25. Ela se chamava Shay Davydov

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Quando a noite tão esperada chegou, informei Delphine sobre como o plano seria executado, e como tudo funcionaria. Eu não queria que ela se sentisse desconfortável ao encontrar o pai que alegava odiar, eu sabia como era horrível passar por aquilo. Mas era necessário, para ajudar a mim e a ela.

Delphine me contou que havia marcado de encontrar o pai alguns dias atrás, e não falharia com o plano, mesmo se não estivéssemos bem. Bom, estávamos mais do que bem, então tudo deveria sair como Paul havia pensado. Não tínhamos margens para erros, sabíamos que Leekie Cormier era um homem extremamente perigoso, e que poderia ameaçar a própria filha caso desconfiasse de algo.

Fui de Harley Fat-Bob – que antes pertencia ao meu pai, e que eu raramente usava – até o prédio de Delphine, e assim que cheguei, entrei e a coloquei no estacionamento, já que o porteiro me conhecia e sabia que eu estava esperando por ela. Mandei a ela uma mensagem dizendo que estava em seu aguardo, e quando ela chegou, deslumbrante em seu vestido longo e escuro, com os braços cobertos por mangas e seus cachos que tanto me encantavam voando pelos ares, pensei que perderia o ar.

– Preparada? – questionei segurando sua mão, caminhando firme para fora do estacionamento. Estávamos atrasadas, como sempre acontecia comigo.

– Repassei esse plano três vezes – disse séria. Deus, ela era tão sexy.

– Você está linda – sussurrei em seu ouvido enquanto caminhávamos – Se não estivéssemos tão ocupadas eu transaria com você nesse estacionamento até nos pegarem e nos expulsarem do prédio – ousei provocá-la, e pareceu funcionar, pois ela apertou minha mão com mais força e mordeu disfarçadamente o lábio inferior, virando o rosto para o lado, falhando no desejo de que eu não percebesse.

– Obrigada – agradeceu ignorando a segunda parte, certamente envergonhada – Um furgão? – perguntou com um tom incrédulo, assim que chegamos no furgão onde os rapazes nos esperavam.

– Óbvio, nós somos ninjas – respondi com ironia – Isso é uma missão secreta – complementei abrindo a porta de correr e segurando sua mão para que ela entrasse, e a vi revirar os olhos em reprovação.

– Boa noite, Delphine Cormier – cumprimentou Paul, que sentava em um dos bancos ao lado de Alfred e Felix. Sentamos de frente para os dois – Você vai usar esse micro fone de ouvido para nos escutar – entregou o equipamento para mim, e a ajudei a colocar.

– Ele não vai reparar, toda a conversa vai ser gravada, por esse cordão com câmera aqui – dessa vez tirei do bolso um colar de ouro, com um delicado pingente projetado para alocar a pequena câmera que ficaria escondida – Deixe-o à mostra – ela se virou de costas, colocando todo o cabelo para o lado, revelando uma fenda que ia até sua lombar, deixando livre sua pele alva, e coloquei o cordão – Ficou maravilhoso em você.

– Obrigada.

Sorri contente com o nosso progresso. Uma equipe de polícia já aguardava perto do local, sabendo exatamente o que aconteceria naquela noite, e quem era o homem que estávamos tentando pegar – Leekie já tinha passagens de roubo.

O resto do caminho até o restaurante fora completamente silencioso. Havíamos feito uma reserva no nome de Delphine em uma parte mais isolada do andar de cima para terem mais privacidade, mas era o restaurante de Susan, tínhamos as vantagens das câmeras.

Percebi o quanto Delphine estava apreensiva e ansiosa. Suas mãos tremiam, seus pés balançavam e ela esfregava os dedos uns nos outros. Chegamos em frente ao restaurante e encostamos um pouco afastados.

– Lembre-se de que estamos te vendo e ouvindo, ele não pode fazer nada com você – disse segurando sua mão, tentando lhe passar segurança – Se não se sentir mais confortável e quiser que te tiremos de lá, diga que não tem mais nada para falar com ele, e aí entramos em ação, certo?

Não diga que me amaOnde histórias criam vida. Descubra agora