31. O grande desafio

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Não! Não!

Não posso magoar a (s/n) por causa dos meus sentimentos e interesses. Seria uma atitude egoísta e vergonhosa. Se eu tivesse coragem para contar a verdade pensando apenas em obter algum benefício com isso, certamente me sentiria um lixo pouco tempo depois. Não faz parte de mim e embora esteja desesperado para ter o amor pleno de (s/n), devo afastar tais vontades insanas e seguir sóbrio, sem culpas. E os meus próximos passos já estavam traçados: primeiro falaria com os meus pais, os avós da bebê, e depois enfrentaria o Jisung, agora de uma maneira totalmente diferente da que eu havia planejado. O meu desejo, no início, era ter uma conversa tranquila para que resolvêssemos os nossos problemas do passado, mas tudo havia mudado agora. Uma criança estava entre todos nós e o meu irmão precisará se posicionar sobre ela, além de contar a verdade para a esposa.

— Confesso que não acreditei quando me ligaram dizendo que estavam em Portland — falei assim que cumprimentei os meus pais com um abraço. — Aconteceu algo?

— Viemos pra te dar um apoio na inauguração das torres amanhã — a minha mãe explicou, sorridente. — Sabemos que será muito difícil pra você.

— É.

— Afinal, você estará fingindo ser o seu irmão pra uma grande quantidade de pessoas — o meu pai completou. — Vai ser complicado.

— Me deixou mais nervoso — ri fraco, vendo-o sorrir.

— Você consegue, Jimin — bateu em minhas costas enquanto caminhávamos lado a lado pelo aeroporto. — Como está a sua relação com (s/n)? Ela ainda te odeia?

— Está magoada — suspirei com pesar.

— Nada fora do normal — minha mãe disse.

— E eu sinceramente acho que o perdão vai demorar pra vir — encolhi os ombros. — A vida é assim. Nada vem fácil, principalmente quando você faz bobagem.

— Vai ficar tudo bem — recebi um abraço de lado da minha mãe. — Ela tem um coração maravilhoso e vai te perdoar mais rápido do que você imagina, filho.

— Espero.

— Fomos ver o Jisung em Londres — o meu pai contou e a repulsa foi instantânea. Vi uma foto da Ava há dois dias e depois disso senti uma raiva imensa do meu irmão porque sabendo como ele é, tenho certeza de que rejeitará a menininha fofa só porque foi gerada fora do matrimônio. — Fizemos as pazes — sorriu. Depois que (s/n) me falou sobre a participação dos meus pais na angústia de Jisung, eu fiz questão de conversar com os dois por chamada de vídeo para dizer o que aconteceu e pedir que fossem até o hospital para tentarem uma reconciliação com o filho. — Eu me desculpei pelos meus erros e ele também.

— Foi lindo — a mais velha sorria abertamente, feliz. — A nossa família está se unindo aos poucos, meu filho.

— Se eu fosse vocês, não comemoraria antes da hora.

— Por quê? — Meu pai questionou com o cenho franzido.

— Tenho uma notícia... — Tomei fôlego. Aquela era a hora. Eu não teria coragem de falar depois. — Difícil.

— O que é? — A minha mãe perguntou, falando alto. — Está ligada ao Jisung, não está?

— Totalmente.

— O que o seu irmão fez, Jimin? — A expressão de cansaço do meu pai era notável. — Não é possível que tenha feito algo pior do que já fez até aqui.

— Ele conseguiu, pai — paramos de caminhar quando chegamos no lado de fora do aeroporto. O motorista particular certamente já estava chegando com o carro, então eu ainda teria alguns minutos para contar. — Engravidou uma mulher na Inglaterra e a criança vai completar três meses de vida.

Impostor | Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora