Capitulo 18

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DULCE

Continuei dirigindo e estávamos há poucos minutos do nosso destino. Durante o caminho, eu me distraí um pouco contando as fofocas pra May. Fiquei parada no semáforo por uns dez segundos depois que ele ficou verde. Escutei buzinas no trânsito e não tinha entendido o motivo delas. A minha amiga olhou para a frente e viu que o sinal já estava aberto para mim. Os babados fortes não devem ser discutidos no meio trânsito, na próxima, eu farei isso em um lugar mais apropriado.  

M -- Que loucura! Vocês dois trocando beijinhos. Essa até eu queria ver. Mas ao vivo. Me avisa quando for ter outra cena dessa. Não acredito que perdi isso.

Maitê disse depois que terminei de contar a ela.

D -- Não sei se Paco vai mandar a gente se beijar de novo. O casal ali é Peter e Jessy. Eu e Uckermann seremos um ponto de interrogação. (Estacionei o carro em frente ao restaurante, mas do outro lado da rua)

M -- Acho que entendi onde o senhor Álvarez quer chegar. Não é para escancarar que estão apaixonados e sim para deixar a dúvida no ar.

D -- Sim. Mas isso é só na história do vídeo.

M -- Entendi. Sabe, eu não duvido nada o seu empresário sugerir um namoro midiático se o vídeo fizer sucesso. Ele é gente boa, mas é um pouquinho ambicioso.

D -- Eu não vou concordar com isso. Jamais! (Engatei o freio de mão com muita força) -- Não posso ganhar mais fama em cima de uma coisa assim. Quero ser reconhecida pelo meu talento. E se esse for um dos meios para que meu trabalho cresça, então que se foda todos aqueles imbecis.

M -- Uau! Concordo plenamente com você. Não dá para viver uma mentira. Até porque mentiras têm perna curta. Isso aí, amiga! Tem que se valorizar.

D -- Eu tô ligada que tem muito disso no meio artístico. E eu sou uma das pessoas que discordam dessas coisas sem cabimento. E tenho certeza que Uckermann também não ia aceitar porque está apaixonado. Se fingir que está saindo comigo, o futuro namoro dele vai terminar antes mesmo de começar.

M -- Você está certa! Pena que nem todos pensam como você. Bom, agora vai lá dar um fora no carrapato. Eu vou ficar aqui esperando o Chris para o Raymond não nos ver.

D -- Tô indo. Eu não queria magoa-lo, mas não posso mais permitir que tenha esperanças comigo. Eu sou um caso perdido.

M -- Não acho que seja. Talvez um dia você se surpreenda e caia na rede do amor.

D -- Se até VOCÊ caiu, talvez eu tenha uma chance nem que seja a mais remota. O pior de tudo é que… estou quase me acostumando com essa minha triste realidade.

M -- Ai, Dul! Não diga isso. Você tem uma eternidade pela frente. Mais cedo ou mais tarde, o cara ideal vai aparecer e vai fazer os seus dias valerem a pena. De que adianta ser eterno se não puder aproveitar bem e viver ao lado das pessoas que você ama ?

D -- É exatamente essa a questão, minha amiga: Tudo tem um preço. Esse é o preço que tenho que pagar pela eternidade: viver na solidão e sem poder me apaixonar por alguém. Te juro que tentei abrir meu coração para o Dylan antes mesmo de transarmos. Mas só o que senti foi vontade de… bem, você já sabe.

M -- Lamento. De verdade. Sou incapaz de imaginar o que você sente. Ou não sente.

D -- Eu já vou. Nos vemos... amanhã ?  

M -- Talvez eu durma na casa do Chris. Mas junte-se a nós depois que o Raymond for embora com o rabo entre as pernas.

D -- Vou pensar. Não tô afim de ficar segurando vela.

Inevitable SinfoniaOnde histórias criam vida. Descubra agora