Capítulo 16

362 24 0
                                    

E será

Que você ainda pensa um pouco em mim?

Será 

Que só eu que estou sofrendo assim?

Não teve pena do fim

E o nosso tempo acabou

E a solidão eu mandei vir

Porque pra mim não é mais 

Pra você tanto faz 

E agora sou eu quem quer voltar atrás

Eu fiz tudo errado

E eu sei que doeu

Mas no fim o coração venceu

Nossa música - Um44k


P.O.V Victor

Joguei uma pasta com papéis importantes sobre a mesa da minha secretária, e a mesma deu um pulo da cadeira não esperando pela minha chegada repentina.

- Srta. Carvalho, preciso que envie esse relatório para a nossa sede em Brasília amanhã de manhã. - Seus olhos grandes me encaravam com raiva e deixei que um sorriso zombeteiro escapasse de meus lábios.

Havíamos trabalhado juntos nem se quer uma semana direito, mas a garota já me detestava.

- Claro, sr. Augusto. - foi sarcástica ao responder.

- Ótimo. - Comecei a andar de volta até a minha sala para pegar minhas malas e voar de volta para São Paulo.

Excitação, era uma palavra que me definia bem, naquele momento. Depois de tanto esforço e madrugadas em claro trabalhando sem parar, eu finalmente havia conseguido adiantar as coisas que tinha vindo fazer no Rio, e já podia voltar pra casa. Casa. Passei tanto tempo chamando New York de casa, mas agora tudo havia mudado. E por uma garota. Pela minha garota.

Ela está esperando por você.

Ela não o ama...

Falava a mim mesmo, na intensão de não deixar a pouca chama de esperança, se apagar. As olheiras enormes embaixo dos meus olhos e ódio que minha secretaria sentia de mim, por te-la feito trabalhar mesmo depois do fim do expediente, não podiam ter sido em vão. Sabia que se procurasse na mesa dela, acharia um boneco de vudo meu, em alguma das gavetas. Seu olhar a lazer parecia querer me desintegrar toda vez que estávamos no mesmo ambiente.

E eu deveria ganhar alguns pontos no céu por causa disso. Algum anjinho lá de cima tinha que me ajudar a reconquistar a Anna lis, novamente, nem que ele precisasse usar uma flecha do culpido...

No que diabos está pensando, Victor...

Anjinhos e flechas de culpido, sério?

Balancei de um lado para o outro afastando aqueles pensamentos infantis e inseguros. Definitivamente, aquele cara não era eu. Quando algo era do meu interesse ia lá e fazia, mesmo que as consequências batessem na minha porta depois. Foi a única coisa que minha mãe me ensinou.

E então você me pergunta, mas você desistiu da Passos duas vezes. Primeiro, tudo o que vinha da minha mãe não era algo bom, e eu não queria sujar a única coisa boa na minha vida com podridão que eu e minha mãe tínhamos em comum. Segundo, apesar do meu egoísmo sempre prevalecer em muitos dos casos, quando se tratava da Bárbara eu sempre pensava, duas, três, mil vezes antes de fazer. E só me afastei porquê realmente acreditei que fosse o melhor.

Sempre é você |Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora