02. Kevin Park

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— O quê? Como isso aconteceu, mãe? — A encarei assustado. Ela não respondeu, apenas chorava. — Pai, o que de fato aconteceu?

— Seu irmão está na Inglaterra. Ele estava em alta velocidade e sofreu o acidente agora há pouco — disse devagar, com calma. — Conseguiram retirá-lo com vida, mas o estado é crítico e nós temos que estar preparados pra tudo.

— E quem ligou? Foi a esposa dele? — Perguntei.

— Não, foi um homem chamado Samuel — franziu o cenho. — Pelo que entendi, é o braço direito do Jisung.

— Precisamos ir até lá, filho — minha mãe puxou a minha camisa de novo. Seu rosto já estava levemente inchado de tanto que chorava. — Por favor, vamos até o Jisung.

— Nós não temos como pagar uma viagem pra lá — meu pai insistiu e eu suspirei. Vou fazer uma burrada, mas isso não importa agora. É por uma causa importante.

— Temos e vamos — falei firme. — Eu pago as nossas passagens.

— Filho, não prec...

— Claro que precisa — minha mãe cortou a fala do meu pai. — Vamos arrumar as malas agora mesmo. Rápido.

— Jimin, você tem certeza de que esse dinheiro não vai te fazer falta agora? — O mais velho perguntou assim que a minha mãe foi até o seu quarto.

— Eu vou trabalhar pra repor — mantive o tom de voz firme. — Está tudo bem.

— E que caixa é aquela? — Apontou. — Suas coisas estão dentro.

— Fui demitido — falei rápido e ele suspirou enquanto negava com a cabeça. — Mas eu vou conseguir arrumar um emprego de qualquer coisa, não se preocupe.

— Você não pode gastar o pouco que tem só pra ir ver o Jisung. Nós podemos obter todas as informações daqui mesmo.

— Pai, é o meu irmão. O seu filho — levantei-me e o encarei. — Sei que Jisung foi duro com todos nós, mas temos que mostrar apoio agora. Somos uma família e ele precisa da gente.

— Olha, Jimin, eu não sei se você é bom demais ou se é bobo — ele riu fraco e eu fiz o mesmo. Não sabia o que responder. — Tente conseguir um voo pra hoje. A viagem é muito longa e quanto mais cedo, melhor.

— Pode deixar.

[...]

— Park Jisung — falei com pressa, ansioso. Queria pelo menos ver o meu irmão de longe. Fazia tanto tempo que não nos víamos e eu confesso que até estava com saudades.

— Não temos registro de nenhum Park Jisung, senhor — a moça disse enquanto tinha o cenho franzido, confusa.

— Jisung Park? — Insisti.

— Não, senhor.

— Será que o Samuel deu o endereço errado? — Olhei para o meu pai e ele deu de ombros. — Liga pra ele.

— Não será necessário, senhor Jim... — o homem parou de falar assim que me viu de frente. Ergui uma sobrancelha, esperando que dissesse algo, e ele arregalou os olhos. — Céus! Vocês... Vocês são idênticos.

— Somos gêmeos — ri soprado. — Idênticos.

— Mas são muito iguais — disse assustado fazendo-me revirar os olhos. — Mesmo com a coloração do cabelo, o que na teoria difere bastante, vocês continuam muito idênticos.

— Cor de cabelo? — Minha mãe o encarou confusa. — Jisung não tem o cabelo castanho escuro como o Jimin?

— Jisung? Quem é Jisung? — Samuel riu sem vontade.

Impostor | Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora