32. Instabilidade

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— Eu... Eu vou te contar — engoli em seco e olhei ao redor para tentar recobrar a sensatez. Não posso deixar a (s/n) desesperada durante o evento, na frente de centenas de pessoas. — Só que não agora e nem aqui. Precisamos de um ambiente tranquilo e reservado.

— É tão sério assim?

— Não se assuste em antecipação, (s/n) — pedi, já preocupado com a sua provável reação ao ouvir tudo o que sei. — Eu estou nervoso com todo este cenário caótico e não consigo passar outro tipo de sensação pra você — decidi ser um pouco mais ameno para tentar dar algum conforto para ela. — Vou te falar o que descobri, mas só poderei fazer isso em dois dias.

— Como? — Franziu o cenho. — Por qual motivo?

— Eu vou precisar ir embora do país em três dias, que é quando a notícia de que o Kevin sofreu um acidente vai surgir na imprensa, e quero te encontrar no dia anterior pra te dizer algumas coisas.

— Por que não faz isso amanhã?

— Porque eu preciso recolher uns documentos e conversar com um advogado.

— Advogado?

— Quero saber até que ponto o Jisung pode interferir na minha liberdade no futuro.

— Ele nunca vai te denunciar.

— Não confio no meu irmão, (s/n) — neguei com a cabeça, convencido do que dizia. — Cheguei à conclusão de que ele não ama e não protegeria ninguém.

— Eu não vou deixar que o Jisung faça algo contra você, Jimin — as suas mãos seguraram a minha cintura, surpreendendo-me duplamente; tanto pela declaração quanto pelo ato. — Não vou.

— O que pretende fazer?

— Tenho uma... — Hesitou. — Uma forma de convencê-lo a não chegar perto da polícia.

— Céus... — Murmurei, chocado. Kevin era envolvido com outro tipo de manobra ilegal? — Não quero que se arrisque por mim. Jisung odeia a família inteira e certamente não precisa de muito pra te odiar também.

— Me entendo com ele, pode ter certeza — a sua firmeza ao afirmar me convenceu. Ela não apenas sabia de algo... (s/n) possivelmente provava algo. — Você estará seguro.

— Obrigado — a envolvi pelos ombros em um abraço forte. — Obrigado por se preocupar comigo mesmo depois de toda a mentira que ajudei a sustentar.

— Até certo ponto, você não tinha escolha — apertou os braços ao meu redor, pressionando-os um pouco mais. — Mas com o passar do tempo você pôde identificar que eu não te prejudicaria com os investidores e não identificou.

— Eu tinha muito medo, (s/n).

— Sei disso — se afastou para me olhar. O seu sorriso discreto me tranquilizou, pois me fez perceber que o assunto já não a incomodava tanto. — Você tinha medo de ser rejeitado por mim, de ver o meu olhar de decepção, de ouvir palavras duras... — Se interrompeu para respirar fundo. — E tudo isso realmente aconteceu porque era a consequência da sua atitude. Por mais que a intenção tenha sido boa, você enganou uma pessoa inocente de uma maneira... Absurda.

— Sim, eu concordo totalmente — suspirei. — Ah, (s/n)... — Busquei coragem e acariciei a sua bochecha esquerda. — Você é a pessoa mais preciosa, é a única parte boa dessa merda toda — o seu sorriso se tornou maior. — Por favor, me perdoa. Eu não soube, talvez por inexperiência, fazer o correto.

— Quem teria experiência em assumir o lugar do irmão? — Riu fraco, acenando negativamente com a cabeça. — Entendo que, quando aceitou, você imaginou que eu sabia de tudo, desde o fato de serem gêmeos até a troca.

Impostor | Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora