• part six •

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24 de Janeiro.
Sábado, 14:10 pm.
Casa da Mary, Toronto, Canadá. 

- Nossa, sua casa é linda, Mary! - Falei entrando em sua casa e observando em volta. A casa de Mary era grande e tinha dois andares. A decoração era de um estilo moderno misturando tons de branco, cinza e verde da natureza.

- Ah, obrigada. Na verdade não é minha, né, eu moro com meus pais. - Mary deu uma risada sem graça.

- Mas mesmo assim, eu amei! - Nós duas rimos. Ela me guiou subindo as escadas até o que aparentava ser seu quarto.

- Podemos fazer o trabalho aqui no meu quarto. - Mary fez um sinal para eu entrar e eu o fiz.

- Pode ser. - Seu quarto tinha uma decoração toda trabalhada no roxo, havia uma cama de casal no centro, uma escrivaninha, um closet, uma penteadeira, e uma parede onde tinha várias fotos em formato polaroid, tudo muito tumblr.

- Pode deixar suas coisas aqui nesse puff. - Mary apontou para o banco roxo de pelúcia ao lado da cama. Fiz o que ela me mandou.

- O que vamos fazer primeiro? - Perguntei me sentando na cama enquanto ela pegava alguns materiais.

- Eu estava pensando em começar com a história da Ética, tipo desde o começo, sabe? - Fiz que sim com a cabeça. - Eu fiz umas pesquisas, deixa eu te mostrar. - Mary pegou o celular e se sentou ao meu lado logo mostrando o que ela havia escrito em seu bloco de notas.

[...]

Depois de pouco mais de uma hora fazendo pesquisas e mais pesquisas sobre os assuntos do trabalho, estávamos passando toda a pesquisa para o word e formatando dentro das normas que a faculdade pedia. Dividimos o trabalho em duas partes, uma para cada uma, para que ficasse mais fácil e rápido. 

- No que está pensando? - Mary me desperta dos meus pensamentos. 

- Nada não, por quê? - Volto a digitar o trabalho no notebook.

- Porque você do nada parou de digitar e se apoiou na mesa olhando pra parede.

- Ah... eu só estava perdida em pensamentos. - Mary soltou uma risada fraca.

- Pensando no crush, é?

- O que? Não, eu não tenho crush. 

- Aham, sei, vou fingir que acredito. - Dei uma risadinha e voltei a digitar.

A verdade era que eu estava pensando em Finn. Não, não desse jeito que você está pensando. Eu estava preocupada com ele, sei que não o conheço bem e falei com ele poucas vezes, mas sempre que eu o via era como se eu sentisse que Finn precisava de ajuda e que era minha obrigação ajudá-lo. Eu só não consigo entender o que se passa na cabeça dele, aquilo que ele falou no terraço sobre seu passado me deixou intrigada, pois era uma coisa pessoal e ele se abriu para mim, era como se ele pedisse por socorro sem usar as palavras específicas, de uma forma ambígua. 

- Lunna? Você tá bem?? Tá tão distante. - Mary falou balançando a mão na frente do meu rosto me tirando do transe. 

- Ah, sim, estou bem. Só tem uma coisa que eu estava preocupada, mas não é nada. 

- Ah, tá. É melhor você voltar a digitar o trabalho, se não a gente vai terminar isso só amanhã. 

- Tá bom. - Suspirei e voltei minha concentração para o notebook. 

Depois de mais 30 minutos digitando, eu já estava morrendo de cansaço, assim como Mary. Pisquei meus olhos que estavam ardendo de ter ficado tanto tempo na frente de uma tela. Mary se dirigiu até a cozinha e fez café para nós duas. Fizemos um lanche e ficamos alguns minutos conversando sobre diversos assuntos. 

- Será que não é melhor a gente terminar cada uma em sua casa? Já tá ficando tarde e minha casa é meio longe daqui. 

- Acho que é melhor mesmo. 

- Ok, vou pegar minhas coisas no seu quarto. - Mary assentiu e eu subi as escadas até o segundo andar. Tinham tantas portas dos dois lados do corredor que eu nem me lembrava qual era a porta do quarto de Mary.

Abri uma porta e vi que era um outro quarto, parecia que era dos pais dela, era um quarto bem maior que o de Mary, com uma sacada, banheiro e closet. Fechei a porta e abri a próxima, novamente não era o quarto dela, por sua vez esse cômodo parecia um escritório com uma grande estante cheia de livros que ocupava toda a parede. Fui para a próxima e abrindo percebi que era o tão procurado quarto de Mary. Ufa, até que enfim achei esse bendito quarto. Peguei minhas coisas em cima do puff e saí. Desci as escadas e encontrei Mary sentada no sofá falando com alguém.

- Pior que eu não consegui achar nada, ela nem me deu chance para vasculhar as coisas dela. - Mary falou para a pessoa do outro lado da ligação. 

- Beleza então, da próxima vez vou ser mais ousada, quem sabe eu consiga alguma coisa. - Não pude deixar de ouvir a conversa, estranhei pelo modo que Mary falava. Pigarreei dando sinal que eu estava na sala logo depois que Mary desligou o celular. 

- Lunna! Conseguiu pegar suas coisas? - Perguntou.

- Consegui sim, me perdi no começo, mas consegui. - Mary deu uma risada e pegou as chaves da porta.

- Então eu vou indo. 

- Ok. Até segunda na facul. - Mary falou depois que eu passei pela porta.

- Até. - Lancei um sorriso e fui embora. Mary fechou a porta e eu parei um pouco mais à frente da casa dela para chamar um Uber. 

[...]

Cheguei em casa caindo aos pedaços de tão exausta que eu estava. Tomei um banho quente e vesti meu roupão quentinho. Já eram 18:00 e estava escurecendo lá fora, olhei pela janela do meu quarto e observei a neve caindo sobre as árvores, mais um dia de inverno típico em Toronto. Tomei um leite quente na cozinha e voltei para meu quarto. 

Fiz uma oração agradecendo a Deus por mais um dia e por seu infinito amor por mim. Pedi a Ele força e sabedoria para estar em Sua presença todos os dias e para que eu pudesse ajudar as pessoas através do meu trabalho. Orei para que Finn pudesse encontrar sua razão de viver, assim como eu encontrei a minha em Jesus. Depois de acabar a oração, abri a Bíblia e comecei a refletir sobre um capítulo do livro de João. Ah, como eu amo esse livro da Bíblia, é incrível! 

Acabando o devocional, cantei uma música cristã com meu violão, coisa que eu amava fazer. Depois de terminar, escovei os dentes e deitei na cama e peguei meu notebook para assistir alguma série, coloquei "Anne with an 'E'", minha série preferida! 

Fiquei assistindo por um bom tempo, acho que deu para assistir uns 4 episódios. Desliguei meu notebook e coloquei ele na escrivaninha ao lado da cama. Me arrumei na cama e antes de pegar no sono, lembrei que amanhã seria domingo, um dia que eu amo porque é dia de culto na minha igreja, yeay!! Fechei meus olhos e como eu sempre faço antes de dormir, comecei a imaginar cenas aleatórias na minha cabeça, adormecendo logo em seguida.

Continua...

I still need youOnde histórias criam vida. Descubra agora