Você me deu mais do que uma mão para segurar...
Take me home
Fazia, exatamente, uma semana que meus dias começavam a procura de qualquer coisa que me mostrasse estar errada quanto a Victor Augusto ter ido embora outra vez. Nossos horários costumavam bater na parte da manhã; na hora em que eu estava saindo para a faculdade, ele estava indo para o trabalho, e o pior de tudo, extremamente, sexy com a droga daquele terno.
Augusto sempre fez o tipo Bad boy, cara fechada e um ar desleixado. Parecia que esse termo tinha sido feito especificamente para o rapaz. Mas se ele soubesse o quão gostoso ficava vestido de homem de negócios, nunca mais trocava o seu terno por uma jaqueta de couro. E por mais que eu não admitisse, sentia falta de desviar a vista sempre que nossos olhares se encontravam, de ter que andar mais rápido até o carro com medo que ele desse início a uma conversa. E eu sentia falta de sempre observa-lo de rabo de olho, quando ele não estava olhando.
Durante a semana Margot e eu, vínhamos conversando bastante. Às vezes por telefone ou via chamada de vídeo. Os assuntos quando não eram aleatórios e banais, eram sobre a sua doença ou sobre seu filho. E o assunto "Luca" era o que mais me incomodava, pois a pobre criança não vinha agindo normalmente tinha alguns dias. Margot me disse algumas vezes que o câncer estava lhe consumindo muito rápido e por mais que ela tentasse esconder a dor que sentia, o menino já sabia que as coisas iam de mal a pior. A tristeza que ele sentia pela mãe teve um reflexo em seu comportamento. Andava irritado e ansioso, tratava os coleguinhas com um certo descaso e sempre que eu perguntava o problema, o mesmo se fechava.
Ver Luca isolado na hora do recreio foi como ter meu coração estilhaçado, pois eu sabia que aquele não era o meu menino. O anjinho que sempre era gentil com todo mundo. Mas eu também conseguia entender os seus motivos. O pequeno, estava passando pela mesma coisa que passei há alguns anos atrás, e eu sabia que tudo apenas piorava quando elas iam embora.
E em meio a todo o estresse da semana, Bruno esteve ao meu lado. Escutando minhas queixas sobre a vida e me dando caronas, as quais eu nem mesma precisava. O garoto de olhos Castanhos, tinha deixado de se tornar o cara que eu detestava e passou a ser uma companhia indispensável. E quanto mais verdades sobre ele eram me reveladas, mais Bruno se tornava alguém especial para mim.
Era sexta feira a noite, e nós dois concordamos que precisávamos sair um pouco para esquecer os problemas, apenas por uma noite. No começo, Bruno tentou me fazer a ir uma festa, mas nem a sua cara de cachorro pidão foi capaz de me fazer topar. Eu odiava festas mais que qualquer outra coisa. O barulho exagerado, o cheiro de suor misturado com álcool e o amontoado de pessoas, me causava náuseas só de pensar.
Muito a contra gosto, meu amigo aceitou minha sugestão de irmos ao cinema. Tínhamos escolhido uma comédia romântica, com direito a pipoca e refrigerante. O filme parecia ótimo e engraçado, mas deixei de prestar atenção na metade, quando o rapaz ao meu lado, entediado, começou a jogar pipoca doce na cabeça das pessoas. Quando alguma das pessoas atingidas, procurava pelo culpado, Bruno grudava os olhos na tela, fingindo estar entretido com o filme. E quando desistiam de procurar o responsável pela chuva de pipoca doce e voltavam sua atenção para o telão, o rapaz recomeçava tudo de novo.
Goes continuou com isso por longos minutos, até que um homem alto e cheio de músculos se virou em nossa direção, e deu inicio a uma lista de chigamentos direcionados a nós. Mas não ficamos para escutar tudo. o senhor arremessador de pipocas, me puxou pelo pulso e começamos a correr pela sala escura, gargalhando feito dois idiotas. Paramos, apenas, quando chegamos no lado de fora do cinema. Tínhamos a respiração pesada, enquanto o vento frio batia em nossos rostos. Bruno ainda sorria e sua mão ainda segurava a minha.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sempre é você |Vol. 2
FanficAgora, a garota desacreditada no amor, se tornou uma mulher com responsabilidades e sonhos. Babi quer se tornar professora, e se possível, em um futuro mais a frente, se aventurar na publicação de alguns livros. Mas por enquanto a jovem está a focar...