13. Desejo

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— Está realmente irritada com isso? — Park tinha o cenho franzido.

— Óbvio. Acha que foi legal chegar naquele quarto e ver aquela bagunça toda? — Mantive o meu tom anterior. Kevin me soltou e se afastou vagarosamente. — Nós combinamos que nunca faríamos nada naquela casa sem que o outro soubesse, no entanto... — calei-me e o vi suspirar.

— Era pra ser uma surpresa.

— Acha que eu não notaria aquele grupo de homens dentro de casa? — O encarei com incredulidade. Kevin pôs as mãos na cintura e bufou. — Eles estão quebrando as paredes! O barulho está grande e eu não sou surda, Park.

— Não gostou?

— Você deveria ter me consultado.

— Gostou ou não?

— Gostei, mas...

— Eu tomei essa iniciativa pensando em você — suspirou mais uma vez. — Achei que fosse ficar feliz.

— Kevin, eu precisava ter conhecimento do que iria acontecer. Sei que a intenção é boa, mas como fazer tudo aquilo escondido sem que eu percebesse nada? — Falei mais baixo agora. Ele estava chateado e isso me deixou incomodada. Eu deveria estar parecendo uma ingrata completa.

— Eu errei — bagunçou o cabelo com uma das mãos. — Me desculpe. Eu estava pensando em transformar aquele quarto em...

— Não me diga — o interrompi com pressa. — Ainda quero a surpresa — o sorriso surgiu em meus lábios de maneira completamente involuntária. — Você foi bem ingênuo, mas foi planejado com amor.

— Muito amor — ele me corrigiu em meio ao sorriso e eu ri enquanto assentia. — Eu sei que você sofre muito sempre que passa por aquele quarto e sempre que vê qualquer coisa ali dentro — disse sério agora. — Também me dói muito e é por isso que eu te entendo tanto — encarou o chão, suspirando em seguida. — Então, a melhor solução é transformar aquele espaço pra que memórias agradáveis surjam ali — me olhou com pesar. — Quero que saiba que eu não estou fazendo isso pra que se esqueça do se... Do... Do nosso filho — perdeu-se nas palavras, o que me fez franzir o cenho. Kevin estava tão emocionado assim?

— Está tudo bem, eu só fiquei chateada porque não fui consultada — me aproximei dele e segurei as suas mãos, apertando-as. — Aquele quarto foi quase todo montado por mim e ver as paredes indo abaixo me deixou irritada. Era como se você não tivesse o direito de destruir algo que era meu.

— Me perdoe — murmurou antes de beijar as minhas mãos. — Eu não pensei nisso, confesso.

— Você se mexeu pra fazer alguma coisa por mim e isso já te isenta da culpa, amor — sorri abertamente, abraçando-o com força. Kevin riu enquanto grudava o seu nariz em meu pescoço, cheirando o local no instante seguinte.

— Você tem um cheiro tão bom — elogiou, apertando-me em seus braços firmes. — Eu te amo, (s/a).

Nos separei do abraço e segurei o seu rosto entre as minhas duas mãos, fazendo-o me encarar. Park tinha os olhos brilhantes de lágrimas presas e aquilo me deixou confusa por um momento. Por que ele estava tão sensível? Estaria relacionado às frustrações em relação ao quarto do nosso bebê? Sem demora, acariciei as suas bochechas e, no intuito de tranquilizá-lo, sorri antes de grudar os nossos lábios em um selinho demorado.

— Te amo — sussurrei ao me distanciar.

— Senhor Park? — A voz de Paul veio seguida de batidas na porta.

— Que saco! — Kevin murmurou, separando-se de mim completamente. — Pode entrar — o loiro sentou-se em sua cadeira e eu fiz o mesmo com a que ficava em frente à sua mesa.

Impostor | Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora