Capítulo 10

355 20 0
                                    

Querida, anjos como você não podem descer ao inferno comigo.

Miley Cyrus.

De verdade, eu não conseguia entender as intenções do Arthur. E quanto mais eu tentava, mais confusa e frustada eu ficava.

Ramos sabia sobre tudo entre mim e o babaca do Victor. Ele me teve chorando em seu colo por causa do melhor amigo, durante os últimos cinco anos. No mínimo, isso deveria faze-lo entender que seu melhor amigo não era uma das companias que eu prentendi para o nosso final de semana. Mas não... ele teve que fazer questão de nos juntar em um jantar.

Filho de uma mãe!

E ainda por cima, quando tentei dizer que não jantaria com o Augusto nem morta, Arthur me chantagiou dizendo que se eu me negasse a ir, ele e Carol voltariam para o Rio mais cedo.

Eu sabia que devia ter batido o pé e continuado com a minha decisão, independente, se Arthur estivesse blefando ou não. Mas me sentia tão sozinha naquela casa desde que a mamãe morreu, que decidi não pagar para ver. Sería a primeira vez que o casal prolongaría sua estadia antes das férias...

Além do mais, meu melhor amigo não sabia sobre as coisas horríveis que o meu vizinho tinha cuspido na minha cara semana passada. E consequentemente, não fazia ideia do quão ruim aquele jantar sería.

Bati o pé impaciente, e encarei o relógio vendo que o rei dos babacas estava atrasado a mais de meia hora. Antes de saírmos de casa escutei Arthur murmurar para Carol que, Victor chegaria um pouco atrasado. Pelo o que parecia, o meu vizinho estava brincando de ser um homem responsável e acabou ficando preso no trabalho mesmo depois do fim do expediente.

― Não esperarei para sempre, Arthur. ― Falei intediada. ― Se aquele idiota não chegar em cinco...

As palavras se perderam na minha garganta, no momento em que meus olhos capturaram sua figura passar pela porta do restaurante. O mesmo parecia um pouco perdido ao correr os olhos por todo o ambiente, provavelmente, nos procurando.

O casal vinte seguiu o meu olhar, e revirei os olhos ao sentir dois pares de olhos Castanhos me fitarem com divertimento, segundos depois. Não demorou muito para que a atenção deles voltassem para o rapaz parado feito um poste na entrada. Arthur se pôs de pé e fez um sinal com a mão, conseguindo finalmente chamar a atenção do amigo. Não demorou muito para que o rapaz passasse a caminhar em nossa direção, me fazendo virar o copo todo de uma vez guela a baixo. O álcool desceu queimando, mas me fez relaxar um pouco mais.

No mesmo instante passou um garçom levando uma bandeja com dois copos que continham alguma bebida colorida. O rapaz vestido de pinguim me olhou feio quando peguei um dos drinks da sua bandeja. Provavelmente era uma de algum cliente, mas sinceramente... se esse cliente soubesse da minha atual situação, me pagaria mais duas.

O nervosismo me consumia e me queimava por dentro. Victor e eu, não nos atrevemos a trocar uma mísera palavra desde a nossa última briga, qual eu ainda nem tinha superado...

― Desculpem pelo atraso. ― disse ele, depois de finalmente alcançar nossa mesa e se acomodar na cadeira de frente para a minha.

Arthur estava armando alguma, isso era certo. Primeiro, nos fez jantar juntos e agora tínhamos que sentar um de frente para o outro. ― Mas poderia ser pior. ― Ramos poderia ter nos levado a uma lanchonete onde os acentos são uns mini sofás, e feito sentarmos lado a lado.

Por uma fração de segundos me flagrei admirando o cretino. Era realmente um saco ele ser tão bonito sem precisar de esforços. Victor estava vestido formalmente com um blazer azul marinho e uma camisa branca de botões por dentro. Os cabelos escuros estavam bagunçados de forma atraente e um sorriso pequeno moldando o rosto de aparecia cansada. Nunca pensei que Augusto seria o tipo de cara que passava o dia enfurnado em um escritório, contudo, ali estava ele, tão adulto e responsável. E ridiculamente bonito.

Sempre é você |Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora