04. Nova fase

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Park Jimin

— Fiz a (s/n) pensar que você está meio estranho porque perdeu alguns negócios — Samuel falou animado.

— Você disse isso?

— Disse — gargalhou. Parei de espalhar o creme pela mandíbula e o encarei.

— Não deveria rir da mulher do seu chefe — rebati. Odiava o fato de estarmos enganando a (s/n). — Ela está passando por muita pressão sem nem saber da verdade.

— É melhor que seja assim — disse antes de pigarrear, ficando sério em seguida. — O ideal é que você mantenha o rosto sempre livre de pelos, certo? Kevin odeia barba, bigode... — deu de ombros e eu assenti enquanto pegava o barbeador. — E você deve se lembrar de perguntar os compromissos do dia para o seu secretário. Não esqueça disso.

— Tudo bem.

— Todos os dias você terá aulas intensas de inglês — me olhava atentamente, o que me deixava mais nervoso. — Você não está convencendo bem e provavelmente a sua esposa não percebeu porque está nervosa demais com os últimos acontecimentos.

— Ela é a esposa do meu irmão, Samuel.

— Ah... Me desculpe — murmurou e riu. — É que parece que eu estou com o Kevin aqui.

— Não vou entrar nesse assunto de novo — bufei, encarando-o com impaciência. — Pode me dar licença? Eu preciso de privacidade.

— Pra tirar os minúsculos pelos que cresceram em três dias? — Riu.

— Eu realmente quero ficar sozinho, Samuel.

— Tudo bem — ergueu os braços. — Hoje eu vou com você pra construtora, mas amanhã é por sua conta. Por favor, seja convincente.

— Eu serei — falei com firmeza.

Terminei de me barbear e segui correndo pelo quarto em busca do tal closet que Samuel disse que havia por ali. Encontrei uma porta bem escura de vidro e tentei abri-la, mas não havia puxador. Como entrar nesse lugar? Procurei de diversas maneiras algum modo de adentrar a sala, mas não consegui. Só após longos minutos, percebi que havia um leitor digital ao lado da porta.

— Não, não, não — murmurei enquanto observava o equipamento mais de perto. — Merda!

Retornei para o banheiro e coloquei uma toalha em volta da cintura, por cima da cueca. Após pegar o meu celular e respirar fundo, abri a porta e caminhei com pressa até a escada. Liguei para Samuel, mas a droga do seu celular estava desligado. Como eu me vestiria para ir trabalhar no lugar do Jisung? Caminhando praticamente colado na parede, desci degrau por degrau com o maior cuidado para não ser visto.

— Samuel — chamei em tom moderado.

— Senhor Park... Jesus! — Romena gritou e derrubou o copo com suco que segurava para colocar as mãos na boca. — S-Senhor...

— N-Não... Me desculpe, senhora Romena — falei extremamente alto por causa do susto. Apertei a toalha em meu corpo para que não corresse o risco de piorar a situação. — E-Eu vou... Vou voltar — virei-me para subir novamente e assim fiz. Ela ainda permanecia parada como um poste, completamente assustada.

— O que está acontecendo? — Os passos apressados de Samuel foram ouvidos e logo ele apareceu. — Kevin? Tudo bem?

— Você pode ajudar a senhora Romena? Eu... Eu sinto muito — falei sem virar-me para vê-los, bem envergonhado. — Samuel, depois você vai até o meu quarto. Preciso de ajuda.

Corri para o cômodo mencionado e tentei controlar a minha respiração descompassada. Eu deveria ser um imã ambulante para situações constrangedoras, só pode ser isso. Andei de um lado para o outro enquanto esperava Samuel adentrar o quarto, estava completamente nervoso. Uma batida na porta ecoou pelo lugar silencioso e eu cheguei até lá em apenas dois passos largos.

Impostor | Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora