— Já pode começar a contar — apressei o mais velho.
— Sabe o papo de fase complicada com a minha esposa? — Smith iniciou e eu apenas murmurei uma afirmação. — É mentira — me olhou com culpa.
— Mentira? — Perguntei e, como resposta, o homem acenou positivamente com a cabeça. — Lembro que vocês estavam prestes a se separar quando você precisou se hospedar na nossa casa pela primeira vez — cerrei os olhos. — O que de fato aconteceu agora, Samuel?
— Ela me expulsou de casa porque descobriu que eu tinha uma amante — disse rápido, claramente nervoso. — E o Jimin é totalmente contra o que fiz, por isso que ele não quer me ajudar em nada — suspirou antes de continuar. Eu estava em choque. — Mas eu não quero ficar sozinho nesse momento difícil. Preciso do apoio dos meus únicos amigos.
— Você traiu a sua esposa? — Perguntei um pouco alto pela surpresa.
— Isso.
— E não se sente mal pelo que fez?
— Claro que sinto! — Disse com pressa, parecia levemente desesperado agora. Park não dizia nada e isso me deixava confusa sobre tudo o que estava acontecendo aqui. — E eu quero me redimir, mas preciso de apoio moral — suspirou novamente. — Por favor, me ajudem!
— Moral? — Ri sem vontade. — Que moral?
— Pois é — o meu marido concordou, completamente sério. — Ele não tem moral nenhuma. Pra nada.
— Posso contar com a ajuda da senhora, certo? — Samuel me olhou esperançoso.
— Não vou te ajudar diretamente, mas também não posso negar abrigo — bufei antes de revirar os olhos. — Você pode ficar na minha casa, mas terá duas semanas pra resolver a sua vida daqui pra frente. Nada mais.
— Muito obrigado, senhora Park — sorriu abertamente e se aproximou para me abraçar, porém eu me afastei. A última coisa que eu queria era estar do lado de um traidor. — A senhora é mesmo um anjo na terra.
— Vamos, Jimin? — Olhei para o meu marido que apenas assentiu com a cabeça, ainda em silêncio. — Até mais tarde, Smith.
— Até.
Segurei a mão do loiro ao meu lado e o puxei delicadamente para que ele me seguisse até o seu carro. Por sorte, o meu veículo estava passando por revisão e eu tive que ir até a PLC com o nosso motorista. Assim que ocupou o seu banco, Park bateu a porta do automóvel com força e bufou alto. Em seguida, ainda enquanto mantinha a sua atenção presa na imagem de Samuel caminhando tranquilamente até o seu carro prateado, o meu marido colocou o cinto de segurança de modo raivoso e resmungou algo inaudível. Disposta a não piorar a sua irritação, decidi manter o silêncio e esperar que ele se acalmasse enquanto dirigia até o restaurante que escolheu. Eu até havia pensado em pedir que mudássemos a rota e seguíssemos até o estabelecimento da minha mãe, porém desisti da ideia. Isso poderia estressá-lo ainda mais.
— Você bateu no Samuel por causa da traição? — Perguntei após criar coragem. Nós já ocupávamos a mesa do restaurante em completo silêncio há alguns minutos.
— Não — Park pressionou os lábios.
— E qual foi o motivo? Isso aconteceu hoje?
— Aconteceu... Também — suspirou alto, encarando-me logo depois. — Nas duas vezes, ele falou coisas imbecis, repugnantes... — negou com a cabeça. — Amor, por favor, não vamos estragar ainda mais a nossa noite.
— Tudo bem — sorri brevemente, um pouco nervosa. Eu não queria continuar vendo-o tão desconfortável. — Vamos pedir alguma coisa pra comer.
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Impostor | Park Jimin
Hayran Kurgu「 𝐅𝐢𝐧𝐚𝐥𝐢𝐳𝐚𝐝𝐚 」 Eu estava frustrada, infeliz. Nem nos meus piores pesadelos imaginava que passaria por um momento como esse. Fiz inúmeros planos que não se cumpriram ao longo de dois anos completos de casamento e o pontapé inicial para os p...