— Pensa, pensa... — murmurei enquanto tinha os olhos fortemente fechados. Em poucos segundos, uma ideia surgiu na minha mente. — Vai ter que funcionar — sussurrei antes de começar a digitar uma mensagem para o meu marido.
(S/N):
Estou na cozinha.
Grudei o ouvido na porta e suspirei ao notar o silêncio. Ele havia se afastado. Com as mãos trêmulas, abri a porta apressadamente e a fechei com o máximo de cuidado em seguida. Após conferir o espaço ao meu redor e constatar que não havia ninguém por perto, praticamente corri até a cozinha e pude ver a lanterna do celular do meu marido ligada e ouvir os seus chamados por mim. Enquanto pensava em alguma desculpa para dar, me aproximei no momento em que ele ficou de costas e o abracei com força.
— Onde você estava? — Perguntou mais alto, assustado.
— No banheiro.
— Não mente pra mim — murmurou antes de virar-se para me encarar. — A porta estava aberta e não havia sinal algum seu.
— Eu estava querendo fazer uma brincadeira contigo, amor — falei séria no intuito de demonstrar firmeza, mas logo sorri. — Não gostou? — Fiz a minha melhor expressão de decepção para comovê-lo e o seu riso preencheu o silêncio da casa.
— Eu gostei, meu amor — disse antes de me abraçar pela cintura. — Mas você me assustou. Achei que tivesse saído pra passear e se perdido pela cidade.
— Por que eu sairia, Kevin? Não conheço nada aqui — ri. — Pra onde iria?
— Não me critique — pediu fazendo uma voz engraçada e eu ri alto dessa vez. — Vamos voltar para o quarto antes que os meus pais acordem.
— Queria comer alguma coisa.
— Está com fome? — Assenti. — Vou fazer o sanduíche que você gosta.
— Como sabe qual é o sanduíche que eu gosto? — Cruzei os braços quando nos afastamos.
— Eu já vi a Romena fazendo-o várias vezes, não sou tão desatento — fez bico e eu gargalhei antes de beijá-lo. — Fica sentadinha e contempla o trabalho do mestre aqui.
— Vai ser um prazer — mordi o lábio inferior enquanto o encarava caminhar graciosamente até a pia após ligar as lâmpadas do local.
— Não acredito — disse antes de virar-se para mim e sorrir.
— O que foi?
— Vai ficar me comendo com os olhos? — Arqueou uma sobrancelha. — É sério?
— E tem algum problema nisso? — Ri. — Você é o meu marido.
— Eu vou ficar assustado com o assédio.
— Pobre Park...
— Você não tem coração — cerrou os olhos e eu gargalhei.
— Estou com fome e você tem que me alimentar — ocupei um lugar na mesa da cozinha. — Vamos logo com isso, Park — apontei para a geladeira e sorri abertamente ao vê-lo me olhar com indignação. Estava amando ter esse momento tranquilo ao seu lado depois de tudo o que aconteceu hoje. — Você está bem? — Perguntei enquanto o observava se movimentar pelo cômodo.
— Sim, por quê?
— Por nada — dei de ombros quando ele me olhou. — Tive vontade de perguntar.
Park continuou o que fazia e terminou em poucos minutos, me presenteando com um sanduíche maravilhoso e até mais gostoso do que aquele que Romena preparava. Fiz uma brincadeira sobre convidá-lo para ser o responsável por fazer as minhas refeições e ele gargalhou enquanto assentia. Ficamos por ali durante alguns minutos e fomos surpreendidos pela aparição da minha sogra, que nos fez companhia até que entrássemos em nosso quarto novamente. Ela parecia bem à vontade na minha presença e isso me deixava mais aliviada, com esperança de que a nossa situação pudesse ser contornada e que nós pudéssemos seguir como uma família normal a partir daqui.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Impostor | Park Jimin
Fanfiction「 𝐅𝐢𝐧𝐚𝐥𝐢𝐳𝐚𝐝𝐚 」 Eu estava frustrada, infeliz. Nem nos meus piores pesadelos imaginava que passaria por um momento como esse. Fiz inúmeros planos que não se cumpriram ao longo de dois anos completos de casamento e o pontapé inicial para os p...