Cosima POV
– Bom dia senhora, a senhora irá se atrasar se não arrumar-se agora – disse a voz robótica que saía por todos os alto-falantes da casa, e fez com que todo o escuro que impedia o sol de entrar, desaparecesse como um abrir de olhos e permitia a invasão da luz do dia.
No susto ao ouvi-la, levantei-me rapidamente, e só então percebi que ainda estava dentro da banheira, e que dezenas de garrafas, fossem elas de vinhos ou gins, vazias ou pela metade, estavam espalhadas pelo chão do banheiro. Percebi também, que eu permanecia com roupas e que elas estavam encharcadas.
Mania idiota de dormir na banheira.
– Cale a boca, Alex! – murmurei me retirando da banheira, e cambaleando pela dificuldade de permanecer em pé, enquanto uma poça de água se formava embaixo de mim, no azulejo do banheiro.
Maldita ressaca.
– Perdão, senhora – limitou-se a responder, fazendo exatamente o que eu havia mandado.
– O que eu tenho de compromisso hoje? – perguntei, primeiro despindo meu dorso, e logo depois tirando a calça colada em meu corpo pela água com dificuldade, para só então ajustar a água do chuveiro no mais quente possível, por odiar tomar banho em água fria. Ainda que fosse para me livrar da ressaca.
– Precisa estar no escritório em quinze minutos. Marion está ligando.
Alex é a inteligência artificial que criei há uns dois anos. O que acontece, é que eu me perdia completamente no horário e em meus compromissos por morar sozinha. E para mim, lidar com computadores era mais fácil do que lidar com qualquer outra pessoa que não fosse Alison, ainda que ela se recusasse a morar comigo.
A IA fora criada e programada para cuidar de toda a casa, desde as senhas das portas automáticas até os lembretes e transmissões. Era eficiente, e era fácil tê-la comigo.
Além do mais, Alex era essencial para a minha carreira de arquiteta na grande Los Angeles, uma vez que projetava hologramas no escritório da minha casa para que os projetos fossem mais práticos e objetivos, facilitando meu trabalho em 200%. Me fazia ser colocada como uma das melhores, pois ninguém no estado tinha uma daquela, e eu me recusava a vender minha tecnologia.
– Desligue. Se ela ligar de novo, bloqueie o número dela – ordenei enquanto secava meu corpo com a toalha macia que estava pendurada no gancho da parede.
– Sim senhora.
Pensei seriamente que deveria ser rápida em trajar-me, mas recuei em meus próprios pensamentos, e desci as escadas da sala principal, direto para o porão planejado.
Era quase o melhor lugar do mundo, porquê eu adorava admirar o mar através das enormes janelas que abraçavam a parede. Eu tinha tudo naquele lugar, desde as bancadas e utensílios de cozinha que ficavam em um canto junto a geladeira cheia de latas de refrigerante, até uma escrivaninha meia lua que continha quatro monitores, todos de tecnologia avançada.
Era lá o lugar onde eu fazia meu trabalho acontecer, meu escritório particular. Eu projetava todas os serviços contratados em hologramas que eram varridos das plantas desenhadas, e então mandava para o banco de dados da empresa que meu pai me deixou quando se foi, passando tudo para a minha equipe de profissionais.
– Cosima, você deveria estar no escritório há meia hora! Seu motorista está esperando! – a voz masculina invadiu meus ouvidos, logo depois da porta de vidro sendo destravada.
– Sabe de uma coisa, Paul? – perguntei sem tirar as mãos do holograma em que eu projetava uma das minhas melhores e mais caras obras com a ajuda de Alex – Eu não vejo a mínima vantagem em ter um motorista particular, se ele não pode esperar por mim – respondi à minha própria pergunta, dando de ombros.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Não diga que me ama
FanficNós somos mais do que pensávamos que fôssemos. Cosima Niehaus está no auge da carreira de arquitetura em Los Angeles, e mesmo depois de ter perdido tudo o que amava, sua irmã Alison assumiu o controle e cuidou dela. Milionária, com a própria empresa...