41. Outro caminho

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— Vocês realmente não estão se falando? — Perguntei para Claire, que estava sentada ao meu lado na mesa do bar.

— Não, amiga — a ruiva suspirou. — Já te disse.

— Então o Jimin está querendo seguir a vida... — Mordi o lábio inferior, desnecessariamente afetada. — E se afastar por completo de Portland é o primeiro passo.

— É... — Encolheu os ombros. — Eu fiquei chateada até perceber que não fico mais do que dois minutos sem falar de você quando nós dois estamos conversando — riu fraco e eu a acompanhei. — E esse deve ser o motivo que o distancia de mim agora — bufou. — Já até perdi as contas de quanto tempo faz desde o nosso último contato.

— Que merda...

— E ele tentou ligar ou mandar mensagens depois do dia que o Royce foi ao veterinário? — Bebeu um pouco da sua cerveja e eu fiz o mesmo com a minha. — Isso aconteceu há uma semana.

— Falou uma vez — entortei a boca, descontente. — Anteontem.

— Que difícil... — Pressionou os lábios, quase tão incomodada quanto eu. — Não gosto dessa atitude, mas o entendo.

— Também.

— E como você se sente?

— Dividida — respondi depressa. — Acho que ele está fazendo o que é certo em prol do seu próprio bem-estar, só que me irrita ficar tão abalada com isso. Eu deveria aprovar, deveria pensar que o Jimin vai ficar bem e deveria ficar bem também.

— Sim... — Claire concordou com a cabeça. — De certa forma, a distância física do Jimin já deveria te fazer muito bem porque você não se sentiria tão mal por vê-lo e não poder beijá-lo.

— Sim, é verdade... — Meneei a cabeça. — Mas eu sinto a mesma coisa, estar perto ou longe não mudou muito a situação. É horrível não ouvir a voz dele.

— Ah, (s/n)... — Ela suspirou novamente. — Você está em um nível tão alto de paixão...

— Por enquanto — retruquei. — A distância que o Jimin está impondo vai me fazer bem a longo prazo.

— Vai, sim.

— E você? — Mudei de assunto repentinamente, surpreendendo-a. Ri. — Encontrou o Ravel de novo?

— Ontem — sorriu. — E ele me convidou pra passar uma semana na França.

— Claire! — O susto pela notícia me fez arregalar os olhos. — Isso é muito bom! É quase um sinal de que as coisas vão se estreitar entre vocês!

— O quê? — Riu alto. — Amiga, por favor, não aumenta a realidade! — Acenou negativamente com as mãos. — É só um convite pra aproveitar o meu corpinho no país dele.

— Te falta romantismo — revirei os olhos.

— E você tem em excesso.

A nossa conversa seguiu e entre revelações e risos, o tempo passou. Encerramos o assunto "Park Jimin" em definitivo quando a minha mãe e o pessoal do seu restaurante chegaram no bar. Hoje iríamos comemorar o sucesso alcançado nos últimos dias e escolhemos um bar na área mais badalada da cidade para isso. Como Peyton viajou com a família, chamei apenas Claire para estar comigo nesse momento e também para falar um pouco sobre Jimin e expulsar a frustração que estou sentindo. Era horrível sentir o desejo de conversar com alguém que não te responde do modo que poderia, que não demonstra o mínimo interesse em ter contato.

— Não quero me empolgar na bebida hoje — alertei assim que enchi o meu quinto copo de cerveja. — Tenho uma entrevista de emprego amanhã.

— Ah, que maravilha! — Claire me abraçou de lado. — Vai dar tudo certo, amiga. Você vai conseguir.

Impostor | Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora