Capítulo 49

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DULCE

Christopher Uckermann era um imbecil. Um idiota. Muito mais do que eu pensava. Ou melhor, eu não pensava isso dele antes. Ele tinha todo o meu sentimento. Todo o meu coração. Me entreguei a ele de corpo e alma. Só o que fiz foi ama-lo, ama-lo como nunca amei ninguém. Quando eu pensava que nunca mais fosse ser capaz de amar. Lhe dei meu carinho, lutei contra minhas vontades, contra meus desejos obscuros que só eu sabia o quanto era difícil de resistir. Até minha vida chegou a ficar nas mãos daquele homem.

E como ele me retribuiu ? Com desconfianças, acusações e mais desconfianças. Tudo bem que o amor era incondicional, sem esperar nada em troca. Mas ele não me amou incondicionalmente. Eu estava ciente que ele pudesse descobrir o que eu era a qualquer hora, mas eu pensei que o amor fosse ser capaz de superar tudo. De passar por cima das diferenças. Eu não esperava que ele fosse agir tão mal. Fiquei imaginando as mais prováveis reações que ele teria ao descobrir sobre mim. E creio que aquela poderia ter sido a pior de todas as possibilidades.

Acho que um humano como Christian reagiria muito melhor. E ele reagiu. Maitê me disse que ele havia escutado a conversa dela com Christopher. Minha amiga também havia me contado que ele já se envolveu com uma vampira no passado e por isso pensou que eu fosse engana-lo como a outra fez. Mesmo eu entregando minha vida nas mãos dele, não pôde perceber o quanto meu amor era imenso. Preferiu fechar os olhos, tapar os ouvidos e colocar o passado em cima do futuro.

Eu tinha plena consciência que o fato de eu ser uma criatura sobrenatural deixaria qualquer um apavorado, mas pensei que eu e Christopher tivéssemos uma conexão maior do que qualquer coisa. Além da compreensão e além das diferenças. Ele não usou o coração, usou a razão. Pensou que eu estivesse encenando tudo aquilo só para que não me matasse. Mas ele não usou o cérebro para pensar que se eu não quisesse morrer, não levaria a estaca de sua mão em meu peito. Ele estava tão cego pelo ódio que apenas visualizou a sua irmã sendo morta por mim.

Ele era um babaca. E eu mais ainda por quase cair na lábia dele. Queria que eu voltasse pra ele assim na maior naturalidade. Pensava que as feridas que me causou seriam curadas só com os beijos e abraços que me dava. Não é bem assim que as coisas funcionam. Precisou da Maitê falar com ele sobre mim e nossa amizade e da dona Alexandra lhe contar a verdade para que reconhecesse seu erro.

E se a irmã dele realmente estivesse morta ? Ele ia querer tentar me reconquistar do mesmo jeito como disse que ia fazer ? Obviamente que não! Deixaria as coisas como estavam e seguiria sua vida. Ele não me amava. Só estava ali se desculpando porque viu que cometeu um erro e quis reparar. Ele não teria me procurado se caso nem a mãe dele soubesse o que tinha acontecido com a Anahí.

Depois de terminar a longa conversa com Maitê no apartamento de Christian, voltei para a minha casa. Para a minha casa de campo. Eu deveria encontrar Logan no dia seguinte. Eu resolvi passar uma informação para uma pessoa da organização: ia mandar uma mensagem no celular de Christian avisando onde eu e Logan estaríamos para que Maitê avisasse Christopher e ele pudesse avisar a irmã para ir tentar matar o filho da mãe. Eu ia dar um voto de confiança a ela. Se era assim tão poderosa a ponto de conseguir chegar perto do infeliz e cravar uma estaca em seu coração, talvez nem precisaríamos perder tempo tentando encontrar a arma.

[···]

Já no dia seguinte, foi bem isso o que eu fiz. Logan pretendia atacar uma base da organização em Manhattan e matar todos que estivessem lá. Era uma prova de que eu estava infiltrada para fazer os caçadores pararem de querer me matar. Eu fiquei um pouquinho má sim ao longo do processo desse disfarce, fiquei mais sarcástica, mais orgulhosa, debochada e até gostando do sangue humano. Nem Maitê me reconhecia. Dizia que estava com medo de mim. Mas era evidente que eu não faria nada contra ela e nem contra Christian.

Inevitable SinfoniaOnde histórias criam vida. Descubra agora