• part twenty •

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16 de Abril.
Sexta, 22:30
Casa da Mary, Toronto.

- E aí, o que achou do filme? - Mary perguntou enquanto estava nos créditos finais.

- Achei bem interessante, gostei. - Falei e ela assentiu.

- O que quer fazer agora?

- Agora não é a hora da skin care, de acordo com seu planejamento? - Dei uma risada.

- Ah, sim! Verdade… vou pegar as máscaras lá. - Mary se levantou e foi até seu banheiro.

Menos de um minuto depois ela voltou com diversos tipos de máscaras faciais. Ela colocou as mesmas em cima da cama, me permitindo observar que haviam máscaras de carvão, de mel, de pepino, de detox, de ouro, de vitamina c, entre muitas outras.
Nossa, são muitas opções.

- Pode escolher a que você quiser, eu vou passar a de ouro. - Mary pegou a máscara com embalagem dourada e foi até o banheiro.

Peguei meu celular e comecei a mexer nele para ver se tinha alguma notificação enquanto esperava Mary. Minutos depois ela saiu de lá com a máscara já no rosto.

- Agora sua vez… já escolheu?

- Sim, vou colocar a detox. - Peguei a mesma e deixei meu celular em cima da cama perto da minha mochila. Fui direto para o banheiro, fechando a porta em seguida.

Com um pouco de dificuldade, consegui abrir a embalagem da máscara e depois de lavar o rosto, coloquei ela, a qual deu uma refrescância muito agradável no meu rosto. Saí do banheiro e quase tive a impressão de que Mary estava fazendo algo, mas parou quando eu abri a porta. Para de paranóia Lunna! - pensei.

- É muito boa essa máscara né?

- É sim. Nunca testei essa, eu sempre compro a de carvão ou de argila.

- Ah, sim. Essas eu comprei na loja de cosméticos da Mia. Inclusive, lembra dela? E da Evelyn?

- Lembro sim. - E eu lembrava muito bem daquele episódio desagradável no parque da faculdade.

- Então, vamos conversar, quais são as novidades?

- Não tenho nenhuma novidade, e você?

- Então… você já deve saber, eu estou namorando.

- Ah sim, verdade, eu percebi. - Dei uma risada forçada.

- E  você, amiga? Não tem nenhum boy por aí?

- Pior que não tem não… tô bem de boas.

- Ah, tá, sei… tem certeza? Eu vi você saindo com um cara esses dias quando passei perto do seu prédio, quem é ele?

- Você deve ter visto o Finn, meu vizinho da frente e… meu amigo! Somos bons amigos.

- Amigos? Sei.

- É sério, Mary.

- Tá bom, só amigos, entendi. - Ela levantou as mãos em forma de rendição. - Vamos falar de outras coisas então… quer jogar um jogo?

- Que jogo?

- O que acha de Banco Imobiliário?

- Pode ser.

- Eu vou lá embaixo pegar então. - Falou e saiu do quarto descendo as escadas logo em seguida.

Enquanto esperava ela voltar, decidi pegar meu celular. Olhei para o lugar onde eu achei que havia deixado ele, mas não estava mais lá. Olhei em volta e vi que estava no puff ao lado da minha mochila. Ué, mas eu não tinha deixado ele em cima da cama? Estranho - pensei. Ignorei e peguei o celular desbloqueando ele e abrindo o Instagram para ver o que tinha de interessante nele. Mary estava começando a demorar demais, levantei da cama e quando estava prestes a sair do quarto, ela chega com o jogo.

- Voltei! Vamos jogar?

- Vamos. - Nos sentamos no chão e Mary organizou o jogo.

Ficamos um bom tempo conversando e jogando Banco Imobiliário, tanto que eu até havia perdido as horas. Fomos dormir já era de madrugada e eu estava caindo de sono.

[...]

Acordei já eram 10:43, pulei da cama e me vesti. Arrumei minhas coisas e só depois que eu terminei que Mary acordou. Ela perguntou se eu não queria ficar para o almoço, mas eu recusei, precisava voltar para casa. Mary me trouxe até meu prédio e agora estou em meu apartamento. Eu já havia feito um almoço rápido com as coisas que eu já tinha aqui em casa, não ficou nota 10, mas quem sabe uma nota 7 ou 8. Depois de ter almoçado, lavei a louça.

Acabei lembrando que tinha uma prova super importante na segunda e eu precisava estudar. Mas eu também lembrei que não falava com Finn desde terça quando ele veio almoçar aqui na minha casa. Decidi deixar o dia de hoje livre e estudar amanhã. Coloquei uma roupa apresentável e saí do meu apartamento, indo até a porta de Finn.

- E aí? - Falei animada quando ele abriu a porta.

- E aí? - Finn estava confuso.

- Como vai a vida? - Entrei em seu apartamento e Finn ficou me olhando. Como se ele nunca tivesse feito isso no meu apartamento, né?

- Tá indo. - Ele riu. - O que veio fazer aqui?

- Não posso mais visitar meu amigo?

- Pode ué, mas… - O interrompi.

- Então, eu estava pensando… o que acha de irmos ver um jogo de Hockey?

- Agora?

- É, ué.

- Mas não precisa comprar os ingressos antecipadamente ou algo assim?

- Acho que não, só chega lá, paga e entra.

- Tem certeza?

- Não sei, mas caso não dê, podemos dar uma volta pela praça que tem lá do lado.

- Ok, pode ser então.

- Mas você paga a sua dessa vez.

- Mas foi você que convidou!

- Tô nem aí, eu sempre pago pra você.

- Chata. - Finn falou brincando.

- Folgado. - Nós dois rimos.

[...]

Chegamos no Scotiabank Arena depois de ter ficado bastante tempo no engarrafamento do trânsito. Finn e eu descemos do carro e nos encaminhamos para a fila da bilheteria, haviam umas dez pessoas em nossa frente.

- Por que você me trouxe aqui? - Finn franziu a sobrancelha olhando para mim, como que estivesse sem paciência para esperar na fila.

- Pra sair um pouco… fazer uma coisa diferente. - Ele não respondeu nada apenas assentiu. - Por quê? Não gosta da minha companhia?

- N-não, não é isso… - Ele se atrapalhou e eu comecei a rir. - Eu gosto da sua companhia, mas não gosto de sair de casa.

- Faz bem pra saúde sabia? Tomar um sol, respirar ar puro, pegar uma melanina… - Olhei para Finn. - Por isso que você é branco desse jeito, parece um vampiro, não pega nada de melanina.

- Nossa, que insulto! Estou ofendido. - Ele debochou e eu dei uma gargalhada.

- Olha, falta pouco para podermos comprar os bilhetes.

- É melhor que dê para comprar agora… eu não esperei até agora pra nada. - Fiz uma careta pra Finn e ele devolveu com outra.

Alguns minutos depois, chegou nossa vez de sermos atendidos. Pedi dois bilhetes e (graças a Deus!) dava para comprar na hora. Esfreguei os bilhetes no rosto de Finn, tentando dizer “Viu? Eu disse!” e ele revirou os olhos. Entramos no estádio, compramos alguns lanches na praça de alimentação e subimos as escadas indo até os bancos, escolhemos dois deles e sentamos. Era uma visão privilegiada, dava para ver muito bem o campo onde o jogo aconteceria. Começamos a comer a pipoca que compramos, esperando o jogo começar.

Continua...

I still need youOnde histórias criam vida. Descubra agora