— Pode entrar, senhora! — O médico sorriu, gentil. — O senhor Park irá... — Foi interrompido pela abertura da porta, ação que nos assustou. E quem saiu do quarto foi Noah, que segurava um notebook com as duas mãos e se surpreendeu ao me ver. Então ele sabia do estado de saúde do chefe? — Ah, Noah, veio anotar as informações do prontuário para os familiares do Kevin?
— S-Sim... — Ele acenou fortemente com a cabeça, atordoado. — Como vai, senhora?
— O Noah sempre esteve por aqui? — Questionei o médico, pouco me importando com o que ele pensaria a respeito da minha grosseria com o norte-americano.
— Sim, desde o início — franziu o cenho. — Ele não passou as informações do prontuário? Nós não ligávamos justamente porque o Noah fazia esse papel de ponte entre o hospital e a senhora — olhou para o rapaz e em seguida para mim.
— É... Ele me mantinha atualizada, sim — sorri fechado, profundamente incomodada. Aquele mentiroso havia me dito que não sabia de nada sobre o Jisung. — Eu apenas perguntei porque quis conferir se o trabalho foi feito corretamente — menti, tentando eliminar o constrangimento que se instaurou ali. — Noah tem um histórico de faltas.
— Ah, está explicado! — O profissional riu enquanto o outro permaneceu acuado, certamente com medo até do meu cheiro. — Podemos seguir?
— Claro — encarei o funcionário do meu marido. — É bom saber que você, assistente pessoal do Kevin, está com o Samuel e os demais nisso tudo — cerrei os olhos para o mais novo. — Agora sai da minha frente, por favor.
— Tud... Tudo bem, senhora — apertou o notebook nas mãos e afastou-se depressa.
Já um pouco irritada, dei passos firmes e corajosos na direção da porta e segurei a maçaneta com força, esforçando-me para controlar todos os impulsos. Eu tinha que continuar mantendo o controle. Eu sou forte, sei disso. E assim que respirei fundo pela última vez, girei a peça com afobação e destranquei a sala. O momento havia chegado. Poucos segundos depois, ao escancarar aquela porta, eu me vi de frente para Park Jisung. O homem com quem havia me casado anos atrás. Ele estava deitado sobre uma cama que mantinha o seu tronco levemente inclinado e a sua magreza chamou a minha atenção de imediato. Porém, mesmo debilitado, Kevin esforçou-se para sorrir ao me perceber ali. As minhas pernas bambas seguiram um trajeto aleatório até ele, fazendo-me esbarrar na ponta do móvel que lhe oferecia conforto, e logo as nossas mãos estiveram juntas novamente. Depois de tantos meses de distanciamento.
— Kevin... — sussurrei chorosa. Era doloroso vê-lo tão frágil. — Oi.
— Amor... — o loiro murmurou, tendo os olhos abarrotados de lágrimas. — Que... Que bom... — Tentou falar mais, porém foi interrompido por sua própria careta de dor.
— Não, não fala nada agora — acariciei a sua bochecha delicadamente. — Vamos ter tempo pra conversar bastante em breve — sorri, tentando ao máximo segurar a vontade de chorar. Eu esperava encontrar o meu marido fraco, mas não imaginava que o tempo em coma induzido havia retirado tanto peso dele. Até os seus lábios pareciam menores, murchos. — Eu estou aqui. Ninguém vai me tirar de perto de você.
— Por... Por que... Demorou? — Insistiu em falar e fez justamente uma pergunta complicada. Céus... O que eu responderia?
— Senhor Park, sem extravagâncias — o médico alertou e inconscientemente me salvou. — Nós combinamos.
— (s/n)... — O meu marido chamou ainda mais baixo.
— Estou ouvindo.
— Eu te amo — disse de uma vez, tossindo logo após.
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Impostor | Park Jimin
Fanfic「 𝐅𝐢𝐧𝐚𝐥𝐢𝐳𝐚𝐝𝐚 」 Eu estava frustrada, infeliz. Nem nos meus piores pesadelos imaginava que passaria por um momento como esse. Fiz inúmeros planos que não se cumpriram ao longo de dois anos completos de casamento e o pontapé inicial para os p...