The Waitress - Jenlisa

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Lalisa Manoban

Gostosa.

Era esse o elogio perfeito para Jennie Kim naquela noite e todos os dias.

Mesmo que vestindo apenas uma calça jeans surrada, uma blusinha e um simples suéter azul, ela conseguiria facilmente se destacar de forma positiva se fosse colocada no meio das mulheres eleitas as mais bonitas do mundo. Aos meus olhos, Jennie Kim deveria receber o primeiro lugar nessa categoria.

Ainda estranho todas as vezes em que me distraio com a beleza dela. Era uma garota digna de uma pintura, uma bela e extremamente cara pintura. Teria um preço alto pois a pessoa que a comprasse teria a sorte de poder admirar aquelas bochechas redondinhas e aquele sorriso gengival pelo resto da vida.

E não, eu não a elogio apenas para ter mais opotunidades de jogar charmes baratos com a intenção de leva-la para a cama assim como faço com todas as mulheres que conheço. Bem, talvez essa tenha sido minha intenção a princípio, mas agora todos os elogios são assustadoramente sinceros.

No início, julgando-a apenas pela aparência, imaginei que Jennie fosse apenas mais uma mulher que quisesse se aproveitar tanto do meu corpo quanto do meu dinheiro. Mas não me julguem por pensar isso, a minha vida inteira foi assim, ninguém queria minha amizade ou apenas minha companhia. Eles sempre queriam mais. Sempre mais. Então se tornou automático, quando alguém se aproxima eu me coloco na defensiva e aciono uma proteção em volta do meu coração.

Jennie parece ser diferente dessas pessoas. Ainda não impus para que ela se afastasse porque consigo enxergar bondade, humildade e honestidade apenas pelo seu jeito de agir. Eu posso estar errada, e tudo bem se eu realmente estiver, afinal, vai ser apenas mais uma que me troca por dinheiro. Tristemente, se acostumar à isso tem seu lado bom.

Mesmo que eu queira me afastar para evitar possíveis futuras decepções, Jennie parece misturar ao seu perfume uma droga poderosa que nos deixa curiosos ao seu respeito. Seu jeito de falar e até mesmo de fazer as coisas criam um novo ponto de interrogação em minha cabeça, querendo conhecer mais e mais daquela garota de olhos tão tristes e baixos.

Hoje estamos indo em uma direção desconhecida por mim. Naqueles bairros não haviam restaurantes caros e muito menos casas ou carros luxuosos estacionados pelas ruas. Era simples. Carros de coleções do tempo do meu bisavô, com a tintura apagada e arranhões aparentes. Casas pequenas que de tamanho se igualavam à apenas meu quarto, com as pinturas desgastadas e telhas perigosamente podres. Comecei à me arrepender de ter dado à Jennie o passe de escolher para onde iríamos naquela noite. Aquele lugar era digno de um filme de terror. Comecei a me perguntar se ela estaria me manipulando esse tempo todo para me matar em uma floresta e vender meus órgãos por preços absurdos. Já tive até uma ideia para um títulos de manchete;

Gatinha raivosa mata a empresária renomada linda e muito gostosa, Lalisa Manoban, e vende seus órgãos belíssimos por preços acessíveis. Garantam já o seu!

A imagem disso realmente acontecendo me fez soltar uma risada.

- E além de chata é esquizofrênica. - Ouvi a voz mal-humorada de Jennie soar ao meu lado.

- Parou. Isso me dá gatilho, tá legal? Li uma fanfic onde eu tinha esquizofrenia e chorei como alguém que perdeu dinheiro na rua. - Falo dando fungadas dramáticas.

- Onde eu fui me enfiar, senhor? - Ela resmungou.

- Pode me dizer onde estamos? Estou começando à desconfiar que quer me matar. - Falei, arriscando um olhar em sua direção.

- Agora que está desconfiando? Eu quero matar você desde o dia em que te conheci, babaca. - Retrucou, com o olhar fixo na janela.

- Falando sério, por que estamos no lado mais pobre e perigoso da cidade? - Pergunto.