Capítulo 13

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Eu estava pensando em você 

Pensando em mim

 Pensando em nós, o que vamos ser?

Just a Dream

- Merda! - Praguejou Bruno pela milionésima vez.

Coloquei meu olhar raivoso sobre ele e o mesmo deu de ombros. Depois de limpar todo o sangue, me senti aliviada por ser apenas cortes artificiais. Chegava a ser até um pouco frustrante vê que aquele amontoado de líquido viscoso era apenas isso. Não era como se Victor não tivesse feito um bom estrago, mas pelo menos Bruno não tinha um nariz quebrado ou pegaria uns 20 pontos. Os cortes até podiam ser pequenos, já os hematomas vermelhos que logo ficariam roxos estavam totalmente visíveis. O olho esquerdo estáva um pouco inchado, e o tom avermelhado ia dele até a maça do rosto. E o cantinho da boca estáva no mesmo tom. Achei que fosse impossível Bruno ficar feio, mas ele estáva horrível.

- Não estou te achando tão atraente, agora. - Zombei e o senhor lutador semicerrou os olhos.

- Mentir não vai fazer a verdade desaparecer, princesa. Está tão excitada enquanto brinca de enfermeira... - Bruno esboçou um sorriso canalha, mas logo desmanchou entre caretas.

Senti minhas bochechas esquentarem e tudo o que eu queria era um buraco para enfiar a minha cabeça.

- Isso é conversa entre amigos? - Me assustei ao ver Arthur no batente da porta da cozinha.

Sua cara carrancuda estava lá, nos encarando com desprezo. O que era um pouco exagerado.

- Ah sim, estou bem, cara! Obrigado por perguntar... - Cada palavra pronunciada pelo moreno ao meu lado, estava afogada no sarcasmos. Ele até sorriu.

- Não ligo se está bem, você mereceu por ter se metido. - Ramos sorria com escárnio. Pisquei algumas vezes, não encontrando palavras para acabar com a troca de farpas dos dois. Bruno havia errado de ter começado, mas o meu melhor amigo não precisava agir como um escroto.
Bruno sorriu de volta como se dissesse que aquilo não o afetava.

- Tem sorte de ainda estar vivo, idiota! É melhor não se meter no caminho do Victor outra vez. Passos pode não estar lá para fazê-lo parar... - Arthur girou sobre os calcanhares e voltou para a sala.

Isso foi uma ameaça?
Fitei o rapaz de olhos Castanhos, bem á tempo de ver as feições do mesmo, endurecer. Seus punhos estavam fechados sobre o colo. Ele sentia raiva. Raiva por saber que se houvesse uma próxima vez não teria chances contra Victor.

- Não deveria ter começado a briga, Bruno... - Falei, enquanto guardava tudo de volta na caixinha de primeiro socorros.

- Não deveria ser apaixonada por ele. - Devolveu, seco.

Seus olhar parecia uma pedra sobre mim. As íris que costumavam ser de um Castanho claro, agora estavam num tom mais escuro. Quase negros. Percebendo que eu não tinha nada a dizer, voltou a falar

- Aquele babaca te fez chorar, Babi. E não foi a primeira vez e sei que não vai ser a última. - Bruno suspirou frustado. Senti seu toque sobre a minha mão e fitei seus olhos outra vez. - Precisa ficar longe dele, princesa. Aquele cara não é bom para você...

Não falei nada, pois não sabia se era capaz de prometer alguma coisa. Meu desprezo por Augusto só aumentava a cada dia que se passava, mas toda vez que ele chegava perto, meu corpo me traía descaradamente. Permaneci com o meu olhar sobre o de Bruno, observando o brilhinho que havia neles, sentindo um frio na barriga.

Sempre é você |Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora