Capítulo 14

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Mal você sabe, eu sei que você está machucada

Enquanto eu finjo estar dormindo...

Little do you know.


P.o.v Victor

Desde criança tive problemas com o meu auto-controle. A primeira vez que perdi a cabeça foi aos treze anos, quando pulei em cima de um garoto bem mais velho na festa de aniversário da Passos. Estava claro que eu perderia caso arrumasse briga com um garoto mais forte e mais alto do que eu, mas no momento em que escutei ele falar mal da Babi, senti minha razão se esvair. Sem pensar muito, derrubei o cara e bati nele até sentir os nós dos dedos doer. O babaca se debatia para me tirar de cima dele, mas minha raiva era tanta que naquele momento nada me faria parar... até que escutei a voz dela. Bárbara tremia enquanto me olhava assustada. Ela murmurou que tudo ficaria bem, e baixei a guarda. Eu não queria assustar a garota, apenas, denfende-la. Desisti de lutar quando a vi assustada e com medo. Naquele momento, tudo o que eu queria era poder abraça-la e dizer que tudo ia ficar bem assim como ela tinha feito.

Na segunda vez que isso ocorreu, Babi não estava lá para me fazer parar. Eu tinha acabado de ser mandado pelo meu pai a um colégio interno em outro estado. Fiquei com raiva por estar sendo forçado a fazer o que não queria e acabei descontando em outras coisas. Os rachas foi uma delas. Eu dirijia desde os quatorze e sentia apreço pela velocidade.

Depois que descobri as corridas ilegais, foi fácil ser colocado da lista de participantes, principalmente, porquê não tinha mais o Sr. Augusto para pegar no meu pé. O primeiro ano foi difícil, sempre ficando em último nas classificações. E ninguém me respeitava por ser o mais novo. Mas quando entrei no segundo ano as coisas mudaram, e a cada corrida eu subia mais nas pontuações.

Quando cheguei perto dos campeões as coisas que já eram ruins, ficaram piores. Não só na pista, mas fora dela. Eles não aceitavam ser desbancados por um iniciante. Brian era o cara mais irritante e convencido do planeta. Tinha sempre o segundo lugar e ainda sim agia como se fosse o número um. Todos me destetavam, mas aquele cara foi o único que não conseguia me engolir quando cheguei entre os cinco melhores. Brian não cansava de me direcionar insultos ou coisas do tipo, mas nunca achei que valesse apena revidar. Até o dia em que peguei seu segundo lugar e ele ficou fora de si. Quando acabou a corrida o babaca veio para cima e desviei antes que um murro me acertasse e lhe desferi outro.

McCall tentou outra vez, mas com o braço impedi que seu punho chegasse até o meu rosto, e com minha mão livre, lhe acertei um pouco a cima das costelas. Para finalizar, agarrei ele pela jaqueta e dei uma joelhada no estômago. Joguei o idiota no chão e andei até meu carro, mas parei imóvel quando escutei sua voz irritante.

- Victor Augusto... quem te viu, quem te vê. - Me virei sentindo todos os meus músculos enrigesserem.

Ninguém nas corridas sabia sobre quem eu realmente era. Muito menos que eu carregava o sobrenome Augusto. E continuaria assim, se McCall não fosse tão chereta.

Meu olhar caiu sobre ele, e trinquei os dentes. O babaca já havia se posto de pé com a minha carteira em uma das mãos e minha indentidade na outra. Ele devia ter pegado do meu bolso segundos antes de eu te-lo jogado no chão.

- Diz ai, qual é o seu parentesco com o corno milionário do Wamberto Costa Augusto. Sobrinho? Senti meu corpo queimar de raiva.

Fechei os punhos com força tentando controlar a minha vontade de quebrar todos os ossos do cretino. A verdade é que mesmo depois de nos mudarmos para Brasília, Angelica não havia parado de trair o meu pai. Em um deslize dela, a imprensa descobriu um de seus casos e publicaram notas sobre a traição envolvendo o empresário mais sucedido do país. Depois de tantos esforços para manter uma boa impressão para as pessoas, a minha querida mamãe jogou tudo pelo ralo. Foram meses estressantes. Fazia um ano desde a notícia, mas ele parecia se lembrar bem...

Sempre é você |Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora