3.700 Anos de amor (Senku X Leitora)

Produção de fios de ouro

-- faz mesmo diferença ter tanta gente ajudando! -- fala Chrome enquanto voltávamos para o reino da ciência, aceno positivamente com a cabeça para saberem que eu concordo.

Tinhamos ido buscar lenha, Chrome e eu traziamos grandes pedaços de madeira, Kohaku trazia uma tora enorme e Senku...metade do que eu levava, e mesmo assim parecia mais cansado que eu.

-- é por que o Senku ganhou o assento de chefe do vilarejo -- comenta Kohaku olhando para os moradores que ajudavam o Reino da Ciência.

-- boas notícias mesmo -- Senku fala com uma voz cansada e todo suado -- nós assumiremos a grande tarefa de fazer celulares em um mundo de pedra, tem uma montanha de dificuldades que precisamos superar -- ele fala enquanto colocamos toda a lenha no chão.

-- ah, é mesmo! -- Chrome fala empolgado -- o tal do celular! me ensina como ele permite que se fale com pessoas realmente distantes, drepressa!

-- como funciona? -- pergunta Kaseki igualmente empolgado -- anda logo, me ensina!

Parecem duas crianças.

-- me dá um tempo! -- Senku fala se afastando -- vocês estão empolgados demais -- acabo rindo um pouco, mas o ato faz minha garganta doer levemente, Senku me olha preocupado e eu mando um "joinha" pra ele -- escutem, a voz é uma vibração no ar, aponte essa vibração para um diafragma, e se produz uma corrente elétrica bem pequena no ritmo da vibração, a corrente é pequena demais então você aumenta ela, no nosso caso usaremos um tubo de vácuo. Então mandaremos essa corrente elétrica em círculo, o que vai faze-la fluir como uma onda de potência, uma onda eletromagnética. O lado que estiver ouvindo fará apenas o oposto.

-- e-entendi metade disso -- fala Chrome meio confuso.

Eu só entendi até " a voz é uma vibração no ar".

-- eu não entendi nada -- afirma Kaseki.

-- essa conversa é pra gente com QI alto demais, minha cabeça está doendo -- Comenta Gen-- o que exatamente faremos primeiro?

-- a primeira coisa que vamos fazer no nosso enorme projeto de ciências... uma maquina de algodão doce -- ele fala com uma voz séria.

O QI da conversa acabou de cair uns 100 pontos.

Olho para Gen e pela cara de fantasma dele percebo que ele provavelmente pensou o mesmo que eu.

Depois de fazer a maquina Senku explicou como ela funcionava e que a usaríamos para fazer fios de ouro, mas que testaríamos com algodão doce, e sinceramente? essa deve ter sido a coisa mais fácil que fizemos, eu comi o algodão doce (que estava divinamente bom) enquanto observava os outros comerem pela primeira vez, as reações deles eram simplesmente adoráveis, menos as do Magma, Mantle, Kaseki e Guinrou, (foi mal, mas eles pareciam pervertidos com aquelas expressões...se bem que o Guinrou já é meio pervertido), o mais estranho é que Kinrou gostou tanto que até chorou, dou um beijo na bochecha de Senku como agradecimento, e claro, ele ficou corado, então decidi ajudar o povo a reconstruir a vila, e depois de alguns instantes eu ouvi algo interessante.

-- Alguém chamada Homura começou esse fogo -- comenta um dos moradores olhando para as casas destruídas.

Então esse é o nome dela?

Penso comigo mesma enquanto ajudo uma mulher a levar comida aos construtores, eles param o trabalho para descansar um pouco, no meio deles vejo Argo, e me lembro de Suika me falando que foi ele quem me tirou da vila, como eu estava sem conseguir falar me contento em apenas ir até ele, sorri de forma doce e me curvar brevemente.

-- e-espera, por que isso? -- ele pergunta confuso, a mulher que eu estava ajudando põe a mão no meu ombro e responde por mim.

-- Ela não vai poder falar por um tempo, a garganta dela está machucada, ela está te agradecendo por salva-lá.

--oh, que pena, você tem uma voz adorável -- ele comenta tranquilamente, acabo ficando envergonhada pelo elogio.

No final acabei ajudando o povo do vilarejo por 2 dias até que finalmente os testes foram terminados e começou a produção de fios de ouro, do qual eu, as crianças e os idosos ficamos enrolando, sim, nós ficamos com o trabalho mais chato, mas tinha seus pontos positivos, como por exemplo, poder conversar com todos eles ( o que no meu caso era apenas fazer gestos, mas ainda assim era divertido ).

Bebo um pouco de água pois minha garganta estava irritada.

-- criança, você está melhor? -- pergunta uma idosa olhando para mim, eu a olho e me recordo que eu a ajudei durante o incêndio.

Aceno positivamente com a cabeça e sorrio, a idosa sorri e então olha para Senku que estava ocupado com o pessoal.

-- você gosta muito daquele moço, estou certa ? -- ela pergunta gentilmente, eu coro e cubro meu rosto com minhas mãos, ela ri levemente -- esperando o momento para se declarar?

Aceno novamente com a cabeça

E assim se passou mais 3 dias inteiros, nos quais aparentemente o Chrome e o Kaseki criaram um moinho sem querer e depois isso virou uma usina hidroelétrica.

-- ainda está incompleto -- Senku me explica depois de eu ter ficado seguindo ele, aparentemente ele demorou para entender o que eu queria, que no caso era que ele me explicasse a situação -- toda a nossa preciosa eletricidade está fugindo.

Como eu gostaria de falar: então você vai fazer uma bateria? Mas minha voz ainda está levemente rouca, claro que eu poderia falar, mas eu estava esperando minha voz ficar perfeitamente normal para poder fazer uma surprezinha ao gênio.

-- vamos ter que construir uma caixa de eletricidade, ou seja, uma bateria -- sorrio orgulhosa, ao menos eu sabia o que teriamos que fazer, quando Senku percebe o meu sorriso ele parece entender pois também sorri orgulhoso.

Acontece que no final das contas eu  fiquei ajudando a entrelaçar os fios de ouro enquanto os ouros faziam algumas baterias, ao menos eu pude ver o quanto Kinrou e Guinrou ficaram felizes com a bateria, pois não precisariam fazer o trabalho braçal, eu não me surpreendi com Guinrou ter essa reação, mas algo assim vindo do Kinrou... realmente devia ser muito chato de difícil fazer isso.

Mas algo que eu percebi era que Senku estava fazendo todo mundo trabalhar bastante, principalmente Kaseki e Chrome, que pareciam dois fantasmas, mesmo assim os dois se empolgavam facilmente se Senku mostrasse seus projetos.

Nosso tempo realmente é curto.

Depois Senku preparou uma máquina com engrenagens que soprava ar para o forno de pedra, isso fez os moradores da vila ficarem muito felizes, mas Kokuyou os fez trabalharem para se prepararem para o inverno, e depois Senku os ensinou a fazer comida em conserva. Senku vinha frequentemente me contar o andamento dos projetos, os olhos dele brilhavam toda vez ele entrava na tenda, e a voz das idosas preenchiam o local com perguntas toda vez que ele saia.

Para pessoas idosas elas até que estão bem ligadas.

Passaram-se mais alguns dias nesse ritmo, Senku, Chrome e Kaseki com seus projetos, eu as idosas e crianças que tinham tempo livre ficamos enrolando os fios de ouro, e o resto da vila fazendo o que tinha que fazer para se preparar para o inverno.