The Waitress - Jenlisa

043

Penúltimo capítulo galera, preparem os corações e os lencinhos. E coloquem a música acima de possível.

Jennie Kim

Lisa estava em pé, parada diante a porta, me encarando sem acreditar e com seus olhos cheios de ódio e mágoa.

- Não acredito nisso. Não acredito que você fez isso comigo! - Ela grita com raiva.

- Lisa eu...

- Cala a boca! - Ela grita novamente com os olhos transbordando lágrimas de mágoa e dor. - Eu fiz de tudo por você, confiei em você e é assim que me retribui?

E então começo a chorar desesperamente, me arrependendo amargamente por tudo o que fiz e sentindo meu coração virar destroços em meu peito.

- Eu amo você, sua idiota. Eu amo você! Por que fez isso comigo? Por quê?! - Ela grita, com os olhos ardendo de raiva. - Eu falei sobre o meu medo de amar e falei sobre as inúmeras pessoas que se envolviam comigo pelo meu dinheiro e você me prometeu que era diferente, prometeu que me amava, prometeu que iria me mostrar o verdadeiro significado de amor!

Ela cai no chão, sem mais forças para continuar em pé. Lisa balança a cabeça freneticamente como se ainda tivesse esperanças de que tudo aquilo era apenas um pesadelo. Mas não era.

- Como eu sou idiota. - Ela dá uma risada sem humor. - Como eu pude confiar em alguém como você? Como eu pude ser tão tola? Estava na minha cara o tempo todo. Se já entregou o próprio corpo por dinheiro tantas vezes antes, por que agora faria diferente?

Eu já não conseguia raciocinar mais nada, a voz de Lisa se tornou abafada e eu sentia tudo ao meu redor girar. Ela me odeia agora, e com razão. Mas eu a amo, a amo como nunca amei ninguém, a amo como nunca ninguém a amou.

- Vá embora e nunca, nunca mais apareça na minha casa ou no meu campo de visão novamente. Se precisar de dinheiro leve o quanto quiser, mas aqui você não pisa mais. - Ela diz enquanto levanta e então aponta em direção à porta.

- Lisa, por favor...

- VÁ EMBORA! - Ela grita, tão forte que seu rosto fica vermelho.

Antes de partir, deixo no chão o dinheiro que havia roubado e então, com meu corpo encolhido, com o rosto vermelho e coberto por lágrimas, com o coração destroçado, eu deixo aquela casa e o meu grande amor que agora me odiava.

Caminho pela ruas sem saber muito bem para onde eu estou indo, lágrimas ainda escorrem por minhas bochechas e a dor no meu peito só aumenta.

Após cerca de quarenta minutos andando sem parar, avisto a fachada da minha casa e já me preparo para o que vai acontecer quando meu pai descobrir.

Respiro fundo antes de abrir a porta, tentando controlar as lágrimas para não deixar omma preocupada. Ao adentrar, meu pai já vem até mim e estica a mão esperando que eu coloque o bolo de dinheiro sobre ela, mas não faço isso, apenas abaixo a cabeça e espero os gritos, que não demoram muito a vir.

- Cadê a porra do dinheiro? - Ele pergunta, gritando.

O forte cheiro de álcool que saiu de sua boca foi o suficiente para eu ter a certeza de que naquele momento ele acabaria comigo.

- Não tem mais. Ela descobriu e nunca mais vou vê-la. - Falo, sentindo a dor que é dizer aquilo em voz alta.

- Uma imprestável, é isso o que você é! Sua desgraçada! Qual a porra do seu preblema? Por que não faz nada direito? - Ele grita mais alto, pegando boa parte dos meus cabelos com a mão e me jogando no chão em seguida.