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Estou de volta! Eu ouvi um amém? Perdão pela demora, foi tudo culpa da escola e da minha criatividade.

Jennie Kim

Lisa me fez promessas que eu realmente torço para que sejam cumpridas. Não dou uma segunda chance para muitos, mas Lisa foi um dos poucos para quem dei pois senti verdade em suas desculpas. Vi em seus olhos o arrependimento corroendo sua alma e o quão exausta ela parecia estar, talvez suas horas de sono tenham dimuido gradativamente assim como as minhas.

Odeio criar expectativas por medo de serem meras ilusões. Lisa tem o poder de criar expectativas em minha mente como o homem aranha tem o poder de soltar teias. A presença daquela mulher na minha cabeça é tanta que as vezes me pego imaginando como seria levar uma vida de casada ao lado dela.

Certo, o isso soou estranho, juro que eu não sou esquizofrênica.

Acabo me lembrar, Lalisa surtou daquele jeito por saber de uma parte mínima do meu passado, quem garante que ela não vá surtar mais uma vez quando souber que eu sou uma anoréxica que sofre abusos do próprio pai e que enxerga os astros como uma terapia? O que ela vai fazer quando souber? Me humilhar como já fez? Me ajudar? Se distanciar para não se meter em problemas? Eu não sei.

Talvez eu devesse correr atrás da segunda chance que dei à ela e me privar de futuras decepções. Mas e se ela realmente cumprir com sua palavra? Eu estaria me privando de uma vida feliz ao lado dela. Foda-se, não é como se agir como uma esquizofrênica fosse me dar as respostas que preciso.

- Você está bonita. - Ouço a voz abafada de Jisoo logo atrás de mim, esta me encarando pelo espelho ao qual eu estava de frente.

- Obrigada. - Falo soltando um suspiro trêmulo em seguida.

- Tem algo pertubando sua mente. - Ela afirmou repousando sua mão em meu ombro. - Pode me contar, Jennie.

- Eu estou bem. Só um pouco nervosa, não sei exatamente o que vai acontecer essa noite e isso me assusta.

- A oferta de eu emprestar minha faca perfeitamente afiada ainda está de pé. - Ela susurra em meu ouvido me fazendo gargalhar.

- Não, eu não vou levar sua faca. - Afirmo e ela bufa em resposta.

- Certo. Então já vou indo, fique bem. - Ela se aproxima e deixa um beijo carinhoso em minha bochecha e testa.

- Você também. - Falo antes dela abandonar meu quarto.

Estou realmente agradecida à Jisoo por ter me acompanhado até em casa depoia de fecharmos a lanchonete. Não sei o que faria sem ela, provavelmente ainda estaria encarando meu guarda-roupa com uma careta de indecisão.

Conferi o horário em meu relógio de pulso e senti um frio tomar conta do meu estômago quando soube que a qualquer momento Lalisa estaria chegando. Pego minha bolsa que estava jogada sobre a cama e dentro enfio minhas chaves reservas, meu celular e minha carteira.

Descendo as escadas escuto uma buzina soar do lado de fora e quase tropeço em meus próprios pés. Preciso me controlar antes que minha pressão baixe e eu desmaie aqui mesmo.

- Filha, acho que a Srta. Manoban chegou. - Omma fala assim que me vê.

- Já estou indo. - Caminho até ela e deixo dois beijos estralados em suas bochechas.

- Tome cuidado, querida. - Ela beija minha testa e acena quando já estou na porta.

Assim que saio e dou de cara com uma Lalisa me encarando intensamente esqueço como se respira. Nunca vou estar preparada para ver essa mulher, muito menos quando ela está vestida com uma calça de couro preto que marca todas as suas curvas e um par de coturnos.

Deus, não é como se eu acreditasse com todas as minhas forças em sua existência, mas preciso de forças neste momento, antes que eu caia dura nesse duro chão de concreto e tenha um traumatismo craniano.

- Você sempre consegue me surpreender. - Ela afirma, com sua voz um pouco rouca.

Ergo o olhar e só então me dou conta de que estou bem a frente dela, com um par de íris castanhas encarando tão intensamente minha alma que minhas mãos tremem.

- O que quer dizer? - Pergunto observando com atenção o quão reta está sua franja.

- Use algo mais curto do que esse vestido e vou ser obrigada a comprar uma saia de freira para você. - Ela susurra em meu ouvido, fazendo todos os meus pelos do meu braço se erguerem violentamente.

- E desde quando você tem a permissão de opinar sobre minha roupa? - Pergunto, provocando-a.

Ela abriu um sorriso sombrio que me fez se arrepender de dizer aquilo no mesmo momento. Não me abandone agora, Deus.

- Entre no carro, se não vamos nos atrasar. - Ela ordena abrindo a porta para mim. A encaro mais uma vez antes de adentrar o veículo e a mesma fechar a porta com um baque forte.

Obrigada, meu...

- Se acha que nossa conversa acabou, está completamente enganada. - Ela interrompeu meu agradecimento à Deus assim que entrou no carro.

Deus, eu pedi para você não me abandonar!

Vou matar Jisoo quando chegar em casa. Foi ela quem me fez usar esse vestido curtíssimo afirmando que Lalisa iria adorar, pensei que ela estivesse se referindo ao fato de ser elegante, mas pela forma que Lalisa me olhou, só agora entendo. Me sinto uma presa e Lalisa é quem vai atacar, muito em breve.

- Não gosta que eu use roupas curtas? - Pergunto querendo tirar dela mais alguma reação.

Ela abriu um sorriso junto à uma risada  que não carregava nem um pouco de graça que me fez tremer dos pés a cabeça.

- Ah, Jennie, esse não é bem o problema aqui. O real problema é eu estar gostando até demais de roupas curtas em você. - Ela responde e eu tendo esconder um sorriso.

- E por que parece brava? - Pergunto.

- Porque eu sei que não vou ser a única a gostar. - Ela responde.

- Que bom.

- Você acha isso algo bom?

- Talvez não seja tão ruim assim receber olhares de outras pessoas. - Eu falo para provocá-la.

- Sugiro que não me provoque, Jennie. Tenho planos para mais tarde onde todas essas suas provocações serão somadas e descontadas com juros. - Ela diz enquanto estaciona o carro em frente a um restaurante.

Fiquei processando suas palavras por alguns segundos para ter certeza que eu não tinha ouvido errado. Agora estou nervosa e temendo o futuro desta noite.

Desço do veículo e pego a mão de Lisa que estava estendida em minha direção  e difetente do olhar de desejo que ela tinha minutos atrás, agora seu olhar era de carinho.

Seguimos até a entrada do estabelecimento e um garçom logo nos atendeu e depois nos guiou até uma mesa vazia. Durante o caminho senti olhares em minhas costas e pude ouvir Lalisa grunir e resmungar alguns palavrões tão baixo que não pude identificar quais eram. Prendi a risada antes que ela resolvesse somar mais à minha conta já extensa.

...

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