34. Enfrentando a realidade

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— Ele conseguiu levantar e quebrou tantas coisas... — Parou de falar e a sua respiração ofegante me deixou ainda mais nervosa. Jisung deveria estar transtornado agora. — Kevin está furioso e foi impossível controlar as suas reações.

— E... — Engoli em seco, aflita. — E onde ele está neste exato momento? — A minha voz saiu mais baixa do que eu gostaria.

— Foi pra Portland — revelou com pressa, agitado. — Park quer confrontar todos os envolvidos e... E quer...

— O quê, Smith? — Falei mais alto, desesperada por informações. — Quer o quê?

— Quer falar com a senhora — disse de uma vez. — Quer confrontá-la também.

— Eu? — Franzi o cenho. — Me confrontar?

— Ele saiu daqui dizendo que precisava estar diante da senhora pra ouvir da sua própria boca que... Que o Jimin esteve aí na cidade — respirou fundo, tenso. — (s/n)... Kevin está muito diferente, eu nunca o vi assim — nós dois soltamos uma lufada de ar ao mesmo tempo. — Quebrou tudo o que pôde nesta residência.

— Meu Deus... — Sussurrei horrorizada.

— Por favor, esteja preparada pra enfrentá-lo e não se preocupe porque os investidores já estão se organizando pra irem até a sua casa.

— Eu preciso conversar com o meu marido antes de qualquer pessoa, então diga aos investidores que esperem a minha autorização pra entrar — ordenei, esforçando-me para conseguir levantar da cadeira. — Não quero que ninguém nos atrapalhe.

— Tudo bem, então — a sua respiração pesada era audível do outro lado. Samuel estava bastante nervoso e perceber isso apenas me deixava pior. Kevin deve estar muito bravo. — Eu vou recolher alguns pertences do senhor Park, como documentos, carteira e remédios, e estou indo pra Portland também.

— Certo — murmurei e desliguei a ligação em seguida. Eu não tinha tempo a perder. — Jisung descobriu — encarei as minhas amigas, que possuíam os olhos arregalados por provavelmente já imaginarem o que havia acontecido. — Descobriu e está enfurecido.

— Pelo menos vocês estão em cidades diferentes hoje — Claire falou após alguns minutos de silêncio entre todas nós.

— Park está vindo pra cá.

— E você irá encontrá-lo? — Foi a vez de Peyton se pronunciar.

— Obviamente — peguei a minha bolsa e guardei o celular dentro.

— O quê? — As duas gritaram juntas.

— Tenho que ir pra casa neste instante — respirei fundo para tentar me acalmar. — Vou esperar a chegada dele.

— Tem certeza, amiga? — Claire me encarou com preocupação. — Não é perigoso?

— Não — neguei com a cabeça, convicta. — O problema do Jisung é com o Jimin e eu acredito que ele só será capaz de fazer algum mal ao irmão.

— Posso dar a notícia ao Jimin? — A ruiva questionou. — Ele precisa estar preparado.

— Alguém já deve ter avisado, mas... — Engoli em seco mais uma vez, bastante apreensiva. — Pode falar.

— Que bom! — Alcançou o seu aparelho telefônico, que já estava sobre a mesa.

— Aproveite a oportunidade e diga que o Kevin e eu iremos conversar a sós e que... Bom... Que... — A minha cabeça doía, tomada por milhares de pensamentos ruins. — Que tudo vai ficar bem.

— Te levo até a sua casa — Peyton também se levantou. — E te espero no lado de fora.

— Não será necessário esperar — suspirei. — A conversa vai ser demorada e talvez eu nem saia de lá.

Impostor | Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora