4. high school musical but make it gay (emily pov)

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Eu achava que meu amor por Sue não poderia aumentar, mas ele tinha sido completamente renovado após nosso beijo.

Sue Gilbert havia me beijado. Eu beijei Sue Gilbert.

Tudo parecia ter sido um sonho, mas eu sabia que era real, porque, se fechasse os olhos, ainda podia sentir seus lábios sob os meus.

Como ela havia pedido, eu não fiz nenhuma pergunta a respeito do que tinha acontecido. Mas mil coisas passavam pela minha mente a todo momento. Já fazia algumas semanas desde o beijo e eu sentia como se tivesse sido ontem. Eu queria beijá-la de novo e de novo e ainda mais um milhão de vezes depois.

Àquela altura, eu já estava consciente de que meu amor por ela tinha passado de fraternal para amoroso, talvez sempre tenha sido, eu não me importava muito pra ser sincera. Desde que Sue entrou na minha vida, há seis anos atrás, eu deixei de ligar para qualquer pessoa ou coisa que não fosse ela. Ninguém era tão interessante para mim quanto ela, mas eu não tinha ideia do que Sue sentia, ela nunca falou nada sobre ninguém.

Eu estava com medo. Medo de estragar tudo por conta dos meus sentimentos. Minha cabeça estava cheia de "e se...", mas o principal era "e se eu falasse pra ela e aquilo acabasse com a nossa amizade?" Eu não poderia perder ela. Por isso decidi guardar aquilo para mim, a escrita ajudou bastante e se tornou cada vez mais frequente, eu escrevia sobre ela e principalmente sobre o que ela me fazia sentir.

...

As semanas seguintes passaram rapidamente e com o tempo acabei deixando de focar meus pensamentos completamente no beijo. Afinal era dezembro, o melhor mês do ano. Eu tinha acabado de completar quinze anos. Eu e Sue fazíamos aniversário com nove dias de diferença, eu primeiro e ela vinha logo depois. Quando éramos pequenas, decidimos que iríamos comemorar nossos aniversários sempre juntas. Não que fossemos pessoas supersticiosas ou nada do tipo, mas todo mundo tem bom senso de não comemorar o aniversário antes da hora, né? Então decidimos que nossa data comemorativa seria no Natal. Eu não me importava de esperar duas semanas e nem ela.

A data passou a se tornar um tipo diferente de tradição e era uma das minhas épocas favoritas do ano. Tudo era muito especial e é por isso que há algum tempo, eu pensava em preparar uma surpresa para seu aniversário.

Era difícil fazer qualquer coisa escondida de Sue com ela sempre por perto, por isso tive que contar com a ajuda de todo mundo. Até mesmo de Jane, que também participava das festas de fim de ano com a gente. Além de ser amiga de Austin e Sue - e de certa forma minha amiga também, apesar de que eu poderia contar nos dedos as vezes que conversamos, só nós duas. A família Humphrey era próxima de Thomas e dos meus pais, então tudo aconteceu de forma bem natural e eu adorava quando a casa ficava cheia, estar rodeada de pessoas queridas era o que fazia dezembro ser especial.

Pedi que Jane chamasse Sue e Vinnie para fazer os preparativos do nosso aniversário. Aquilo acabou se transformando em uma super festa e quando percebi, até minha mãe tinha se metido na preparação.

Sue sabia que eu odiava aquele tipo de coisa, então não suspeitou de nada quando eu disse que não queria participar. Eu tive que sair de casa várias vezes para conseguir fazer com que tudo desse certo e toda vez, ela perguntava onde eu ia, a desculpa era sempre a mesma: eu não aguentava mais ficar no mesmo ambiente que elas. O que não era totalmente uma mentira. Elas já estavam há uma semana naquilo e eu começava a me perguntar se elas iriam fazer uma festa para dez pessoas ou para cem.

Naquele momento, estávamos as quatro - eu, Sue, Vinnie e Jane, na minha casa, elas na sala de estar conversando próximas a mesa e eu na sala, sentada no sofá, tentando assistir tv. Só tentando porque eu não conseguia me concentrar mais, não quando elas se empolgavam e discutiam ou falavam alto demais - às vezes discutiam falando alto também. Eu comecei a trocar de canal sem, ao menos, ver o que passava em cada um. Aquilo, na verdade, era só um disfarce, eu estava esperando minha mãe voltar para casa com Austin para eu poder ir falar com Thomas:

O primeiro amorOnde histórias criam vida. Descubra agora