Capitulo 20

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DULCE

Aceitei a carona de Christopher. Ele abriu a porta traseira do carro para mim. A amiga dele estava no banco da frente. Ficamos em silêncio por alguns minutos. Cheguei a pensar que os dois pombinhos não quisessem conversar na minha presença, mas logo descobri o motivo daquele silêncio todo.

U -- A Allie dormiu. (Ele disse assim que parou no semáforo. E virou-se para mim)

D -- Deve estar bem cansada.

U -- Sim. Ela chegou hoje de Boston. A viagem foi cansativa.

D -- Ela é muito simpática.

U -- E só não é mais maluca que o Christian. Ela morava aqui em Nova York. Mas se mudou há quase três anos com o noivo. Ou melhor, ex-noivo. Agora ela está de volta para recomeçar a sua vida.

D -- Eles terminaram ?

U -- Oficialmente ainda não. Mas quando ele a procurar, ela vai dizer com todas as letras. Depois te explico melhor o que aconteceu. Estamos quase chegando no hotel.

Depois de alguns minutos, Christopher acordou a amiga para avisar que já tínhamos chegado.

A -- Obrigada pelo jantar, Ucker.

U -- Não precisa agradecer. Vamos fazer isso mais vezes. E já sabe: qualquer coisa que precisar, é só me chamar. E também pode me contar tudo. Boa noite!

A -- Relaxa! Prometo que não vou te esconder nada. Boa noite! Boa noite, Dulce!

D -- Boa noite, Allie! Foi um prazer te conhecer.

A – O prazer foi meu. (Ela saiu do carro)

U – Agora pode vir aqui pra frente, Dulce. Não tô afim de parecer seu motorista. (Ele sorriu enquanto apontava para o banco ao seu lado)

Eu sorri, abri a porta e me acomodei ao lado dele. Ficamos em silêncio uma boa parte do caminho. Ele tinha ligado o rádio e deixou o volume bem baixo. Estava tocando umas músicas dos anos 80. Dessa vez fui eu que decidi quebrar o silêncio.

D – Gosta de músicas antigas ?

U – Gosto muito! Você não ? Se quiser, pode mudar de estação de rádio. Fique à vontade.

D – Não precisa. Eu também gosto.

U – Tá aí mais uma coisa que temos em comum.

D – É.

U – Dulce, queria dizer que não fui te cumprimentar lá no restaurante porque não quis te incomodar. Estava dando autógrafos e ia parecer que eu estava querendo um pouquinho da atenção dos seus fãs também.

D – Não se preocupe. Eu também não quis atrapalhar a sua conversa com a Allie. O Christian disse que era um assunto importante.

U – Ela está tendo muitas brigas no relacionamento. Veio para cá para tirar umas férias do noivo. Mas eu a convenci a ficar por aqui mesmo e nunca mais voltar pra Boston e muito menos com ele. Pensei que ele estivesse a agredindo fisicamente.

D – Nossa! Isso é muito grave. Ela já sofreu agressões por parte dele ?

U – Ela me garante que não. Acreditei na sua palavra. Mas para evitar que seja agredida futuramente, pedi para ficar.

D – Infelizmente hoje virou moda essa coisa de violência entre casais. Isso porque dizem se amar, imagina se não se amassem.  

U – Pois é. O amor e o respeito são coisas que se perderam e estão bem difíceis de se encontrar ultimamente. Allie é como se fosse minha irmã e não admito que ninguém a maltrate.

Inevitable SinfoniaOnde histórias criam vida. Descubra agora