04 de Novembro.
Quarta, 13:05 pm.Hoje eu ficaria em casa já que estava de folga, pois a biblioteca não abriu. Então poderia aproveitar o dia para colocar as coisas em ordem. Por isso, decidi fazer uma visita surpresa para meu pai, pois fazia um bom tempo que não o via. Sei que ele ainda está chateado comigo pelo dia do casamento, mas eu não aguentava mais ficar brigada desse jeito com ele. As coisas precisavam ser resolvidas e seria eu que tomaria a iniciativa.
Tomei um banho, coloquei uma roupa, peguei minha bolsa e abri a porta. Pedi sabedoria para Deus para conseguir fazer isso e saí.
Quando já estava dentro do Uber, comecei a pensar sobre as aulas da faculdade de hoje. Graças a Deus eu tinha conseguido resolver a questão da viagem, eu teria que fazer um trabalho ainda mais difícil que um relatório, mas pelo menos não iria perder a nota. Eu vi Mary essa semana, ela parecia estar bem, com certeza melhor do que ela parecia quando nos falávamos. Pelo que eu ouvi falar, Mary voltou a ir para igreja que ela havia parado de ir há um bom tempo, por causa do namorado dela que não deixava ela ir. Quando soube disso achei um absurdo, mas ainda bem que Mary terminou com ele e voltou para a igreja, sem dúvidas a melhor coisa que ela poderia ter feito. Uma vez ou outra a gente trocava olhares, ou se falava, mas era uma relação estritamente acadêmica. Desde que ela esteja feliz, tudo bem se a gente não for mais amigas como antes.
Logo cheguei em meu destino, a casa de meu pai. Desci do carro e fiquei parada na frente da casa, tomando coragem para tocar a campainha. Dei uns passos para frente e apertei o botão da campainha. Fez um barulho que até me assustou do tanto que eu estava nervosa.
- Lunna? - O Sr. Elliot Harper falou depois de abrir a porta.
- Oi, pai. - Falei sem graça.
- O que faz aqui?
- Eu preciso falar com o senhor.
Acho que não temos nada sobre o que falar.- Temos sim, por favor, deixa eu entrar.
- Tudo bem. - Meu pai abriu mais a porta dando espaço para eu passar.
- Eu vim aqui para… - Suspirei. - Para te pedir desculpas, me desculpa por ter te acusado de não ter sofrido pela morte da mamãe… agora eu percebo que cada um tem o seu próprio jeito de passar pelo luto, só porque eu não vi o senhor chorando ou algo assim não quer dizer que não tenha sofrido… me desculpa por não ter ido em seu casamento e por tudo aquilo que eu falei… - Ele ficou em silêncio por alguns segundos, processando a informação.
- Não, filha, não precisa se desculpar… eu que devia ter sido um pai melhor, que devia ter te apoiado e não me importado só com o trabalho. Sei que errei, eu não pude estar no hospital com você e sua mãe, por erro meu, por estar ocupado demais. - Ele fez uma pausa. - Eu não fui presente em boa parte de sua vida por causa do trabalho… me perdoa?
- Claro que eu te perdoo, pai… - Meus olhos começaram a lacrimejar. - O senhor me perdoa?
- Com certeza sim, minha filha. - E assim nós nos abraçamos.
- Eu sinto tanta falta da mamãe. - Falei em meio ao choro.
- Eu também sinto… mas agora ela está em um lugar melhor, ela está lá com Jesus… temos que deixar ela ir.
- Sim… - Falei limpando as lágrimas.
- Muito obrigado por ter vindo até aqui, Lunna. Me desculpa por ficar todo esse tempo sem atender suas ligações, isso estava me incomodando muito, mas meu orgulho foi maior e não deixou eu falar com você.
- Tudo bem, pai, nós dois erramos… o importante é que agora reconhecemos isso.
- Querido, quem era na porta? - Ouvi a voz de uma mulher falando enquanto descia as escadas.
- Ah, era Lunna, minha filha. - A esposa de meu pai olhou para mim, sorrindo.
- Olá, Lunna!! Finalmente te conheci. - A mulher loira falou.
- Lunna, essa é Alline, minha esposa.
- Oi, Alline! - A abracei.
Ficamos nós três conversando por um bom tempo, até tomei café da tarde na casa deles. Alline parecia uma pessoa boa e muito legal, não é à toa que meu pai se apaixonou por ela, ela era muito bonita também. Nós nos damos muito bem e passamos a tarde inteira compartilhando histórias de nossas vidas e Alline me contou como meu pai e ela se conheceram. Foi bom conhecê-la. Pude ver que eles formavam um lindo casal e eram felizes juntos. Fiquei feliz por meu pai e Alline.
No fim da tarde eu me despedi dos dois e voltei de Uber para casa. Estava me sentindo muito satisfeita e aliviada, fiz as pazes com meu pai e agora estávamos bem. No caminho de volta para casa, eu passei na loja de informática e revelei algumas fotos, comprei também uns porta-retratos.
Quando cheguei em casa coloquei as fotos nos porta-retratos e posicionei todas elas na mesinha ao lado da televisão na sala. Uma delas era uma foto onde estavam eu e minha mãe, um dia que tínhamos ido ao parque, um sorriso estava estampado em nossos rostos. Uma lágrima correu por minha bochecha ao lembrar daquele dia. A segunda foto era uma minha, com meu pai e Alline que tiramos hoje antes de eu sair da casa deles. A terceira e última era uma foto de Finn e eu, nós estávamos fazendo caretas engraçadas. Sorri ao ver a cara de Finn na foto. Pronto, agora todas as pessoas importantes para mim, estavam em um porta-retratos decorando minha sala.
Continua...
✿ Notas da Autora:
Olá pessoas, como vão?
Estamos chegando no fim da história!!
Faltam apenas mais dois capítulos para terminar 🤧
Ou seja, sábado sai o penúltimo capítulo e terça que vem sai o último.
Porém, eu tenho uma surpresinha pra vocês!! Terça vão sair dois capítulos.
O último que finaliza a história e mais um capítulo especial, vai ser tipo uma carta para os leitores, sabe?
Enfim, espero que gostem e que o Papai do Céu tenha tocado no coração de cada um e que continue tocando nesse término do livro.
É isso, honey bunnys!
Fiquem bem, que Deus abençoe vocês :)
Até a próxima 🌻
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I still need you
SpiritualLunna Harper sonha em ser psicóloga e ajudar as pessoas com isso. Há dois anos ela perdeu sua mãe e a relação com seu pai não é das melhores. Ela encontrou conforto em Jesus, que a ajudou a passar por tudo isso. Finn Lewis, o vizinho do apartamento...