16. is this the real life? is this just fantasy? (emily pov)

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Ok, talvez o sonho não tenha acabado.

Pelo menos não ainda.

Alguns dias tinham se passado depois do incrível, magnífico, maravilhoso e perfeito beijo que eu e Sue trocamos.

Mas ele não foi o único e, pra ser sincera, eles não pareciam ter fim.

A todo e qualquer momento que estávamos sozinhas, Sue me beijava e talvez eu tenha iniciado alguns deles também.

Não pensem que eu sou uma fura olho ou algo do tipo, afinal Sue e Austin não eram mais um casal, pelo menos foi isso que Vinnie me disse.

Segundo ela, durante o dia que eu fiquei dormindo Austin ficou trancado o dia inteiro escutando Sour da Olivia Rodrigo no último volume. E ela supôs que isso só poderia significar uma coisa.

Eu sentia muito por ele? Sim, mas eu me lembro da última vez que nós conversamos sobre seus sentimentos e como aquilo quase me destruiu (um pouquinho dramática, mas quem liga?)

Se ele quisesse falar comigo era outra história, mas enquanto isso não acontecia, minha consciência estava mais que limpa. Eu estava nas nuvens.

Beijar Sue era uma experiência única e a cada beijo eu me sentia renovada.

Mas, ao mesmo tempo, tinha uma voz dentro da minha cabeça que dizia que precisávamos conversar sobre o que estava acontecendo e toda vez que ela começava a berrar, eu dizia: "Silêncio, bruno!"

Não que esse fosse o contexto certo pra isso, mas ultimamente eu tentava ignorar a voz da razão, principalmente porque meu desejo por Sue era tão grande quanto o medo de fazer algo dar errado e eu tinha quase certeza que, no minuto que fossemos conversar, aquilo poderia dar errado.

Afinal, assim como eu beijo Mary, Sue poderia estar me beijando. Talvez aquilo tudo não passasse de um passatempo pra ela e não seria eu quem iria acabar com toda a diversão, não é mesmo?

Autossabotagem? Nem sei o que é isso.

Eu ainda não tive outra sessão com a dra. Gomez, mas podia muito bem imaginar qual seria sua reação ao revelar tudo que tinha acontecido nos últimos dias.

Eu considerava fortemente não aparecer em mais nenhuma sessão, tudo para evitar o olhar de águia da dra. Gomez. Ela parecia me conhecer melhor do que eu mesma e aquilo me incomodava muito.

"O que de mim ela sabe que eu ainda não sei?"

De qualquer maneira, eu ainda tinha alguns dias para me preparar para nossa conversa. Até lá, eu vou ter um discurso completamente ensaiado. Eu posso até fazer uma pesquisa e basear meus argumentos em dados que comprovem que eu posso parecer a maior autossabotadora da face da terra, mas que, no fundo, eu tenho tudo sob controle.

Eu só preciso me convencer disso antes e aí talvez dê certo.

...

Nunca pensei que diria isso, mas eu estava fugindo dos beijos de Sue.

Em minha defesa, nós precisávamos terminar o ensaio sobre Miyazaki, mas, como eu já disse, toda vez que estávamos sozinha ela enfiava a língua dela dentro da minha boca!

Por isso, eu tinha passado os últimos dez minutos andando de um lado para o outro dentro do meu quarto. Até porque se eu parasse só por um minuto, ela vinha em minha direção e quando eu percebia já estávamos deitadas na cama.

Não que eu não quisesse ficar deitada na minha cama, beijando Sue pra sempre. Mas eu também não queria reprovar na minha matéria favorita (ok, reprovar pode ser um pouco demais, mas eu não aceitava uma nota menor que 10).

O primeiro amorOnde histórias criam vida. Descubra agora