Capítulo 11.

531 51 119
                                    


 Notas: olá amores! chegamos na parte mais triste dessa fic (a primeira parte em que os gatilhos ficam mais fortes) e devo avisar que os próximos capítulos serão apenas dor e sofrimento... não me responsabilizo pra pagar a terapia de ngm hshsh, mas prometo que vai melhorar! (era pra ser só 1cap gigante e todo triste, mas não queria ficar tanto tempo sem atualizar então dividi em 3 mais curtinhos)

aaah e eu fiz uma playlist pra fanfic! vou deixar o link do spotify aqui:

>https://open.spotify.com/playlist/1soZM8Px75xYfuHQbhoN5g?si=967fa31e9a1e470d<

lembrando que TODAS as músicas tem a ver com a história - seja apenas como trilha sonora ou por conta da letra - e elas estão organizadas em uma ordem especial então, bem, se vcs conseguirem entender talvez peguem spoilerzinhos hehe 

então... vamos para o capítulo? boa sorte ;)

_____________________


 Acordo e minha cabeça está girando. Que horas eu havia adormecido? Agora o relógio marca 6h e 18min e sinto como se não dormisse há um mês. 

 É segunda-feira e o céu lá fora está cinzento e raivoso, como sempre fica nos meses de fim de outono por aqui. 

Já é segunda e eu mal me recordo dos dois últimos dias. 

Sei que me tranquei - no sentido literal e figurativo - e mergulhei nos livros da minha escrivaninha, fazendo resumos como nunca. Tudo para não pensar nela. Tudo para nunca mais lembrar da sensação de seus lábios tocando os meus. Tudo  para não refletir a forma que isso me afetou.

 Não saí do quarto nem para comer, porque não queria encontrar com minha mãe. Se ela olhasse muito para mim, tinha a sensação de que descobriria tudo que eu venho escondendo. Não podia deixar isso acontecer. Nunca

Se eu não pensasse muito, tudo que vivi desde aquele dia nas montanhas poderia ser apenas um sonho. Thalia seria a ilusão do meu cérebro cansado e delirante. Nosso beijo teria sido apenas um pesadelo causado depois de longas noites em claro. 

Exceto que não era. 

Tudo havia sido tão real como deveria ser.

 É apavorante. 

Meu celular vibra pelo que parece a enésima vez desde a festa do pijama. Olho a barra de notificação apenas para apagar o histórico de cerca de 40 chamadas perdidas de Nico, Jason e, bem, de Thalia. O celular ainda indica que há quase o dobro de mensagens de texto e áudios vindo do grupo que eu tinha com meus dois melhores amigos. 

 Eu não responderia. Não falaria daquilo com ninguém. 

Seria mais fácil fingir ser um delírio se ninguém tivesse consciência da realidade, não? 

Meu coração aperta, como se respondesse ao pensamento absurdo que acabei de ter. A última mensagem de Thalia parece uma afronta brilhante ao flutuar no topo da coluna de conversas:

"A culpa foi minha, eu não devia ter tentado nada." 

O despertador toca uma segunda vez, anunciando que eu deveria ir para escola - embora isso fosse a última coisa que eu queria fazer. 

Me levanto e sigo o padrão automático: lavar o rosto, pentear os cabelos, fazer a trança, escovar os dentes, passar maquiagem para cobrir as olheiras fundas abaixo dos meus olhos.

Nesse processo, meu olhar encontra meu próprio reflexo no espelho e não reconheço nada do que observo: nem os olhos vazios, nem o sorriso falso; é como se o que eu visse refletido a superfície embaçada fosse uma cópia fabricada, criada para satisfazer alguém. E esse alguém não sou eu. 

Little Miss PerfectOnde histórias criam vida. Descubra agora