disse que iria pegar mal e as pessoas da cidade comentariam que uma criança estava indo a festas de adolescentes. Pura besteira.

Ele também me disse que Emily tentou fugir da festa, mas o universo dessa vez não conspirou contra mim e a Sra. Dickinson disse que seria bom ela socializar um pouco, já que nas últimas semanas mal saia do quarto.

Emily também o estava evitando, eles não tiveram nenhuma chance de conversar. Segundo ele, todas as vezes que ele chegava perto dela ou ela simplesmente o ignorava, ou ela lançava um olhar mortal que o intimidava completamente e ele perdia a coragem de falar qualquer coisa. Quando ele dizia isso, eu fazia questão de também lançar um olhar mortal em sua direção.

Eu esperava que conforme o tempo passasse, talvez a raiva de Emily diminuísse e ela finalmente abrisse uma porta para que pudéssemos conversar, mas aquele não foi o caso.

...

Ainda era quarta-feira, eu estava sem falar com Emily desde sábado. Ela praticamente tinha sumido da face da terra e continuava me evitando sempre que podia.

Ela não ia mais com a gente de manhã no carro, Vinnie disse que ela saia super cedo de casa e ia andando para a escola. No intervalo, eu não tinha ideia de onde ela comia ou até mesmo se ela estava comendo, porque ela não aparecia no refeitório.

Durante as aulas que nós compartilhávamos, ela passou a sentar literalmente na última cadeira e o fundão era sempre o lugar que enchia de gente. Não que eu não tenha tentado falar com ela. Eu já tinha a encurralado na sala de aula, no banheiro, em qualquer lugar que você possa imaginar, e mesmo assim ela olhava para mim e era como se eu fosse uma outra pessoa, alguém que ela não conhecia. E doeu, doeu demais, mas eu não desistiria tão facilmente.

Naquela manhã, quando entrei na sala de aula, andei com convicção até o fundo onde Emily estava sentada, distraída, enquanto lia um livro. Aproveitei a minha recém adquirida popularidade e decidi abusar do meu poder persuasivo. Parei na frente do menino que estava sentado à sua direita. Eu realmente não estava afim de ser sem educação, então agradeci mentalmente que ele entendeu o recado só com o meu olhar e saiu dali na velocidade da luz. Tenho certeza que Quinn Fabray teria ficado orgulhosa.

Aquilo tudo era divertidíssimo - em momentos como aquele a popularidade parecia ser algo bom, mas aquela não tinha sido uma semana fácil. A escola inteira falava sobre mim e eu me perguntava o que havia de tão interessante na minha vida assim para ser um assunto tão comentado.

O primeiro amorOnde histórias criam vida. Descubra agora