— Não, isso não é verdade — neguei com a cabeça, disposta a não cair na armadilha. — Por que está fazendo esse jogo comigo, Kevin? — A minha voz já estava embargada pelo choro. — A tatuagem é falsa! Eu tenho certeza de que é falsa! — O loiro suspirou com pesar e esfregou a região com força. Cada letra permaneceu igual, nada foi alterado. — Você fez recentemente, então! — Justifiquei falando alto, um pouco mais descontrolada a cada segundo. — Só pode ter sido isso!
— Me perdoa, (s/a) — Park tentou se aproximar, mas eu me espremi na porta enquanto acenava negativamente com uma das mãos. E ele parou de caminhar no mesmo instante, obedecendo-me. — Eu só quero...
— Não se aproxima de mim.
— Tudo bem! Você está no controle! — Ergueu os braços em rendição. — Só preciso que pare, pense e acredite no que eu digo agora — me olhou fixamente. — Essa história de que sou o seu marido com problema de identidade é bizarra.
— Você se tatuou como o Jimin, não há outra possibilidade — insisti, secando as lágrimas que caíam sem o meu consentimento. — Isso tudo é uma grande mentira! — Aumentei o volume da voz. — Você não é o meu cunhado! Não é!
— Eu sou — falou baixo, mas firme. — Infelizmente.
— Não... — neguei com a cabeça mais uma vez, recusando-me a acreditar no que ele dizia.
— Juro que queria ter tido a oportunidade de te conhecer antes daquele merda do meu irmão — agora era o rapaz quem enxugava os olhos. — Eu deveria ser o seu marido hoje. Nós somos destinados, somos perfeitos juntos e o Jisung apareceu no nosso caminho apenas pra atrapalhar.
— Cala a boca! — O meu grito saiu estridente, fazendo-o pôr as mãos nos ouvidos. — Isso é mentira e eu não vou acreditar, entendeu? Você está mentindo!
— Não estou... — o loiro respirou fundo antes de continuar. — Espere um momento, por favor.
Park caminhou apressadamente até o closet e eu permaneci paralisada, usando aquela porta como apoio para não cair. Eu me sentia fraca, exaurida, a ponto de desabar ali mesmo. As minhas forças haviam ido embora e o que eu mais queria era poder fechar os olhos e quando os abrisse novamente, ter a certeza de que tudo o que Jimin disse foi apenas um pesadelo. Eu chorava em silêncio, não conseguindo imaginar e acreditar que o meu cunhado esteve comigo durante um tempo ainda desconhecido por mim. Aquilo poderia ser real? Eu seria mesmo incapaz de reconhecer o meu próprio marido? Fui ingênua ou burra por acreditar em uma mudança radical como aquela? Céus... Eu desejava desaparecer daqui e me poupar de ouvir qualquer palavra que saísse da boca daquele coreano louco.
— Meus documentos — ele voltou erguendo o seu passaporte e a sua carteira de habilitação na minha direção. — Park Jimin — falou quando peguei os dois. — Aqui está o meu celular pessoal, que possui as mensagens da minha mãe, do meu pai e do Samuel e assim confirmam que houve a troca — estendeu-me o aparelho e, receosa, eu o segurei. — Também tem as fotos que eu tirei com os meus pais ao longo desses anos que o Jisung esteve contigo e longe de nós, as fotos com a minha ex-namorada, as senhas das minhas redes sociais desativadas temporariamente, os números dos meus amigos de trabalho e de faculdade, os e-mails dos meus professores e do meu chefe... — suspirei ao ver o celular com a tela desbloqueada, mostrando-me a área de mensagens recebidas. — Tudo sobre mim — disse rápido, ansioso para que eu conferisse as coisas que ele falava. — Eu sou formado em Engenharia Civil, trabalhei em algumas construtoras, o meu nível de inglês é mediano e...
— E como você fala tão bem? — Sussurrei a pergunta, assustada demais com aquilo tudo que tinha em mãos.
— Aulas intensas, de longa duração por ter tido pouco tempo pra aperfeiçoar.
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Impostor | Park Jimin
Fanfiction「 𝐅𝐢𝐧𝐚𝐥𝐢𝐳𝐚𝐝𝐚 」 Eu estava frustrada, infeliz. Nem nos meus piores pesadelos imaginava que passaria por um momento como esse. Fiz inúmeros planos que não se cumpriram ao longo de dois anos completos de casamento e o pontapé inicial para os p...