Park Jimin
— Fiz a (s/n) pensar que você está meio estranho porque perdeu alguns negócios — Samuel falou animado.
— Você disse isso?
— Disse — gargalhou. Parei de espalhar o creme pela mandíbula e o encarei.
— Não deveria rir da mulher do seu chefe — rebati. Odiava o fato de estarmos enganando a (s/n). — Ela está passando por muita pressão sem nem saber da verdade.
— É melhor que seja assim — disse antes de pigarrear, ficando sério em seguida. — O ideal é que você mantenha o rosto sempre livre de pelos, certo? Kevin odeia barba, bigode... — deu de ombros e eu assenti enquanto pegava o barbeador. — E você deve se lembrar de perguntar os compromissos do dia para o seu secretário. Não esqueça disso.
— Tudo bem.
— Todos os dias você terá aulas intensas de inglês — me olhava atentamente, o que me deixava mais nervoso. — Você não está convencendo bem e provavelmente a sua esposa não percebeu porque está nervosa demais com os últimos acontecimentos.
— Ela é a esposa do meu irmão, Samuel.
— Ah... Me desculpe — murmurou e riu. — É que parece que eu estou com o Kevin aqui.
— Não vou entrar nesse assunto de novo — bufei, encarando-o com impaciência. — Pode me dar licença? Eu preciso de privacidade.
— Pra tirar os minúsculos pelos que cresceram em três dias? — Riu.
— Eu realmente quero ficar sozinho, Samuel.
— Tudo bem — ergueu os braços. — Hoje eu vou com você pra construtora, mas amanhã é por sua conta. Por favor, seja convincente.
— Eu serei — falei com firmeza.
Terminei de me barbear e segui correndo pelo quarto em busca do tal closet que Samuel disse que havia por ali. Encontrei uma porta bem escura de vidro e tentei abri-la, mas não havia puxador. Como entrar nesse lugar? Procurei de diversas maneiras algum modo de adentrar a sala, mas não consegui. Só após longos minutos, percebi que havia um leitor digital ao lado da porta.
— Não, não, não — murmurei enquanto observava o equipamento mais de perto. — Merda!
Retornei para o banheiro e coloquei uma toalha em volta da cintura, por cima da cueca. Após pegar o meu celular e respirar fundo, abri a porta e caminhei com pressa até a escada. Liguei para Samuel, mas a droga do seu celular estava desligado. Como eu me vestiria para ir trabalhar no lugar do Jisung? Caminhando praticamente colado na parede, desci degrau por degrau com o maior cuidado para não ser visto.
— Samuel — chamei em tom moderado.
— Senhor Park... Jesus! — Romena gritou e derrubou o copo com suco que segurava para colocar as mãos na boca. — S-Senhor...
— N-Não... Me desculpe, senhora Romena — falei extremamente alto por causa do susto. Apertei a toalha em meu corpo para que não corresse o risco de piorar a situação. — E-Eu vou... Vou voltar — virei-me para subir novamente e assim fiz. Ela ainda permanecia parada como um poste, completamente assustada.
— O que está acontecendo? — Os passos apressados de Samuel foram ouvidos e logo ele apareceu. — Kevin? Tudo bem?
— Você pode ajudar a senhora Romena? Eu... Eu sinto muito — falei sem virar-me para vê-los, bem envergonhado. — Samuel, depois você vai até o meu quarto. Preciso de ajuda.
Corri para o cômodo mencionado e tentei controlar a minha respiração descompassada. Eu deveria ser um imã ambulante para situações constrangedoras, só pode ser isso. Andei de um lado para o outro enquanto esperava Samuel adentrar o quarto, estava completamente nervoso. Uma batida na porta ecoou pelo lugar silencioso e eu cheguei até lá em apenas dois passos largos.
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Impostor | Park Jimin
Fanfic「 𝐅𝐢𝐧𝐚𝐥𝐢𝐳𝐚𝐝𝐚 」 Eu estava frustrada, infeliz. Nem nos meus piores pesadelos imaginava que passaria por um momento como esse. Fiz inúmeros planos que não se cumpriram ao longo de dois anos completos de casamento e o pontapé inicial para os p...