Cosima POV
Cada dia que se passava, tudo o que eu sentia, era confusão. Delphine era confusão, eu sentia isso. Mas, em nome da diversão, eu não conseguia escapar.
Em nome do amor.
Acordei antes do dia amanhecer, e quando vi Delphine dormindo, tive dúvida sobre meus sentimentos. Dúvidas, porque eu sabia que aquela cena – Cormier com os cabelos espalhados em meu travesseiro enquanto se prendia em um sono profundo – era o que eu mais queria ter. Mas não era o que ela mais queria.
Felix achava estranho que, sempre que eu decidia alguma coisa, nada poderia me fazer mudar de ideia. E para mim, era muito simples a ideia de ficar com Delphine, apesar de ter dito sobre rótulos serem uma droga. Já para ela, parecia uma ideia horrenda, e aquela diversão apenas estava de bom tamanho.
Pensei sobre a brincadeira que fiz na noite passada, e aquele nome um tanto quanto peculiar ter surgido na conversa. Mesmo ela dizendo que fora um engano, podia facilmente ser alguém que ela conhecesse. Ou pior: que gostasse, e não queria me dizer.
– Bonjuor – Delphine surgiu atrás de mim, dissipando meus pensamentos e me fazendo prestar mais atenção no que ela dizia. Pensei que ela ainda dormiria por muito tempo, parecia cansada demais. Senti uma leve culpa por poder tê-la acordado.
– Bom dia – eu certamente não poderia exigir nada de Delphine, afinal, não tínhamos nada. Mas, eu não conseguia parar de pensar, que ela não diria aquele nome sem mais ou menos, se não conhecesse alguém.
Tentei pensar se poderia ser alguém que eu conhecia, mas me toquei que conhecia muitas pessoas com o mesmo nome, ou o mesmo apelido.
– Pensei que dormiria mais – disse ela. Delphine sentou-se ao meu lado, no sofá que ficava na sacada do quarto com a vista privilegiada e maravilhosa para o mar.
– Sua casa está quase pronta – tentei puxar assunto, segurando o tablet que me mostrava como estava a planta, com as imagens em 3D, mostrando, também, o que ainda faltava para ser colocado.
– Já? – perguntou olhando para o dispositivo, já que eu nem conseguia olhar em seus olhos sem pensar na mesma coisa da noite anterior.
– Minha equipe é bem grande, mas eu não vou te mostrar como está ficando, será uma surpresa – disse descontraída, sorrindo fraco, tirando a tela do tablet de sua vista.
– Ah qual é! Me mostre alguma coisa – pediu acariciando minha orelha.
– Não, mas você pode responder algumas perguntas – propus – Você prefere armários de qual cor?
– Pretos – respondeu, e graças a incrível tecnologia que eu tinha criado além de Alex com o meu próprio sistema, eu respondia os formulários para que a minha equipe executasse do outro lado.
– Flores para o jardim?
– Uma mistura de tudo – disse após pensar um pouco – Parece bem mais fácil trabalhar assim.
– Pois é, precisei esperar meu pai morrer para isso.
O problema de acordar cheia de emoções misturadas, era descontar na pessoa errada. Tudo em minha cabeça estava acontecendo fora do planejado. Eu queria tomar Delphine para mim, e fazê-la ir ao céu o dia inteiro; queria levá-la para dançar, como sabia que ela amava; queria fazê-la perder os sentidos, e perder o rumo.
Mas o dia havia começado da pior forma, com as lembranças de Ethan me atormentando. Suas palavras faziam sentido, eu sabia que ele tinha razão, mas me machucavam sempre que ecoadas em minha cabeça.
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Não diga que me ama
FanfictionNós somos mais do que pensávamos que fôssemos. Cosima Niehaus está no auge da carreira de arquitetura em Los Angeles, e mesmo depois de ter perdido tudo o que amava, sua irmã Alison assumiu o controle e cuidou dela. Milionária, com a própria empresa...