Capítulo 09

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"Estamos todos condenados a sentir e a ser a saudade de alguém."

Poesia sentida.

Finalmente, a senhora que cuidava de Luca havia ligado para cumprir com a promessa que tinha me feito. Naquele instante, eu dirigia até a casa da família Lopez para tomar um café com a dona Lucy e esperava que a mesma, pudesse me contar um pouco mais sobre o estado da sra. Margot.

Parei o carro em frente a uma casa grande, com portões enorme. O jardim era bem cuidado e havia alguns brinquedos pelo mesmo. Chequei o endereço mais uma vez, e estáva no lugar certo.

Atravessei a rua, parando de frente ao enorme portão e apertei a campainha.

- Casa da família Lopez. - A voz da dona Lucy foi reproduzida pelo interfone.

- Sou eu, Lucy. Bárbara Passos!

- Ah sim... Pode entrar, querida. - Pediu docemente.

Me assustei com um apito repentino, e logo depois o portão começou a se abrir. Caminhei pelo caminho de pedrinhas, passando pelo enorme jardim, até chegar a porta da frente. Uma senhora de cabelos grisalhos, estava parada nos degraus da escada, com um sorriso acolhedor em seu rosto. E deduzi que seria a dona Lucy. Devolvi outro, da melhor forma que pude, tentando não transparecer o nervosismo.

- Então, finalmente estou conhecendo a tão comentada professora Bárbara... - A mulher caminhou até mim, e me abraçou. Sorri, envergonhada.

- É uma moça tão bonita e delicada... - se afastou um pouco apenas para me olhar mais de perto, passando os dedos por uma das mechas do meu cabelo, a colocando por trás dos meus ombros.

- Obrigada. - Agradeci, sentindo minhas bochechas esquentarem.

- Vamos entrar e tomar uma xícara de café. - Lucy, começou a sua trajetória até a porta da frente e a segui.

Meus olhos estavam presos a cada minucioso detalhe da varanda a qual estavamos acomodadas. O lugar tinha a vista da enorme piscina, e de um gramado tão verde que sentia vontade de deitar nele.

- Só moram os dois nessa casa tão grande? - perguntei, ainda com o olhar preso em cada detalhe. 

- E os empregados. - Respondeu, se sentando na cadeira de frente pra mim.

Dei o primeiro gole na bebida quente, esperando a coragem bater para finalmente poder perguntar detalhes do estado da senhora Margot, mulher a qual eu ainda não conhecia, mas já tinha por ela um grande apreço.

- Pode perguntar, querida. Prometi que responderia tudo o que quisesse saber. - Lucy foi mais rápida ao dizer, e senti minhas bochechas esquentarem.

- Onde está Luca? - Eu ainda não tinha o visto, desde o momento em que cheguei.

- No parquinho, aqui perto. Pedi para Laura, a cozinheira, que o leva-se para que pudéssemos conversar mais a vontade.

- Sim, claro. - sorri envergonhada.

- Não quero parecer indelicada, nem que me entenda mal, Lucy... - Comecei a falar, não me aguentando de curiosidade. - Mas sinto um carinho enorme pelo Luca, e quando ele me contou sobre o estado de saúde da senhora Margot, pensei que seria bom ele ter alguém ao lado dele, mostrando que ele não está sozinho.

Soltei um suspiro ao terminar tudo, e me senti uma baita de uma entrometida. Lucy me encarava com uma expressão, que não fui capaz de decifrar. E senti as gotas de suor escorrendo pela minha nuca.

Estava ciente do qual estranho parecia, uma professora estar sendo tão atenciosa com um aluno, como eu estáva sendo para com o menino. Mas eu não tinha controle sobre isso... só sabia que Luca me tinha nas mãos, toda vez que sorria.

Sempre é você |Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora