22. Quase perfeito

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— Claro que eu vou lembrar de você, Jimin — ri fraco antes de abraçá-lo fortemente. — Vou lembrar do marido maravilhoso que tenho — quando nos separamos, me deparei com o seu sorriso fechado. — Algum problema?

— Só um — apontou para a porta, levando a minha atenção para a fechadura. — Você está demorando muito pra abrir.

— Independentemente do que tenha nesse espaço, eu quero que você saiba que ele agora é um milhão de vezes mais especial pra mim — eu não conseguia parar de sorrir. — Obrigada.

— Não agradeça — ele pediu baixo, me encarando firmemente. — Você merece muito mais, meu amor.

Lentamente, enfiei a chave em seu devido lugar e girei até ouvir o barulho do destrave. Em seguida, abri a porta devagar e o arregalar de olhos foi inevitável. Jimin havia montado um pequeno ateliê naquele cômodo e a minha surpresa ao descobrir isso não me permitia sequer dar um passo para dentro. No canto direito da sala, algumas molduras estavam penduradas na parede, assim como um quadro de recados repleto de pequenos papéis rabiscados; que só ao tomar coragem para entrar e me aproximar deles, pude notar que continham técnicas simplificadas para desenhar rostos.

Guiada pelo choque, caminhei vagarosamente pelo espaço e sorri largo ao ver a imensa mesa que ocupava a parte central. Nela, papéis especiais para desenho e pintura, lápis e pincéis variados e tinta a óleo estavam muito bem organizados em seus devidos lugares. Ao reparar o canto esquerdo, franzi o cenho quando me deparei com a parede completamente branca e sem objeto decorativo algum. No minuto seguinte, senti os braços de Jimin me envolvendo em um abraço aconchegante e foi impossível não sorrir mais uma vez. O loiro aproveitou que estava atrás do meu corpo e apoiou o queixo no meu ombro, usando-me como apoio para observar a parede à nossa frente.

— Aqui é o lugar onde as suas pinturas ficarão — falou baixo, em tom tranquilo. — As mais importantes, aquelas que serão dedicadas a mim, ficarão nas molduras na outra parede — brincou me fazendo gargalhar. Ele riu em seguida. — Falo sério. Comprei molduras lindas pra você me homenagear.

— Porque você é o melhor...

— Parceiro do mundo — Jimin me interrompeu. — Sou o companheiro da sua vida, o homem que nasceu apenas pra te fazer feliz — me virei para ele e tive o meu rosto envolvido por suas mãos. — Sou muito grato por ter te conhecido.

— Você é surpreendente, Park Jimin — empurrei-o levemente pelo peito e, em seguida, trouxe-o para perto novamente ao puxar a sua camisa. O meu marido sorria abertamente antes de render-se ao beijo que lhe dei. — Te amo. Muito obrigada por tudo isso.

— Te amo — sussurrou, beijando-me mais uma vez. — Tive uma breve conversa com a sua mãe sobre o que você gostava de fazer quando não nos conhecíamos e ela me contou das pinturas — se afastou de mim para cruzar os braços e me encarar de olhos cerrados. Eu ri.

— O que foi?

— Por que não queria que eu soubesse do seu gosto pela pintura?

— Ah, eu fiquei envergonhada porque não sou muito boa — mordi o lábio inferior, acanhada. — Sempre gostei de ouvir as suas histórias fantásticas e achava que esse fato sobre mim era uma bobagem — encolhi os ombros.

— Histórias fantásticas? — Ele riu fraco enquanto erguia uma sobrancelha.

— É, amor. Você gostava de me falar sobre as músicas que fazia pra sua mãe, não lembra? — Sorri abertamente, mas ele ficou sério. Franzi o cenho. — Não lembra mesmo? Sei que já faz um tempo, mas...

— Ah! — Me interrompeu, assentindo com a cabeça. — Claro! É claro que eu lembro! — Sorriu brevemente. — Era eu que fazia isso e a minha mãe adorava sentar pra ouvir todas elas — riu fraco, mas logo ficou sério de novo.

Impostor | Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora