25 de Janeiro.
Domingo, 10:07 am.
Toronto, Canadá.Acordei às 08:00, mas como todos os dias da semana eu acordava cedo, decidi dormir mais um pouco, já que era domingo. Levantei 10:00 com o sol batendo em meu rosto por uma fresta entreaberta da cortina.
Fui direto pro banheiro, lavei meu rosto e fiz minhas higienes matinais. Abri todas as janelas para que o sol entrasse e fui para a cozinha. Pensei em fazer um suco natural, mas lembrei que se eu não tomar café de manhã eu fico com dor de cabeça o dia inteiro. Conversei com Jesus enquanto fazia o café, tomei o mesmo na minha xícara preferida de pinguim com um cachecol, acompanhado de um sanduíche natural. Depois de terminar, ainda estava com fome, então peguei umas frutas na geladeira e fiz uma salada de frutas para comer junto com cereal. Sim, eu faço umas misturas bem estranhas às vezes.
Terminei meu café da manhã e sentei no sofá para ver se passava algo interessante na televisão. Passei alguns canais e não tinha nada, coloquei na Netflix e comecei a procurar algum filme que me agradasse. Não achei nada, fazendo uma última tentativa de achar algo para assistir, fui até o Youtube e coloquei “Chaves”, meu seriado preferido. Minha mãe era brasileira e assistia esse programa desde criança, ela me ensinou a assistir e eu gostei tanto, que nunca mais parei de assistir. E, ah! Eu sei falar em português também, aprendi com minha mãe.
Passei o resto da manhã assistindo “Chaves”. Quando bateu a fome, fiz um almoço e comi sozinha, como sempre. Arrumei a cozinha e organizei meu apartamento “por cima”. Decidi andar de bicicleta, coisa que eu amava fazer em dias ensolarados como esse. Coloquei uma roupa bem agasalhada, estava sol mas ainda era inverno. Peguei minha bike e desci as escadas até o térreo.
Pedalei até cansar, parei em uma praça e me sentei no banco de madeira que havia ali para descansar um pouco. Fiquei observando os pais brincando com seus filhos, grupos de amigos fazendo piquenique e casais passeando com seus cachorros. Estava entretida olhando um vendedor em sua barraquinha de sorvetes dando um sorvete para uma criança quando meu celular começa a vibrar no meu bolso. Peguei o mesmo para ver quem estava ligando e vi que era um número desconhecido. Quem será? - pensei.
- Alô?
- Oi, filha, aqui é o Elliot, seu pai, eu troquei de número.
- Ah, oi, pai!
- Como você está? - Ele fingia que se importava.
- Eu estou bem, e com o senhor?
- Estou bem… faz tempo que não nos falamos, o que acha de irmos naquele café que você gosta domingo que vem?
- Ah… pode ser.
- Ok, combinado então.
- Combinado.
- Tchau, até domingo que vem.
- Tchau, até. - Falei e ele encerrou a ligação.
Fiquei pensando no que meu pai havia falado. Por que ele quer se encontrar comigo? Assim do nada? Faz semanas que ele não fala comigo, não tenho bons pressentimentos sobre isso. Mas seja o que Deus quiser.
Guardei meu celular e voltei a pedalar até meu prédio. Chegando no mesmo, cumprimentei o porteiro e subi as escadas. Ok, eu poderia ir de elevador, já que eu estava cansada e precisava carregar a bicicleta, mas depois daquele episódio traumatizante no elevador, nunca mais entro nele. Cheguei em meu andar e me deparei com Finn abrindo a porta de seu apartamento, provavelmente ele chegou de algum lugar agora.
- Oi, Finn!!
- Oi, Lunna.
- Tudo bem? - Perguntei encostando a bike na parede.
- Tudo, na medida do possível. - Ele poderia ter dito que estava bem, mas sua expressão dizia outra coisa.
- Então… - Peguei as chaves para abrir meu apartamento. - Você quer ir no culto da minha igreja hoje?
- Hmm não sei… não sou muito de ir na igreja. Não vou desde que meu irmão morreu, inclusive.
- Ah, vamos. Tenho certeza que isso vai ser bom pra você.
- Não sei, não.
- Qual é, eu tô tentando ser sua amiga e te ajudar. Me dê uma chance, por favor.
- Tá bom.
- Isso aí! Então saímos às 19:00, ok?
- Ok. - Ele falou e entrou em seu apartamento e eu fiz o mesmo entrando no meu.
Deixei minha bicicleta em seu lugar e fui direto pro banheiro, tomei um banho e lavei o cabelo. Fiz uma skin care e fui de toalha até meu quarto enquanto a máscara secava para escolher uma roupa para sair mais tarde. Peguei uma saia plissada preta que vai até o joelho, uma blusa branca, um blazer longo amarelo queimado com botões pretos na manga e uma bota preta de cano longo, e para complementar uma boina preta que eu amo.
Coloquei a roupa em cima da cama e me vesti com um roupão. Como ainda tinha tempo até eu ter que me arrumar, então fui até a cozinha e fiz um café para tomar enquanto continuava a ler meu livro de romance que eu ainda não havia terminado.
Sentei no sofá e comecei a ler. Eu amava ler, na minha opinião, é uma forma de libertar nossa imaginação e viver em mundos e realidades diferentes com todo tipo de aventuras. Me entreti tanto na leitura que quando vi faltam só 30 minutos para sairmos. Guardei meu livro e fui correndo me vestir.
Vesti a roupa que havia escolhido e arrumei meu cabelo para colocar a boina. Passei um perfume e fiz uma make bem rapidinho. Peguei minha Bíblia e celular e coloquei na minha bolsa. Me olhei no espelho, eu estava pronta. Peguei minhas chaves e antes de sair tomei um gole de água. Jesus, estou indo para meu lugar preferido que também é o melhor lugar do mundo! - pensei. Abri a porta do meu apartamento e como vi que Finn ainda não tinha saído, bati na porta dele. De primeira ele não atendeu, então bati novamente.
- Já tô indo! - Ele gritou lá de dentro. Segundos depois ele abriu a porta já pronto para sair.
- Pronto?
- Sim. - Sua expressão me incomodava.
- Anima aí, Finn! Nós estamos indo pra casa de Deus.
- Aff, tá. - Pude vê-lo revirar os olhos.
Descemos as escadas juntos e lá em baixo chamamos um Uber, pois a igreja que eu ia ficava um pouco longe daqui. Logo o Uber chegou e entramos no mesmo, começando a nos direcionar ao nosso destino.
Continua...
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I still need you
SpiritualLunna Harper sonha em ser psicóloga e ajudar as pessoas com isso. Há dois anos ela perdeu sua mãe e a relação com seu pai não é das melhores. Ela encontrou conforto em Jesus, que a ajudou a passar por tudo isso. Finn Lewis, o vizinho do apartamento...