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Antes de iniciarem a leitura, peço que se possível coloquem para tocar a música "Atlantis" - Seafret. Experimentei ler esse capítulo escutando ela e percebi que faz toda a diferença. Obrigada <3.

Jennie Kim

- Não, não podem. - Jisoo a responde rudemente.

- Vamos embora. Agora. - Rosé fala entredentes, puxando-a pela mão.

- Não. Por favor, Jennie, podemos conversar? - Lisa insiste.

- Para quê? Me humilhar de novo? - Pergunto evitando olha-la nos olhos.

- Jennie...

- Quando você teve a oportunidade de falar, a desperdiçou da pior forma possível. Aí cinco meses depois aparece aqui querendo conversar? Cinco meses!  - Exclamo, irritada.

- Eu precisei desse tempo para colocar as coisas no lugar, entender melhor a situação! - Ela responde, se exaltando.

- E quanto à mim? Você se perguntou como eu me senti depois de tudo o que você me falou naquele dia? Você não tem o direito de aparecer aqui cinco meses depois dando a desculpa de que precisava de tempo para digerir a situação se fui eu quem saiu machucada! - Rebato, furiosa.

- Eu sei, eu sei, agora eu entendo! Por isso quero conversar, ouvir seu lado da história. - Ela falou e eu me pus a rir.

- Agora você quer me ouvir? Cinco meses depois você decidiu me ouvir? Sinto muito, posso ser o que for, mas pode ter certeza que estou longe de ser como as mulheres com quem você se satisfaz, que voltam para você como um cachorro volta para o dono. Tenho limites e você ultrapassou muitos deles.

- Eu sei, você está certa! Sempre está. Só peço cinco minutos para que eu possa falar com você a sós... - Fala aos susurros, já que estávamos atraindo a atenção de alguns clientes.

- Certo. - Respondo com um suspiro.

- Jennie! - Jisoo exclama indignada ao meu lado.

- Dois minutos. E então você vai embora e nunca mais vai aparecer aqui. Está me entendendo? - Falo, apontando o dedo bruscamente em sua direção.

- Certo.

- Vamos logo.

Sigo em direção à dispensa de alimentos da lanchonete e assim que passei pela porta tateei a parede em busca do interruptor, quando o achei, liguei as luzes e então Lisa também entrou, fechando a porta em seguida para evitar dos clientes escutarem.

- Por que veio aqui? - Perguntei direta.

- Porque estava com fome e porque queria ver você... - Responde, suspirando.

- Se queria ver uma puta, em uma esquina não muito longe daqui tem várias. - Rebato friamente.

- Jennie, pare com isso...

Ela suspirou e abaixou o olhar para o piso de cerâmica. Parecia perdida, não sabia como começar. Seus olhos estavam vazios, não conseguia identificar que sentimentos expressavam. Estavam sem o comum brilho que carregavam diariamente.

- Quando eu voltei para casa naquela noite, como já deve saber, Rosé passou duas horas me dando lições de moral e apontando o quão estúpida eu fui com você. Quando ela se foi e eu fiquei sozinha com meus pensamentos caí na real de que tinha feito uma besteira das grandes. Eu sei que nada que eu faça ou fale vai apagar da sua memória toda a humilhação que eu fiz você passar ou vai curar todas as cicatrizes já curadas que eu acabei abrindo novamente, mas eu peço, do fundo do meu coração, que acredite nas minhas palavras. Eu juro, elas são sinceras tanto quanto o sinto por você, Jennie.

- Por que esperar cinco meses? Para me fazer sofrer mais do que eu sofri? - Pergunto em meio à soluços, sentindo cada lágrima escorrer, deixando um rastro claro da minha dor.

- Machucar e fazer você sofrer mais do que eu já fiz nunca foi uma opção. Ficar cinco meses longe e sem nenhum tipo de contato com você foi um castigo que impus para mim mesma. Senti a necessidade de sofrer assim como fiz você sofrer, passei todos os dias lidando com a dor de saber que eu fui a responsável por fazê-la derramar suas valiosas lágrimas. E quando eu soube por Rosé que uma parte de você morreu por minha culpa, a parte que eu mais apreciava em você, eu passei dias tendo pesadelos onde você não me conhecia e parecia tão mais feliz...

- Lisa... - Tentei falar, mas fui interrompida por um soluço alto.

- Não, me deixe terminar, guardei todas essas palavras por muito tempo, preciso soltá-las para que parte da minha dor vá embora de vez. - Respirou fundo, deixando algumas lágrimas escaparem. - Você é a garota mais pura e brilhante que eu já conheci, me perdoe por lhe fazer se sentir suja e por lhe fazer duvidar da sua importância. Eu sei que não posso nos salvar, caímos como a Atlântida e cabe à você escolher se nossa Atlântida pode ou não voltar à superfície. Eu vou esperar, independente da sua escolha, e enquanto escolhe, vou me tornar alguém melhor.

- Merda, Lisa...

Por que ela tem que tornar tudo mais difícil para mim?

- Naquela noite eu iria levar você em um planetário. Era uma surpresa, achei que gostaria de ver as estrelas e a lua bem de pertinho, como se pudesse tocá-las. Não vou mentir, estava ansiosa para vê-las de perto, pensei até em comprar um telescópio para que pudéssemos abserva-las juntas. Mas aí me dei conta de que o telescópio se torna inútil quando eu posso olha-las diretamente em seus olhos.

- Sabe qual foi a pior parte de ter meu coração partido? É eu não ser capaz de lembrar como ele era antes disso... Eu esperei você por cinco malditos meses e a cada dia era mais uma faca empurrada em minhas costas. Eu já estou cansada de sofrer... Tudo de ruim que pode acontecer acontece justamente comigo. Eu não tenho um dia de paz, e quando eu tenho, fico apreensiva e com medo do que me espera no dia seguinte. Viver assim está sendo pior do que qualquer coisa. - Desabafo em meio às lágrimas.

- Eu sei disso. Não posso dizer que tudo vai ficar bem porque talvez eu esteja mentindo. Eu admiro tanto a sua força, você luta todos os dias mesmo com inúmeras pedras no caminho e facas enfiadas em suas costas. Amo o fato de que mesmo sofrendo tanto você continua sorrindo, e quando tudo está difícil você não desiste. Amo suas bochechas e seu sorriso gengival. Amo como você pisa no meu ego e me coloca no meu lugar quando necessário. Amo... você. Tive a certeza disso quando senti meu coração afundar e doer como nunca ao vê-la correr para longe de mim.

- Você...

- Meus dois minutos acabaram, Jennie. Me perdoe por afundar seu psicológico e por humilha-la daquela forma, me arrependo todos os dias desde então. Tudo mal começou e eu já fiz burrada, é sempre assim. Talvez Bambam esteja certo quando disse que eu só vou ser feliz quando tiver a capacidade de fazer alguém feliz. Ultrapassei seus limites e espero que algum dia me perdoe por isso, senhorita Kim. - Abriu um sorriso triste em meio as lágrimas. - Até mais.

E ela então se foi.

...

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