19. Jimin?

4.9K 534 514
                                    

— Pensa, pensa... — murmurei enquanto tinha os olhos fortemente fechados. Em poucos segundos, uma ideia surgiu na minha mente. — Vai ter que funcionar — sussurrei antes de começar a digitar uma mensagem para o meu marido.

(S/N):

Estou na cozinha.

Grudei o ouvido na porta e suspirei ao notar o silêncio. Ele havia se afastado. Com as mãos trêmulas, abri a porta apressadamente e a fechei com o máximo de cuidado em seguida. Após conferir o espaço ao meu redor e constatar que não havia ninguém por perto, praticamente corri até a cozinha e pude ver a lanterna do celular do meu marido ligada e ouvir os seus chamados por mim. Enquanto pensava em alguma desculpa para dar, me aproximei no momento em que ele ficou de costas e o abracei com força.

— Onde você estava? — Perguntou mais alto, assustado.

— No banheiro.

— Não mente pra mim — murmurou antes de virar-se para me encarar. — A porta estava aberta e não havia sinal algum seu.

— Eu estava querendo fazer uma brincadeira contigo, amor — falei séria no intuito de demonstrar firmeza, mas logo sorri. — Não gostou? — Fiz a minha melhor expressão de decepção para comovê-lo e o seu riso preencheu o silêncio da casa.

— Eu gostei, meu amor — disse antes de me abraçar pela cintura. — Mas você me assustou. Achei que tivesse saído pra passear e se perdido pela cidade.

— Por que eu sairia, Kevin? Não conheço nada aqui — ri. — Pra onde iria?

— Não me critique — pediu fazendo uma voz engraçada e eu ri alto dessa vez. — Vamos voltar para o quarto antes que os meus pais acordem.

— Queria comer alguma coisa.

— Está com fome? — Assenti. — Vou fazer o sanduíche que você gosta.

— Como sabe qual é o sanduíche que eu gosto? — Cruzei os braços quando nos afastamos.

— Eu já vi a Romena fazendo-o várias vezes, não sou tão desatento — fez bico e eu gargalhei antes de beijá-lo. — Fica sentadinha e contempla o trabalho do mestre aqui.

— Vai ser um prazer — mordi o lábio inferior enquanto o encarava caminhar graciosamente até a pia após ligar as lâmpadas do local.

— Não acredito — disse antes de virar-se para mim e sorrir.

— O que foi?

— Vai ficar me comendo com os olhos? — Arqueou uma sobrancelha. — É sério?

— E tem algum problema nisso? — Ri. — Você é o meu marido.

— Eu vou ficar assustado com o assédio.

— Pobre Park...

— Você não tem coração — cerrou os olhos e eu gargalhei.

— Estou com fome e você tem que me alimentar — ocupei um lugar na mesa da cozinha. — Vamos logo com isso, Park — apontei para a geladeira e sorri abertamente ao vê-lo me olhar com indignação. Estava amando ter esse momento tranquilo ao seu lado depois de tudo o que aconteceu hoje. — Você está bem? — Perguntei enquanto o observava se movimentar pelo cômodo.

— Sim, por quê?

— Por nada — dei de ombros quando ele me olhou. — Tive vontade de perguntar.

Park continuou o que fazia e terminou em poucos minutos, me presenteando com um sanduíche maravilhoso e até mais gostoso do que aquele que Romena preparava. Fiz uma brincadeira sobre convidá-lo para ser o responsável por fazer as minhas refeições e ele gargalhou enquanto assentia. Ficamos por ali durante alguns minutos e fomos surpreendidos pela aparição da minha sogra, que nos fez companhia até que entrássemos em nosso quarto novamente. Ela parecia bem à vontade na minha presença e isso me deixava mais aliviada, com esperança de que a nossa situação pudesse ser contornada e que nós pudéssemos seguir como uma família normal a partir daqui.

Impostor | Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora