43. Sintonia

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Depois de me apresentar para Jimin, confirmei aquele caminho de aproximação que havíamos escolhido juntos quando correspondi ao seu abraço apertado. Era oficial: nós dois iríamos deixar para trás qualquer detalhe minúsculo que ainda poderia nos incomodar e dar passos adiante no que se referia a estabelecer algum tipo de ligação. E por mais que não tivéssemos externado tudo o que passava na nossa cabeça, Jimin e eu sabemos perfeitamente que temos muito em comum e que tantas conexões nos renderá uma ótima amizade ou o que quer que seja. Pois é... O que quer que seja. Também não é segredo para nenhum de nós que a atração sexual está à espreita, sempre ao nosso redor. Quanto a Peter, eu me peguei pensando nele durante trajeto para casa. O que devo fazer? Melhor... Será que devo fazer algo?

Não!

Jamie e eu apenas sinalizamos para uma reaproximação que pode resultar puramente em uma amizade linda, já que temos tanto em comum.

É isso.

[...]

— A senhorita está um arraso! — Pisquei o olho para mim mesma em frente ao espelho. Sozinha no meu quarto, entreguei-me ao riso. — Bobinha, bobinha! — Balancei a cabeça em negação enquanto ria e terminei de ajeitar o vestido no meu corpo. — Será que Claire já está pronta?

— Pronta e gostosa! — Assustei-me com a presença repentina da ruiva na porta. Tendo a autoestima tão elevada quanto a minha no dia de hoje, ela apoiou uma das mãos no batente e usou a outra para passear por sua cintura. Gargalhei. — Theo Min que me aguarde!

— Por que eu sinto que vocês vão se beijar nesta noite? — Retoquei o batom sobre os meus lábios antes de guardar o produto na minha bolsa. — Por favor, se comporte. É a primeira vez que sairemos todos juntos.

— Beijar aquele homem? — Riu soprado, disfarçando a sua real intenção. — Não conte com isso!

— Pensei que a conversa que vocês tiveram na semana passada significasse que finalmente chegaram a um acordo de paz — revirei os olhos e me concentrei em colocar os meus sapatos de salto. — Que se resolveram.

— Nos resolvemos — deu de ombros. — Mas eu gosto de discutir com ele... O que posso fazer?

— Yoongi é calmo, descomplicado... Só quer tranquilidade! — Lembrei. — Você também era assim, lembra?

— É como a Peyton sempre disse — bufou. — As pessoas vão envelhecendo e ficando chatas. Eu estou totalmente convencida disso.

— E como você vai conquistar o cara por quem está apaixonada? — A encarei. — Batendo com um taco de baseball na cabeça dele?

— Não é uma má ideia — mordeu o lábio inferior e gargalhou quando, incrédula, arregalei os olhos. — Yoongi e eu nos entenderemos de verdade quando for a hora, está bem?

— Então você admite que...

— Sim, ele sente algo por mim — entortou a boca. — Mas pode ser atração — afastou os cabelos do seu pescoço, nervosa. — Ah, (s/n)... — Lamentou. — Eu tenho medo! Pronto! Confesso! — Suspirou alto. — Tenho medo de permitir que o Yoongi se aproxime, que a gente se entregue ao que estamos sentindo um pelo outro e que eu me foda no final — bufou mais uma vez. —Tenho medo de terminar essa história trancada no meu quarto enquanto choro como uma idiota machucada.

— E o que há de errado nisso? — Fiquei de pé. — Sofrer traz força, vontade de reagir — nos entreolhamos. — Se for pra você sofrer no final de tudo, tenha certeza de que há uma motivação importantíssima por trás.

— Experiência própria?

— Ainda pergunta? — Nós duas rimos. — Escuta a sua amiga, está bem? — Nos envolvemos em um abraço apertado. — Podemos ir. Não vamos ficar aqui perdendo tempo.

Impostor | Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora