Capítulo 24

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Você tem sido a única para mim.

James blunt

Um semana se passou desde a última vez que tentei escrever um e-mail
para o Augusto. E a cada dia que se passava me sentia mais distante dele e do
seu mundo. Às vezes chegava a pensar que nunca mais nos veríamos, sendo
o nosso fim de uma vez por todas.
Margot teve um piora na tarde de quarta, e foi levada ao hospital com urgência. Seus pulmões pararam de funcionar e a mesma ficou sem oxigênio por cinco minutos, ocasionando um desmaio. Mas graças a Deus, minha amiga conseguiu chegar ao hospital antes que fosse tarde demais...
Foi um dia tenso, confesso. Luca, Lucy e eu, passamos a tarde na sala de espera, ansiosos por alguma notícia dela. Meu menininho não parava de chorar em meu colo e a cada segundo que se passava meu coração diminua um pouco mais.

Dona Lucy também estava a chorar baixinho, mas com o rosto virado para o lado. Já eu, apesar da imensa vontade, não podia desabar ali e tinha que me manter firme por eles.
Acariciei os fios loiros do garotinho, até que ele pegasse no sono em mes
braços. O médico apareceu alguns minutos depois informando da situação
da minha amiga. "O câncer havia comprometido completamente seu
pulmão, assim como outros órgãos da mesma. Seu coração não estava
conseguindo mais bombear a quantidade adequada de sangue, e a Sra.
Lopez não aguentaria mais do que uma noite..."essas foram as palavras do
doutor, arrancando-me algumas lágrimas enquanto ainda caía a ficha.

Dona Lucy voltou a chorar compulsivamente na cadeira ao lado, e Luca
acabou despertando com o barulho. Seus olhos estavam esbugalhados e
tremia em meus braços. Ele já sabia.
O médico disse que poderíamos nos despedir. Lucy e o pequenino foram na
frente enquanto aproveitei para chorar como bem entendesse, a sós. Alguns
minutos depois, me lembrei que Carol tinha pedido para ser informada caso
algo acontecesse. Ela e Margot haviam se aproximado durante as nossas
chamadas de vídeo em grupo, e a loirinha sentia por Margot tanto quanto eu.
Só que de longe.

Saí para fora do hospital e procurei por um lugar isolado. Disquei um
número da garota com os dedos trêmulos e no terceiro toque ela atendeu.

- Babi, querida, não vai acreditar com que eu o Arthur estamos jantando... - Carol
disparou a falar na frente. Mas para ser sincera não me importava quem quer
que fosse, minha amiga estava morrendo e deixando uma criança de seis
anos sozinha no mundo.

Quando dei por mim às lágrimas voltaram a rolar pelo meu rosto feito
cachoeiras e meus soluços eram altos e desesperados. Estava tão cansada de
perder todo mundo...

- Babi... o que aconteceu? Por que está chorando? - Minha amiga indagou
preocupada. Porém eu não conseguia falar nada. Sempre que eu lembrava
dos fatos, mais sentia vontade de chorar. - Vai ficar tudo bem, querida!
Agora, pare de chorar e me diga o que aconteceu. - pediu.

- Não consigo... - Murmurei, com a voz embargada.

- Bárbara, está me deixando preocupada. Fale de uma vez o que diabos
aconteceu!

- Margot está morrendo!

- O que? - a voz de Carol era menos que sussurro.

- O médico disse que ela não passava dessa noite. - Me forcei a falar outra
vez. - Os órgãos já estão todos comprometidos e ela cansou de lutar...

- Eu deveria estar aí... - indagou tristonha.

- O Resultado no final seria o mesmo. Ela vai morrer, Carolina, e vai deixar um
filho sozinho no mundo.

- Luca não vai estar sozinho, ele terá você.

- Isso não basta, não sou o suficiente... Luca precisa da mãe. - Voltei a chorar.

Sempre é você |Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora