7. meus problemas são uma reação em cadeia (emily pov)

805 83 60
                                    


Eu nunca tinha me sentido tão mal em minha vida. Tanto no sentido literal, quanto figurativo da palavra. Depois que cheguei em casa na noite anterior, chorei até dormir. Era incrível que ao mesmo tempo que Sue conseguiu salvar completamente o dia, foi ela quem acabou com ele ao mesmo tempo.

Acordei a noite com febre e por conta disso minha mãe deixou que eu faltasse na aula - meus irmãos suspeitavam que eu só estivesse fingindo, como já havia feito algumas vezes antes, mas daquela vez era real e eu queria morrer.

Passei o dia inteiro praticamente na cama dormindo. Depois da aula, Sue tentou ir até minha casa, mas como não sabíamos o que eu de fato tinha, achamos melhor que ninguém entrasse no meu quarto a não ser minha mãe. O que foi ótimo, pois tudo que eu mais queria era evitar Sue - eu não sabia o que tinha acontecido com ela e Austin e não sei se queria saber ainda.

Eu repassei a conversa com ela em minha cabeça um bilhão de vezes - pensando em qual momento tudo deu errado, mas isso nem era o que mais me atormentava, esse lugar estava reservado para a declaração de Austin. Era quase como se eu fosse sonâmbula e estivesse vivendo um pesadelo acordada.

Assim que chegamos na escola, ele pediu para falar comigo. Eu nem podia imaginar sobre o que se tratava, mas se fosse chutar, nem de longe seria o que aconteceu de fato.

...

- Em, você e a Sue conversam sobre tudo, certo?

- Sim, porque?

- Ela, por acaso, já falou se está interessada em alguém? - A partir desse momento foi só ladeira abaixo

- Acho que não conversamos sobre tudo.. - Tentei desconversar e achei que tinha sido bem-sucedida, até que ele finalmente disse:

- Faz um tempo que eu gosto dela. - Eu não respondi nada, olhava para ele completamente em choque. Senti o ar começar a faltar.

- Eu queria chamar ela pra sair, mas você sabe eu não sei muito bem como lidar com esse tipo de coisa... eu não sei como chamá-la para sair. - Continuei sem responder e ele ficou nervoso.

- Você acha que isso é um absurdo?

- Aus... - Eu não sabia o que responder. Era difícil pensar quando você se sente como se estivesse sendo esmagada.

- Eu queria falar com você antes, porque você é a pessoa que eu mais confio no mundo e você conhece Sue mais que ninguém... - Talvez eu não a conheça tão bem assim... "O que eu faço?"

- Eu sinceramente não sei como ela se sentiria a respeito disso Aus... - Vi que ele abaixou a cabeça assentindo, então eu completei, com muito esforço - Mas eu acho que você deveria a chamar....se é isso que você quer.

- Você realmente acha?

- Você me ensinou que quando se quer algo, sempre vale a pena, ao menos, tentar e Sue vale o esforço... - Era muito mais fácil falar do que fazer, eu era uma piada.

- Em, você é incrível, muito obrigada - Ele me abraçou e eu retribui.

Aquele carro parecia diminuir de tamanho cada vez que eu respirava... precisava sair dali ou se não provavelmente choraria ali dentro.

E foi o que eu fiz, assim que consegui ficar sozinha.

...

Lágrimas caiam novamente ao me lembrar de ontem. Por Deus, eu amava Austin e ele era uma das pessoas mais doces do mundo, mas tudo que eu queria era que aquilo tudo desse errado - e por algum motivo aquele pensamento não me confortava em nada, porque significaria, que no final das contas, Austin também ficaria triste.

O primeiro amorOnde histórias criam vida. Descubra agora