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Jennie Kim

Ao chegarmos, Lisa me deixou em frente a lanchonete. Quando perguntei se ela iria entrar, negou rapidamente afirmando que estava atrasada e que Rosé precisava urgentemente dela na empresa, mas sei que isso é mentira. Tenho certeza que Rosé consegue se virar perfeitamente sem Lisa. Na realidade, Lisa estava morrendo de medo do que Jisoo faria com ela assim que a visse.

Quando adentrei o estabelecimento pouco movimentado o sino da porta soou e um olhar feroz veio de encontro ao meu assim que Jisoo virou-se em minha direção. É, ela iria me matar.

Por estar longe de mim, ela não falou nada, só apontou com o dedo em direção à dispensa. E eu achando que ela não poderia me matar aqui porquê os clientes estariam olhando, tinha esquecido da porra da dispensa.

Segui em passos lentos até o local indicado e assim que entro, ligo as luzes e fico esperando em silêncio a morte chegar, o que não demorou muito, infelizmente.

Jisoo deixa a porta um pouco aberta para escutar caso algum cliente chame e então para na minha frente com os braços cruzados, olhos cerrados e sobrancelhas erguidas. Credo, vou ter pesadelos com isso.

- Jennie Kim, só não te mato porquê você tem família e eu sei que sua mãe vai notar seu sumiço e automaticamente eu vou ser a primeira na lista de suspeitos. Caso contrário você já estaria 10 palmos abaixo da terra. - Ela fala, apontando com o dedo de forma brusca em minha direção.

- Eu sei que você me ama demais pra fazer uma coisa dessa. - Falo, abrindo um sorriso convencido.

- Aish, eu deveria te dar um bons tapas nessa sua cara. Isso é coisa que se faça? Deixar uma mãe preocupada desse jeito. - Ela diz, fazendo drama. - Eu já estava quase ligando pra polícia e pra ambulância!

- Ambulância?

- É, ambulância. Como eu disse pelo celular antes de você desligar na minha cara eu pensei que Lisa tinha te desmontado igual peça de lego.

- Não seja tão exagerada. - Falo e ela me olha incrédula.

- Exagerada? É assim que você trata alguém que se preocupa com você? - Ela pergunta, ainda apontando o dedo bruscamente em minha direção. Reviro os olhos e me dou por vencida.

- Tudo bem Jisoo, me desculpa, tá legal? Não vou mais te deixar preocupada.

- Bom mesmo, da próxima vez eu vou te buscar pelos cabelos. - Ameaça. - E cadê aquela outra? Quando eu ver ela vou cortar o órgão reprodutor dela com a faca mais afiada que eu tiver.

- Ela sabe disso, por isso só me deixou aqui e foi embora. - Falo.

- Medrosa. Uma hora ela aparece, e quando aparecer vai levar uma bronca. - Jisoo afirma.

- Não seja tão ruim. - Ela revira os olhos.

- Como foi a noite? Sem detalhes por favor, poupe meus pobres ouvidos. - Jisoo pergunta.

- Foi legal. Fomos para um restaurante e depois para a casa dela. - Respondo.

- Me admira que você ainda andar normalmente. - Ela fala, sarcástica.

- Cala a boca.

- Anda, vai colocar o avental e me ajuda. De manhã estava muito movimentado e tive que me virar porquê um certo alguém estava ocupada encarnando um coelho. - Ela fala, de forma irônica, e então volta para a loja.

Rapidamente vou ao banheiro colocar o avental e fazer um rabo de cavalo em meu cabelo. Quando eu virei, prestes a ir embora, meu olhar foi de encontro a uma das cabines, mais especificamente no vaso sanitário. Respirei fundo, me ajoelhei próximo a ele e enfiei um dedo na garganta, em pouco tempo eu ja estava colocando tudo o que comi noite passada pra fora. Depois de alguns minutos, me levanto e lavo minha boca. Agora meu estômago estava vazio e eu me sentia tranquila.

Volto para a lanchonete e começo a preparar alguns pedidos que estava anotados em um bloco de notas deixado por Jisoo no balcão. Ela atendeu mais alguns clientes e então vem até mim para pegar os pedidos que ja tinham sido preparados.

- Você demorou. - Ela comenta.

- Estava tentando controlar a bagunça de friz que se encontrava em meu cabelo. - Eu falo, sem coragem de encarar seus olhos. Ela saberia que eu estava omitindo alguma coisa.

- Ah, certo. - Diz ela e então vai deixar os pedidos ja feitos em algumas mesas.

Cerca de duas horas depois o sino da porta soou e então meus olhos captam, adentrando o local, a imagem de Rosé, Lisa e... omma?

O rosto de Jisoo que antes se iluminou ao ver a loira, perdeu todo o brilho quando olhou para Lisa, essa engoliu seco e disparou em minha direção. Omma me procurou com o olhar e quando me achou acenou com a mão enquanto sorria, acenei de volta e seu sorriso ficou ainda maior.

Jisoo cumprimentou minha mãe e começou a conversar com ela, enquanto guiava as duas mulheres até uma mesa disponível.

- O que omma está fazendo aqui? - Pergunto à Lisa, assim que ela se aproxima.

- Sua mãe têm trabalhado muito esses dias por conta de uma reforma que está tendo na empresa, achei que ela merecia um café e visitar a própria filha. - Explica sorrindo.

-  Lisa. - Rosé a chama, já sentada em uma mesa.

- Eu vou me sentar, tá bom? Quero que você vá me atender. - Ela diz sorrindo, antes de ir em direção a loira.

Assim que Jisoo se aproxima, ela me entrega o bloco de anotações e diz que como é minha mãe sentada ali, eu quem deveria atender. E então ela poderia descansar um pouco já que passou a manhã trabalhando por duas e suas pernas ja estavam doendo.

E como ela foi descansar? A descarada se sentou ao lado de Rosé na mesa e deitou a cabeça no ombro da loira enquanto recebia carinho.

- Folgada. - Falo para Jisoo, ao me aproximar da mesa.

- Isso é jeito de tratar os clientes? - Pergunta a descarada, debochando.

- Sua...

- Vocês duas continuam agindo como crianças. - Omma me interrompe. - Nunca vão crescer não?

- A Jennie não, coitada. Ela só consegue diminuir. - Acho que não preciso dizer quem falou isso.

Rosé, Jisoo e omma riram. Olhei para Lisa e notei que ela tentava de todo jeito prender a risada que lhe ameaçava escapar.

- Ria e vou te deixar sem sexo por cinco meses. - Ameaço, susurrando em seu ouvido.

- Eu rir disso? Nunca, amor. - A feição de Lisa se torna séria no mesmo instante.

- Tia Minji, sua filha é muito forte sabia? As pernas dela principalmente. - Jisoo comenta, como quem não quer nada.

- É sim. Mas por que diz isso? - Omma pergunta.

- Só estou comentando, sabe como é, o bem estar da minha querida amiga me interessa muito. - Jisoo me olha e abre um sorriso cínico.

- Eu imagino que sim. - Omma fala, inocentemente.

- Eu vou te matar. - Falo para Jisoo por meio de leitura labial, e ela entendeu perfeitamente pois abriu um sorriso cínico nos lábios.

...

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