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Jennie Kim

O tempo passava tão devagar que um minuto parecia ser uma hora. Poucos clientes adentraram a lanchonete naquela manhã, havia apenas um casal e três amigas ocupando duas difrentes mesas.

Jisoo estava entretida como uma criança com a máquina registradora, apertando difrentes botões de onde soavam difrentes sons. Enquanto isso eu fitava o chão com desdém, me permitindo vagar por meus próprios pensamentos as vezes tão tediosos.

O barulho de sino logo soou, chamando minha atenção e a de Jisoo até a porta. Eu estaria rindo pelo fato de Jisoo ter erguido a cabeça tão rápido que acabou batendo na luminária acima do caixa, mas quando percebi quem adentrava o lugar não aguentei e revirei os olhos discretamente.

- Puta merda, quem é essa loira ao lado da Manoban? - Perguntou Jisoo aos susurros.

- Não faço ideia, se quer tanto descobrir vá as atender.

- Meu lugar é atrás do balcão sua espertinha. Sei que não vai com a cara da gostosa ali mas alguém tem que atende-la, e essa pessoa não será eu. - Deu de ombros segurando o riso por minha cara de poucos amigos.

- Odeio você! - Falei indo em direção à mesa onde as duas mulheres se acomodaram.

Logo que me aproximei, recebi a atenção das duas totalmente para mim. Senti meu corpo se encolher um pouco por estar sendo tão exposto à olhares certamente intimidantes. Além do mais, nitidamente dá para se notar o quão difrentes somos uma das outras.

- Já desejam fazer o pedido? - Perguntei.

- Vou querer um Cappuccino e uma fatia de torta de morango. - Pediu a loira me dando um sorriso amigável.

- E para mim apenas um Mocha. - Disse Manoban com um tom de desdém.

Assenti me segurando para não revirar os olhos na frente delas. Assim que virei, assim o fiz. Jisoo pôde observar o que fiz e balançou a cabeça em sinal de negação enquanto se segurava para não rir.

- Um Cappuccino, um Mocha e uma fatia de torta de morango.

Jisoo sabe que nunca fui com a cara da Manoban, e isso pelo motivo dela ser uma ignorante que trata todos como seres inferiores à ela. Como se seu dinheiro e fama lhe desse a capacidade de tratar os outros com indiferença. Uma pessoa assim não merece o meu respeito.

Rapidamente os clientes começaram à chegar, prontamente me pus à atender todos, que felizmente esbanjavam um humor totalmente o contrário do de Manoban.

Jisoo me entregou o pedido das duas mulheres e logo deixei as bebidas e a fatia de torta sobre a mesa onde estavam localizadas. A garota loira me agradeceu com mais um sorriso, eu não consegui não retribuir.

Quando estava prestes à voltar para o balcão para pegar mais pedidos, fui interrompida por um chamado de Manoban. Suspirei fundo voltando minha atenção para ela enquanto um falso sorriso se abria em meu rosto.

- Sim?

- Leve isso de volta e adicone um pouco de adoçante, chocolate e duas colheres de leite à mais. - Pediu? Não, ordenou!

- Quer que eu beije seus sapatos também? - Perguntei irônica.

- Como?

- Além de exigente é surda. - Susurrei para mim mesma.

Arrisquei um olhar para a jovem loira e simpática ao seu lado e ela pressionava os lábios um no outro já com o rosto vermelho por estar prendendo o riso.

- Sua... Apenas faça o que eu estou pedindo, é esse o seu trabalho, afinal. - Debochou.

- Meu trabalho é servir café, e não obedecer ordens suas, senhora. - Rebati prontamente.

- Está tudo bem aqui? - Jisoo perguntou ao se aproximar.

- Não, sua empregada está com a língua muito afiada. Eu sabia que vir nessa espelunca seria uma perda de tempo. - Reclamou me olhando furiosa.

- Desculpem pelo comportamento alterado e certamente inapropriado da minha amiga, tanto o café quanto a torta estão maravilhosos. - A loira se desculpou com um sorriso calmo desenhado nos lábios.

- Rosé!

- Calada. - Voltou sua atenção para nós novamente. - Com certeza voltarei aqui mais vezes.

- E será sempre bem vinda. - Jisoo sorriu.

- Vamos embora. - Afirmou a emburrada, deixando uma nota de vinte pratas sobre a mesa.

- Não precisa pagar se o café não lhe agradou como o esperado. - Jisoo estendeu de volta a cédula verde.

- Oh não, insisto que fiquem. Não quero ser a culpada por alguém passar fome. - Falou me encarando friamente, logo dando as costas e saindo do estabelecimento, levando consigo a simpática garota.

De fato talvez aquele dinheiro me impedisse de passar fome, mas a forma como sua voz revelou aquelas palavras foi como um doloroso soco no estômago. Todos os dias ela só me prova que sempre estive certa em não gostar dela, diferente do restante dos Estados Unidos.

- Eu seria presa se tivesse derramado esse café na cabeça dela? - Perguntou Jisoo.

- Se sim, eu iria dar um jeito de te tirar de lá. - Suspirei.

- Desumilde da porra, tomara que se engasgue com o ar. - Jisoo falou me fazendo rir.

- A garota que estava com ela parece ser simpática. - Falei dando de ombros.

- E gostosa. Viu aqueles lábios brilhantes?

- Falo sério, Jichu. Não sei como ela aguenta aquela velha ignorante e reclamona. - Bufei jogando alguns copos de café vazios no lixo.

- A paciência que Deus não me deu foi para ela, tenho certeza. - Jisoo falou com humor.

...

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